Sound Test Arkade Faixa 28 – Naoto Ishida / F-Zero
Hora de colocar seus fones de ouvido e viajar em mais uma épica trilha sonora. Desta vez, vamos dar um passeio no futuro alucinante de F-Zero, e conhecer um pouco mais sobre um dos compositores do game, Naoto Ishida.
O jogo
F-Zero chegou em um momento importante para a Nintendo. Com o Super Nintendo ampliando o sucesso obtido já há algum tempo com o NES/Famicom, a companhia japonesa sabia que não poderia sobreviver de Mario (sim, o mundo é irônico, eu sei) e preparou algumas novidades para o console, tanto para oferecer algo novo, quanto para mostrar ao mundo as novidades do console, como o Mode 7, por exemplo.
O título chegou em 1990 no Japão e cruzou o ocidente junto com o console, onde foram lançados juntos em 1991. E trouxe consigo muito sucesso, de público e crítica, ao oferecer corridas extremamente velozes, com naves correndo a muitas milhas por hora, em um gênero que seria melhor explorado pela própria Nintendo com novos jogos F-Zero, além da série Wipeout, da Psygnosis.
A diversão de F-Zero é constante e seu desafio cativou muitos jogadores em sua época, fazendo do game um dos preferidos do Super Nintendo de todos os tempos.
O Compositor
Naoto Ishida conta com poucos jogos em seu currículo, e como compositor, tabalhou apenas na trilha de F-Zero. Engenheiro de som da R&D2, Ishida trabalhava com outros aspectos sonoros dentro da Nintendo, além da música, tendo participado do design de som do Super Game Boy, o cartucho de Super Nintendo que levava os jogos de Game Boy para a tela grande, lançado em 1994, e o Satellaview, o modem por satélite que a Nintendo lançou no Japão para download de jogos.
Naoto trabalharia novamente em um game F-Zero apenas em 2001, em Maximum Velocity, versão para o Game Boy Advance que, apesar de ser um jogo totalmente novo, se inspirava no 16-bit da Nintendo, assim como praticamente todos os jogos que saíram para este portátil. Hoje ele trabalha na Evixar, uma empresa japonesa especializada em tecnologias acústicas.
A Trilha
Apoiado por Yumiko Kanki, que compôs a maioria das faixas do jogo, e que chegou a compor faixas para o cancelado Star Fox 2, Ishida compôs Big Blue e o tema de encerramento do game. O trabalho dos dois funcionou em harmonia, trazendo em todas as faixas o ar futurista e caótico que as corridas queriam levar. F-Zero é, para o que era possível para a época, um jogo de corrida bastante frenético, e uma trilha que seguisse este mesmo caminho era mais do que necessária para levar esta ideia para o jogador.
F-Zero ainda ganhou algumas faixas que ficaram guardadas para sempre na memória dos jogadores, de tão pegajosas e legais que são: a própria Big Blue de Ishida é marcante demais, trazendo adrenalina, mas de maneira suave, sempre em crescente e lembrando bem vagamente um pouquinho de punk rock, com seu ritmo também acelerado e que podia contribuir e muito com o espírito do jogo. Death Wind trazia também um pouco de tensão em sua música, nunca saindo do lugar, dando a esperança de que algo vai começar, mas nunca começa. White Land I e II também representam muito bem toda a adrenalina que o jogo apresenta, junto com Fire Field. E, por fim, a faixa de encerramento traz ao jogador um pouco de paz e tranquilidade, já que agora ele é o campeão da galáxia.
As faixas de F-Zero cumprem muito bem o seu papel de inserir o jogador no mundo futurista de corridas alucinantes do game. E ajudaram muito a fazer do game um dos grandes lançamentos do Super NES, já que a Nintendo na época contava apenas com jogos de plataforma e aventura, como Mario, Zelda ou Metroid, e um game próprio de corrida, mesmo que fugindo do sistema Out Run e Top Gear da época, trouxe mais variedade ao cardápio da Big N.