The Town of Light: Descubra o potencial deste insano Survival Horror
Tivemos acesso à demo alpha de The Town of Light, Survival Horror em primeira pessoa que está sendo produzido pela empresa indie italiana LKA it, confira agora o que está vindo por aí.
O principal foco do jogo é reproduzir com fidelidade um manicômio que funcionava na cidade italiana de Volterra do fim do século XIX até os anos 1970. Sem dúvidas é uma ideia que inspira muitas coisas interessantes, pois a partir daí podemos testemunhar delírios, dramas, agonias, além de mistérios relacionados à própria história do lugar que teve mais de 5000 internos, com históricos diferentes.
O sanatório está muito bem reproduzido, com bons gráficos. Cada corredor sujo e fora de ordem está tão real que muitas vezes implora para que se investigue cada canto em busca de pistas que nos ajudam a se ambientar no jogo, conhecendo a história dos pacientes e do próprio lugar, além de ajudar a cumprir os objetivos e resolver os desafios.
A protagonista Renee é uma das loucas do local, sua esquizofrenia possibilita a criação de muitos desafios e enigmas que devem ser resolvidos da forma mais delirante possível. Logo no início, se deve entrar na ala de observação, mas Renee está com um forte temor, causado por sua doença e experiência, de entrar no lugar. Deve se então resolver um enigma para que ela não se sinta mais ameaçada, a partir daí ela se sente confiante em começar a encarar seus medos.
Para ajudar com esses desafios, existe uma função de dicas que auxilia muito o jogador soltando uma orientação que evita que ele se perca. Não é algo que está lá para facilitar a vida do jogador diante de um enigma difícil, como se trata de um Survival Horror, tudo é muito confuso e impreciso, então esse sistema está lá mais para que o jogador entenda o problema em vez de saber como resolvê-lo.
Se por um lado o hospício está bem reproduzido, por outro temos um interessante método de contar a história da protagonista. O texto narrativo do jogo é contado com a ajuda de desenhos macabros que trazem uma nova opção totalmente oposta ao realismo do jogo, e apesar de ser uma novidade, acaba diminuindo a tensão que a ambientação oferece.
Muitos comentários em vários sites especulavam que o jogo seguiria a linha de algo que mesclasse o terror psicológico e o gore, como o também independente Outlast. Com a demo pode se dizer que não, o título deve seguir mais a linha de um Amnesia, mais focado no terror psicológico sem muita ação.
O motivo disso é que não há monstros no jogo, algo que se pode entender como uma verdadeira ousadia da produtora. Os inimigos contra a fragilidade do protagonista sempre se resulta em um dos elementos que mais contribuem com o medo em um Survival Horror, e abrir mão disso para confiar totalmente na ambientação pra construir a atmosfera sombria é algo que, com certeza, pode dar certo ou errado. Ainda assim se deve considerar que isso não significa que o jogo não terá ameaças.
Se por um lado a visão em primeira pessoa ajuda muito na imersão de um Survival Horror, por outro também se pode perder o apego ao protagonista, pois estamos controlando ele por meio de um avatar. A solução para esse obstáculo está compartilhada tanto na já citada narrativa, como também na trilha sonora. Existem aqueles múltiplos sons característicos de jogos do gênero e de filmes de terror, mas também há músicas melancólicas que colaboram nos dramas humanos da história.
The Town of Light parece estar cumprindo o que prometeu, mas será que apenas a ambição de recriar um lugar real é o suficiente para termos um jogo de qualidade? O título deve chegar no Outono do hemisfério norte sem data exata definida ainda, a escolha de idioma para português está indisponível, terá versões para PC, Mac e Linux e terá suporte ao Oculus Rift.