Silent Hill faz 13 anos hoje: confira nosso especial sobre o game

31 de janeiro de 2012

Silent Hill faz 13 anos hoje: confira nosso especial sobre o game

Imagine a seguinte cena: você está viajando tranquilamente com sua filha para merecidas férias. Você é ultrapassado por uma policial em uma moto, e, pouco depois, vê a moto caída na beira da estrada. Neste momento de distração, o vulto de uma garota surge na estrada e, na tentativa de não atropelá-la, você derrapa e acaba se acidentando. Ao acordar, sua filha sumiu. E este é só o começo do seu pior pesadelo… Seja bem-vindo a Silent Hill!

 A descrição acima certamente trouxe boas (e apavorantes) memórias à cabeça de muita gente, afinal, este é o início de Silent Hill, um clássico do gênero survival horror produzido pela Konami e que, hoje, 31 de janeiro de 2012, completa exatamente 13 anos de vida.

Muitos gamers perderam o sono na tentativa de ajudar o pobre Harry Mason a encontrar sua filha adotiva, Cheryl, pelas ruas nebulosas de Silent Hill. Ruas estas que não são tão desertas ou seguras como gostaríamos, pois, como todos sabemos, há algo de maligno em Silent Hill, e as mais perversas criaturas podem estar espreitando em toda esquina.

Silent Hill faz 13 anos hoje: confira nosso especial sobre o game

A trama de Silent Hill não deve nada aos maiores clássicos de Stephen King, pois traz uma cidade parcialmente abandonada onde, anos atrás, uma velha maluca (Dahlia) queimou a própria filha (Alessa) viva em um ritual satânico. Temos monstros abomináveis que se escondem sob uma neblina interminável. Temos personagens de índole duvidosa, que podem (ou não) estar enganando uns aos outros por seus próprios interesses.

E claro, temos muito, muito terror: sempre que uma espécie de sirene tocava, a cidade se transformava, ficando ainda mais assustadora do que o normal. O chão e as paredes viravam grades enferrujadas, corpos apareciam pendurados por todos os cantos e as criaturas demoníacas ficavam ainda mais vorazes.

Que atire a primeira pedra quem não sentiu um arrepio na espinha jogando Silent Hill: do armário com um gato dentro às sinistras batidas em portas, passando pelo horripilante som do seu rádio avisando que alguma criatura estava por perto, Silent Hill se tornou referência na hora de causar medo nos jogadores.

Silent Hill faz 13 anos hoje: confira nosso especial sobre o game

Para piorar, o game oferecia poucas armas de fogo e uma munição limitadíssima, o que obrigava o jogador a fugir sempre que possível ou utilizar armas brancas para se livrar das diversas criaturas que povoam a macabra cidade. É a experiência do survival horror em sua essência.

Fazendo de tudo para deixar a experiência ainda mais perturbadora, a Konami nos obrigou a passar por lugares “comuns” – como escolas, hospitais e parques de diversões – mas que eram verdadeiros pedaços do inferno no game. Muitas vezes o perigo sequer existia (lembra dos fantasmas que não faziam nada, simplesmente andavam pelos corredores da escola?), mas a possibilidade de ser atacado de repente era o bastante para judiar dos nervos do jogador.

Silent Hill faz 13 anos hoje: confira nosso especial sobre o game

Harry não estava sozinho em sua busca, pois podia contar com o auxílio a policial Cybil Bennet, bem como da bela enfermeira Lisa Garland, personagem imortalizada na memória de muita gente na dramática cena em que chora sangue e desaparece misteriosamente.

Ao contrário de Resident Evil, Silent Hill era todo em 3D, e o jogador geralmente podia mover livremente a câmera ao redor do personagem. Seus gráficos eram bons – para a geração Playstation 1 – e o cuidado da Konami estava nos pequenos detalhes – como a respiração ofegante de Harry após correr muito – e nas belas cenas em CG que coroavam momentos particularmente tensos da narrativa.

Silent Hill faz 13 anos hoje: confira nosso especial sobre o game

Além dos monstros, outra coisa que podia tirar o sono dos jogadores eram os puzzles: quem não lembra da dolorosa sequência de teclas no piano da escola? Ou da calha que precisava ser tampada com uma bolinha de borracha para que uma chave pudesse ser encontrada? Silent Hill colocava o jogador para pensar, não apenas para fugir.

Silent Hill faz 13 anos hoje: confira nosso especial sobre o game

A trilha sonora do game se tornou tão clássica quanto o game em si. Obra do talentoso compositor Akira Yamaoka, Silent Hill trazia composições realmente perturbadoras, misturando batidas eletrônicas com barulhos estranhos e outras bizarrices. Curiosamente, o artista criou todas as músicas sem ver o game, valendo-se apenas de sua criatividade para despertar as emoções do jogador.

http://youtu.be/sxBCuFg1bdg

Outro ponto interessante era que o game oferecia diferentes finais, de acordo com as suas atitudes em determinados momentos da trama. Entre finais dramáticos e outros nem tão felizes, tínhamos a bizarra possibilidade de um final “espacial”, com Harry sendo abduzido por uma nave alienígena no topo do farol de Silent Hill!

Silent Hill trazia ainda um banho de easter eggs para os fãs de filmes e livros de terror. Nomes de ruas e personagens homenageavam escritores e personagens de obras clássicas do gênero, e a clássica inscrição REDRUM de O Iluminado podia ser vista escrita – com sangue, claro – em uma parede da cidade.

Silent Hill faz 13 anos hoje: confira nosso especial sobre o game

Silent Hill foi um marco na indústria dos games, e até hoje a franquia continua firme e forte, ainda que tenha apresentado alguns altos e baixos. Para este ano, estão programados dois novos jogos da série: Silent Hill: Downpour para Playstation 3 e Xbox 360, e Silent Hill: Book of Memories, para PS Vita, além do relançamento dos games Silent Hill 2 e 3 em uma HD Collection.

Relembre o início deste clássico no vídeo abaixo:

Fica a dica: antes de se aventurar pelas ruas modernas dos vindouros novos games de Silent Hill, pode ser uma boa ideia revisitar o clássico de 13 anos atrás para relembrar porque ele marcou tanto a vida de tantos jogadores! Boa diversão… e bons sustos!

 

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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