O que falta para os smartphones ficarem ainda melhores como videogames?

26 de novembro de 2018

O que falta para os smartphones ficarem ainda melhores como videogames?

Desde o nascimento do primeiro iPhone, assim como os primeiros aparelhos Android, os celulares, que já eram plataformas de games, deram um salto impressionante. Com a App Store e o Google Play, jogos variados, com preços mais baixos (alguns, gratuitos) e opções de qualidade (em meio a um monte de jogos ruins, sabemos disso), praticamente definiram os smartphones como plataforma de videogame.

Seus “concorrentes” sofreram muito com isso. O 3DS, apesar de seguir com boas vendas, e contar com suporte da Nintendo até hoje, não repetiu o sucesso estrondoso de seus antecessores, como o DS, ou os Game Boys. E o PS Vita acabou tendo destino pior, pois foi completamente abandonado pela Sony, assim que a companhia percebeu que o console não teria vez quanto a variedade de smartphones.

Mesmo assim, após dez anos de histórias e jogos de qualidade, como os games da Rockstar, a série Reigns da Devolver, ou jogos incríveis focados nos dispositivos, como République (isso sem falar no fenômeno do Battle Royale), os smartphones ainda precisam superar alguns desafios para se transformarem, de fato, em uma plataforma de jogos.

A própria Apple quer fazer de seu iPad Pro uma opção para games AAA que pode ser levado na mochila. Mas, um mercado tão variado, acaba gerando necessidades diferentes, para muitos gostos, e bolsos. Por isso, te convido a refletir comigo, sobre possíveis melhorias para que os smartphones possam, de fato, ser plataformas de games melhores.

Ah, a bateria…

O que falta para os smartphones ficarem ainda melhores como videogames?

Sim, desde que smartphones começaram a fazer parte das nossas vidas, as baterias sempre foram um dos maiores problemas. Acostumados a contar com aparelhos que tinham autonomia de um ou mais dias de bateria, a necessidade de carregar os aparelhos, cheios de aplicativos e processos, uma ou duas vezes por dia, se tornou um dos problemas pra quem quer jogar.

Entendendo que os games processam muita informação do smartphone, logo usá-lo para jogar significa que sua autonomia será ainda menor, se compararmos com os portáteis. Existem Power Banks cada vez mais potentes que dão conta do recado hoje em dia, mas um grande desafio das empresas é, de fato, trabalharem com baterias um pouco melhores.

Aparelhos como o Black Shark, o smartphone gamer da Xiaomi, já contam com baterias de 4000 mAh. Mas, ainda assim, o desafio para baterias melhores, mas que não influenciem muito o seu preço final, precisam ser mais encarados pelas fabricantes. Para não termos que conviver com jogatina móvel presos em uma tomada, ou em um Power Bank.

Vamos jogar mais games retrô?

O que falta para os smartphones ficarem ainda melhores como videogames?

A crescente procura por dispositivos portáteis, oficiais ou não, mostram um pouco o aumento do consumidor por games antigos, que podem ser jogados em qualquer lugar. Nos smartphones, a SEGA e a SNK perceberam isso, e deixam vários jogos clássicos disponíveis, cada uma vendendo ao seu estilo.

Aparelhos Android, por exemplo, já contam com emuladores, coisa que é bem mais difícil em aparelhos da Apple, salvo uma “novidade” aqui ou ali. Mas acredito que explorar os games retrô, que ofereceriam jogatina mais simples, e, por serem jogos mais leves, consumiriam menos recursos, como a bateria, é uma ótima opção para fazer de seu smartphone um “novo Game Boy”.

Falamos, recentemente, de uma patente da Nintendo, que é um case de smartphone que faria com que ele se transformasse em um Game Boy, com botões e tudo. Se este projeto sair do papel, com um suporte oficial da Big N aos seus clássicos games, como Pokémon, imagine só o impacto que seria. Seja mediante a uma assinatura, ou a venda única de jogos, teríamos aqui uma biblioteca excelente para jogar, sem precisar recorrer a um segundo aparelho, como um 3DS.

