#TBTArkade – Revista Videogame de 1994 falava sobre a porta de entrada do mundo online: PC ou TV?
Em 1994, o mundo vivia, de maneira mais intensa, a chegada definitiva da Internet. E, como toda novidade, diversas questões passavam pelas cabeças de todos os aficcionados. Atenta à esta realidade, a Revista Videogame #39, de junho de 1994, questionava qual seria o aparelho que levaria, de fato, todos os serviços de Internet aos lares: computador ou televisão?
Jô Elias, que assinou a matéria, não se atreveu a responder a pergunta. Mas explicou que diversos veículos pelo mundo discutiam sobre as possibilidades. Algumas pessoas acreditavam, décadas antes das SmarTVs se tornassem populares, que as TVs fariam o papel de serem a “porta-voz” da Internet.
PCs já estabelecidos x TVs com muito potencial
Os argumentos eram simples: nos EUA, por exemplo, as pessoas assistiam mais TV do que passavam tempo nos computadores. Além disso, a média do país, na época, era de um minuto por dia na frente dos computadores, contra horas e horas na frente da TV. O presidente da Silicon Graphics, Ed McCracken, explicou:
“Em frente ao computador pessoal, você faz coisas e ele reage aos seus comandos. No mundo do entretenimento, a televisão faz coisas e você reage a elas. A TV Interativa tem mais a ver com isso”, explicou.
Para defender os computadores, a matéria citou a Intel. A empresa falava que em 1994, 30% das casas dos EUA já possuíam um computador. E, no final daquele ano, o país teria 5 milhões de assinantes de serviços online, como a AOL. Os provedores já ofereciam, por exemplo, acesso bancário e lojas online, o que ainda era promessa na “TV Interativa”.
E, no final, a matéria acabou fazendo, sem querer, uma espécie de “profecia”. A revista diz que existem outros concorrentes na parada, como os videogames. A Sega “queria o Saturn” na briga, mas acabou lançando Internet para o Mega Drive também. O 3DO tinha ambições, mas ficou pelo caminho. E, em 1998, o Dreamcast deu um passo definitivo para o que entendemos hoje por Internet nos games.
E não seriam só os PCs e as TVs…
A matéria explicava, em tom bom humorado, que “esta não era uma preocupação para se ter até o fim da adolescência”. E de fato, eles estavam certos. Os computadores se popularizaram e foram, por muitos anos, o ponto principal de conectividade, entretenimento, e serviços online. Mas o tempo foi passando, e mais dispositivos entraram na briga.
Foram os videogames, depois os celulares, que viraram smartphones, e enfim, as TVs, que se tornaram Smart, e ganharam acessórios que as conectam com vários serviços, de serviços à entretenimento. A Revista Videogame trouxe dois fortes candidatos, que seguem forte até hoje, mas talvez muita gente naquela época jamais imaginaria que praticamente tudo, incluindo lâmpadas, geladeiras e carros, também serviriam como pontes de conexão, oferecendo, cada um, ao seu modo, uma infinidade de serviços a seus usuários.