SP Trip: Quem disse que o Guns N’ Roses estava “acabado”, hein?

27 de setembro de 2017

SP Trip: Quem disse que o Guns N' Roses estava "acabado", hein?

O SP Trip terminou na noite de ontem (26), em São Paulo, em grande estilo. O Guns N’ Roses, sempre questionado pelas capacidades vocais de Axl Rose ou pelas inúmeras mudanças sofridas com o passar dos anos, calou a boca dos críticos e respondeu a todos estes questionamentos com três horas e meia de muita música, e uma energia digna dos anos de ouro da banda.

Para aquecer, Alice Cooper subiu ao palco primeiro e trouxe seu “show de horror”, também de maneira muito competente. Poison, Feed my Frankstein, I Love the Dead e Billion Dollars Babies foram interpretadas com muita encenação, envolvendo coreografias, bonecos gigantes andando pelo palco e até a famosa gilhotina “arrancando fora” a cabeça de Cooper. Seus hits unidos a estas atuações garantiram mais um show que tirou sorrisos do público presente, assim como foi no Rock in Rio.

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Ou até melhor, pois, além da competência da banda já vista no festival do Rio, tivemos, para a nossa alegria, a oportunidade de ver um Axl mais “furioso”. Elétrico, o icônico vocalista corria para todos os lados do palco, subia em cima de caixas de retorno e não parava um minuto, enquanto executava suas clássicas Civil War, Welcome to the Jungle e Live and Let it Die. Enquanto isso, o público presente, com suas bandanas, ajudavam — e muito — Axl a cantar, ignorando totalmente as questões envolvendo sua voz ou seja lá o que for que tenham falado sobre cantor e banda nos últimos anos. A base de fãs do Guns é muito fiel, acompanhando a banda mesmo com todas as mudanças e com a “era de ouro” já bem distante, então, o que eles mais queriam era apenas gritar com Axl e o fizeram muito bem!

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O clássico de Paul MacCartney mencionado acima, que virou um cover de grande sucesso na voz de Axl, foi um tanto sofrida de se ouvir, mas… e daí? Os seus fãs sabem que aquele Axl dos anos 90 não é o mesmo do palco, mas eles amam este cara da mesma forma. E, se vez ou outra o Axl “não dá conta”, Slash vai lá e resolve tudo. O guitarrista mostrou mais uma vez as razões que fazem dele um dos maiores guitarristas da história do rock e a cada solo, uma chuva de gritos e aplausos para ele. Duff também simboliza a era clássica da banda, e também continua tocando em alto nível. Porém, o interessante aqui, é que eles não “precisaram salvar” Axl como o fizeram no Rio, com o cantor mandando muito bem e chamando a responsabilidade de frontman que é.

Esta sintonia entre banda, Axl e o público gerou um ambiente bastante interessante de se acompanhar. Welcome to the Jungle trouxe sua conhecida insanidade para a arena, mas em November Rain, o público foi ao êxtase, confere só:

Axl Rose já não é o garoto que assobiava Patiente nos anos 90. Porém ele ainda leva muita energia para o palco e se esforça demais em trazer um ótimo clima para o local de show, não só pela voz, mas também pela performance. Talvez é isso que os fãs veem nele e curtem tanto, pois o vocalista poderia alegar uma série de coisas e fazer um show mais morno, porém não é isso o que acontece. E “pior”: por três horas, oferecendo os “famosos descansos” durante as faixas de Chinese Democracy, preparando o público para mais animação.

Mas, mesmo que a banda não fosse a que estivesse no palco, e Axl não estivesse em sua melhor forma, o público presente iria curtir o show mesmo assim. Sabe por quê? Porque o fã de Guns, apesar de exigente como qualquer fã de rock, quer apenas curtir a sua banda preferida.

Junior Candido

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