Sound Test Arkade Faixa 13 – Kazuki Muraoka / Metal Gear Solid
Um dos jogos mais queridos dos gamers é o que é também devido a sua trilha sonora. Vamos adentrar novamente em Shadow Moses e relembrar a tensa trilha de Metal Gear Solid.
De 1998 pra cá, temos pouco a se falar de Metal Gear Solid, pelo simples motivo de que muitos já falaram muito sobre ele. Todos sabemos que este jogo revolucionou a maneira de se fazer e se jogar videogame e por isso, a obra prima de Hideo Kojima faz parte constante nas listas de melhores de todos os tempos, geralmente entre as primeiras posições.
E como o tema aqui é música, também temos que falar da revolução deste game em relação aos sons, trilha sonora e para entrar um pouco no clima, vamos ouvir o tema deste clássico:
O jogo
Lançado primeiro para o Playstation original em 1998 e depois para os computadores em 2000, lembrando também do remake para o GameCube de 2004, apenas podemos falar uma palavra sobre Metal Gear Solid: revolucionário.
Revolucionário por ter uma história cheia de reviravoltas, que além de explicar fatos de seus jogos anteriores, ainda criou espaço para um universo fantástico de personagens e conspirações; revolucionário por oferecer uma ambientação cinematográfica usando os próprios recursos do console; revolucionário por trazer uma jogabilidade focada em ser invisível e nem um rambo; e revolucionário por… (coloque aqui seus próprios motivos).
Temos aqui um Solid Snake aposentado após os eventos de Metal Gear 2: Solid Snake (MSX – 1990), que após ser “gentilmente convidado” para participar de uma missão em Shadow Moses, no Alasca, vai descobrindo, pouco a pouco, as verdadeiras intenções de sua presença ali e as de seus adversários. Tudo explicado com uma maestria ímpar em meio a uma jogabilidade séria, porém cheia de “gracinhas” espalhadas pelo próprio Kojima no jogo.
O game fez sucesso e se tornou em um dos títulos que definiram o Playstation e preparou Solid Snake, seus amigos e inimigos para uma série que dominaria a geração seguinte.
O Compositor
Porém, hoje não iremos falar apenas de Kojima, e sim de Kazuki Muraoka, compositor deste jogo e figura importante em toda a série Metal Gear. Nascido em 1959 no Japão, Muraoka participou da infame versão de NES de Metal Gear em 1987. Quem acompanha a série, sabe que o tal jogo para o NES foi um port, que contou com muitas mudanças, sendo a maior delas a inexplicável ausência do próprio Metal Gear, parte central da história.
Considerada um verdadeiro lixo por Hideo Kojima, aparentemente ele prestou um pouco de atenção no jogo, pois recrutou o compositor para ser o compositor de Metal Gear Solid. E Muraoka, tanto para nós quanto para o exigente Kojima, mandou muito bem, pois após este game, ele participou de todos os jogos seguintes: em Metal Gear Solid 2 e Metal Gear Solid 3, ele foi diretor de som, no remake Twin Snakes ele foi supervisor e em Metal Gear Solid 4, ele atuou como editor de som.
Por isso, muito do que você gosta na parte sonora de Metal Gear se deve a este músico, que tanto desenvolveu na série, em especial no game que envolve o confronto de Liquid contra Solid Snake.
A trilha
Metal Gear Solid impressionava logo no começo, com Snake chegando até o seu destino, enquanto os créditos apareciam, como em um filme. De cara, já tínhamos uma das marcas registradas do game: o sonzinho do Codec chamando, além da faixa Cavern, que trazia para perto todo o clima de urgência em cumprir suas ordens: destruir o Metal Gear e acabar com a Fox Hound.
Basicamente, todas as faixas traziam o clima tenso que o jogo oferece: seja na adrenalina da luta contra a Hind D, ou no confronto com Mantis. As faixas Intruder 1, 2 e 3 nos lembram que somos invasores em terreno hostil, enquanto a Encounter tem a missão de nos avisar que “deu ruim” e temos que sumir daquele local o mais rápido possível.
Até a ausência de faixas, como no heliporto ou antes do confronto com Psycho Mantis mostram o excelente trabalho da parte sonora deste game, com o som ambiente avisando que algo iria acontecer.
Ainda tinha espaço para surpresas, como o Theme of Tara, do primeiro Metal Gear, que embalou algumas VR Missions. Mas a facada final vem ao terminar o jogo com a excelente The Best Is Yet to Come, que apesar de ter o mesmo nome de um clássico do Scorpions, é uma música totalmente diferente.
Aoife Ní Fhearraigh interpreta a canção que foi composta por Tappi Iwase (aka TAPPY), um compositor da Konami, que participou de Policenauts e Contra III. Tocada com instrumentos de cordas, nos lembra da iniciativa cinematográfica que o jogo apresenta e traz sensação de dever cumprido, tanto por terminar o game quanto por tê-lo apreciado até o fim.