SP Trip: Aerosmith faz show para o gasto, porém agrada com seus hits

25 de setembro de 2017

SP Trip: Aerosmith faz show para o gasto, porém agrada com seus hits

No terceiro dia de SP Trip, pudemos conferir Def Leppard e Aerosmith no palco, em uma noite bem interessante de se acompanhar. As duas bandas contam com um entrosamento de décadas entre seus integrantes, especialmente o Aerosmith, que tem a sua mesma formação desde os anos 70. Só isso já era motivo suficiente para ver o comportamento de ambas as bandas durante os shows, ainda mais após suas apresentações competentes no Rock in Rio.

Outros motivos bem legais, eram o de conferir o trabalho de Rick Allen, baterista do Def Leppard que toca apenas com um braço, já que não possui o outro, além de prestar bastante atenção na trupe de Steven Tyler, que anda ensaiando uma despedida da banda. Seria este o último show da banda no Brasil?

O Def Leppard é a típica banda de rock dos anos 80 que nos entregou um show digno desta época: sem muita frescura, e direto ao ponto, a banda que tem como vocalista o carismático Joe Elliot, tocou músicas extremamente nostálgicas, e com muita competência. Mesmo quem estava lá só pelo Aerosmith, e não conhecia a banda, parou para curtir seu som, que muito nos traz a memória os filmes a la Sessão da Tarde, além de curtir muitos solos, uma banda bem animada, sem medo de ser feliz, que executou seus clássicos como Pour Some Sugar on Me e Photograph com muitos sorrisos entre a plateia.

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Já o Aerosmith, entrou no palco, com a excentricidade única e divertida de Steven Tyler, prometendo uma noite tão histórica quanto a do dia anterior, com o Bon Jovi, entrando com Let The Music Do the Talking, e mandando em seguida Love is an Elevator e Cryin‘, com esta última fazendo o Allianz pulsar de maneira épica, tamanha a paixão do público por esta música. A plateia cantou junto e a certeza era a de que nós iríamos presenciar outra noite histórica. Mas não foi o que aconteceu.

Logo em seguida, a banda meio que “abriu mão do show”, para fazer algo comum em suas apresentações: longas sessões de música, nas quais Steven Tyler deixa a frente do palco para brincar com os outros integrantes da banda em um som que, embora de extrema qualidade, foi aos poucos, tirando o interesse da plateia, que ficava apenas assistindo a tudo, sem muito a fazer, nem interagir. Mas os bons momentos voltaram, com Crazy, I Don’t Wanna Miss a Thing e Come Togheter, dos Beatles, que trouxeram o púbico de volta para cantar junto.

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Mas, o que definitivamente, valeu o ingresso foi o bis. Com um Dream On emocionante, com direito a explosões de fumaça em meio ao piano branco de Tyler, que nesta altura já estava em cima dele gritando e dançando, e na despedida com Walk This Way, com mais explosões e papel picado, garantindo que a banda continua em ótima forma e que despedida, por enquanto, é algo impensável. Em comparação a outras bandas clássicas que se apresentaram no Brasil nos últimos dias, o Aerosmith, é de longe, o conjunto que oferece maior harmonia, entrosamento e que mantém muito do que construíram pelas décadas, intacto. A voz de Tyler, por exemplo, segue impecável, e uma aposentadoria, pelo menos por padrões técnicos, seria um absurdo.

O SP Trip termina amanhã (26) com Alice Cooper e Guns N’ Roses se apresentando no Allianz Parque.

Junior Candido

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