Top Gear Downforce, o último game da série de corrida mais querida no Brasil
O brasileiro tem uma relação muito especial com vários games, por vários motivos. Um destes games são os da série Top Gear, que se não foram um grande sucesso em todo o mundo, por aqui conta com fãs fiéis até os dias de hoje. A maior prova deste sucesso é o fato da brasileira Aquiris ter criado um “remake” do game, o qual conhecemos como o excelente Horizon Chase.
Horizon Chase é tão bom, inclusive, que estará presente na nova versão de Top Gear, que será relançado em forma de coletânea por outro estúdio brasileiro, a QUByte. Ou seja: o brasileiro ama esta série e mantém a série da Kemco viva até hoje.
Pelo menos os três primeiros games. Top Gear, Top Gear 2 e Top Gear 3000 fizeram muito sucesso no mundo 16-bits, trazendo boa ação em corridas com pistas bem interessantes, e a trilha sonora sendo a cereja do bolo. Apesar dos três games terem feito sucesso no Super Nintendo, o segundo jogo também saiu para o Mega Drive, o que fez a série ser um pouco mais acessível.
Mas o que nem todo mundo sabe é que a série continuou após a era 16-bits. No Nintendo 64, a série chegou a ganhar quatro outros jogos: Rally, Overdrive, Rally 2 e Hyper Bike. E, em 2000, o PS2 também receberia um novo game da série: o Dare Devil. E ainda durante a “era 128-bits”, a série ainda ofereceria RPM Tuning, que chegou para PS2, PC e Xbox. Este último, inclusive, era a tentativa da série de pegar carona tanto no sucesso de Need for Speed Underground, quanto no formato Velozes e Furiosos.
Mas no mundo portátil, a série também marcou presença, com Top Gear Pocket e Pocket 2 chegando em 1999 e 2000 ao Game Boy Color. O GBA também receberia dois jogos da série, o GT Championship e a sua própria versão de Rally. Mas foi em 2006, já nos dias do Nintendo DS, que receberíamos o último game da franquia.
Conforme o release oficial da época, Top Gear Downforce foi desenvolvido pela Tantalus Interactive, e prometia trazer “a velocidade e a fúria das corridas estratégicas para o DS com um novo ponto de vista de cima para baixo, com modelos 3D, física robusta do veículo e a capacidade de colocar perigos na superfície da pista usando a tela sensível ao toque”.
Oferecia 30 carros, com “perigos e caminhos alternativos”. E foi mais uma dentre algumas opções que queriam explorar no DS alguma boa experiência em jogos de corrida. Grid, por exemplo, trouxe uma grande opção para o gênero, e o sucesso do portátil incentivou as mais diversas apostas.
Entretanto, engana-se quem pensava que o Top Gear de DS seria como Horizon Chase é hoje. Ou seja, como uma atualização visual do passado, mas com a essência dos jogos originais. Na verdade, este game é bem diferente, pois aposta na visão por cima, em que a tela superior mostra a ação, e a inferior mostra o mapa do circuito.
Downforce também trazia a possibilidade, na tela de baixo, de bancar o Dick Vigarista e colocar armadilhas na pista para prejudicar os oponentes. Lembrando que, no multiplayer, o mesmo poderia ser feito com você. A ideia parecia muito boa, mas na prática, foi mais um game que se perdeu entre a vasta biblioteca do DS.
Desde então, a Kemco nunca mais foi a mesma. A empresa ainda existe, mas agora não tem mais a relevância que chegou a ter no passado. E, obviamente, os jogos de corrida do passado ficaram no passado, com Top Gear nunca mais ganhando algo novo. Mas, felizmente, o mesmo brasileiro que ama a série fez a sua parte para manter o legado vivo, seja através de uma nova série, que honra o jogo original, quanto através de uma coletânea que vai respeitar o legado que o “rei das locadoras brasileiras” deixou.