Independente das ideias e das iniciativas, além dos formatos de negócios, os estúdios que contam com franquias clássicas poderiam olhar com mais carinho as plataformas móveis. Público para eles, garanto que teria.

Smartphones Gamers?

O que falta para os smartphones ficarem ainda melhores como videogames?

Os smartphones gamers já existem e oferecem configurações astronômicas, além de boas ideias. Mas, como dita a regra da indústria, quanto mais coisas, mais caro. É fato que estes aparelhos são excelentes e necessários para uma evolução da indústria, mas a acessibilidade precisa de mais.

Quem sabe um smartphone que acompanhe um controle? Mas sem cobrar R$800 no aparelho, como a Motorola faz com seu snap dedicado a jogos. Ideias mais simples, como acessórios focados neste público, fariam a diferença.

Existem controles compatíveis hoje em dia, e alguns deles são ótimos, como os feitos pela iPega. Entretanto, ficam ainda disponíveis apenas por importação, ou à venda por lojas aqui a preços salgados. É a hora de empresas que fabricam seus aparelhos pensarem em soluções boas (e baratas) para que o grande público. Que não vão encarar importações na China, ou que não vão pagar o dobro do preço do produto no Mercado Livre, possam ter boas opções.

Mais AAA

O que falta para os smartphones ficarem ainda melhores como videogames?

Quando République saiu, todo mundo ficou impressionado com a qualidade do game. Com elenco de peso, que incluia o David “Solid Snake” Hayter e visual caprichado, provou que é possível sim produzir jogos bem feitos para os smartphones. A Rockstar também fez bonito, ao portar seus clássicos GTA’s, com visual adaptado e gameplay de qualidade.

Mas, sabemos que nos dias de hoje, “jogos para smartphone” são sinônimos de jogos simples, que só se preocupam em sugar o nosso dinheiro. Seja comprando gasolina para os nossos carros, ou saúde para nossos guerreiros. São muitas as opções que, infelizmente, transformaram uma maneira legítima de explorar recursos em games em uma carnificina econômica.

Talvez seja essa a hora, de colocarmos games de qualidades nas lojas online. Para equilibrar a balança, NBA 2K19 traz essa proposta. Levando muito do que temos nos consoles para as pequenas telas (e com resultados ainda melhores no iPad Pro). A série Farming Simulator também faz bonito nas pequenas telas. E Ocenahorn, consegue ser um clone de Zelda tão bom quanto um próprio game de Link.

Acredito que, a preços justos e boas ideias, games AAA possam, cada vez mais, fazer parte dos smartphones. Também creio na democracia destes aparelhos, o que significa que há sim espaço para os Candy Crushs da vida. Mas também imagino que, com jogos mais complexos para os aparelhos, o interesse em transformá-lo em uma plataforma de games seja ainda maior.

Só para imaginar, pois sei que isso é quase impossível. Mas já que a Sony abandonou o PS Vita, já pensou em como seria um game Uncharted para um smartphone?

Diz a sua sugestão aí

O que falta para os smartphones ficarem ainda melhores como videogames?

Aqui trouxe algumas reflexões. Algumas podem nem ser viáveis, se observadas com a ótica de tomadores de decisão em mesas de reuniões. Entretanto, é com ideias é que conseguimos observar situações, e encontrar soluções.

Você joga em smartphone? Se sim, o que acha que poderia melhorar para que os aparelhos pudessem, de fato, substituir de vez um 3DS ou um PS Vita? Se não, o que te faz se manter afastado dos games móveis?

Que os smartphones hoje são plataformas de games, não há dúvida. Entretanto, acredito que este mercado, apesar de contar com uma década de vida, ainda vive uma época de definições, com tentativas no passado que não deram muito certo (como o Xperia Play, lembra dele?), e outras que se saíram bem, como o snap da Motorola.

Então, vamos conversar. Diga aí o que você observa deste universo, e o que poderia ser melhorado. Para que mais pessoas possam curtir mais games em seus smartphones, os consoles portáteis de agora.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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