Análise Arkade – O retorno de Sam Fisher em Splinter Cell: Blacklist (PC, PS3, X360, Wii U)

21 de setembro de 2013

Análise Arkade - O retorno de Sam Fisher em Splinter Cell: Blacklist (PC, PS3, X360, Wii U)

Uma das séries de espionagem mais famosas dos games voltou com tudo em Splinter Cell: Blacklist. Confira nossa análise do jogo e veja como a Ubisoft uniu o melhor da ação e da furtividade nesta nova missão de Sam Fischer.

A série Splinter Cell, lançada em 2003, surgiu na época como uma das melhores alternativas para os gamers que gostam de jogos stealth, aqueles games que premiam o jogador pela furtividade. O último jogo da série, Conviction (2010), deixou de lado esta premissa para apostar num estilo com mais ação, evidenciado pela introdução do truque/habilidade Mark and Execute – algo que foi criticado pelos fãs mais ardorosos. No entanto, o novo jogo da franquia criada por Tom Clancy, Splinter Cell: Blacklist, reúne o melhor dos dois mundos: a furtividade dos jogos iniciais e a ação e os tiroteios do seu predecessor.

A história de Blacklist é bem realista, o que só beneficia o jogo: logo após os acontecimentos de Conviction, a presidenta dos Estados Unidos, Patricia Caldwell, encerra o Third Echelon e cria o Fourth Echelon, um grupo de agentes secretos que só responde à própria presidenta. Para liderar o grupo, é escolhido Sam Fisher, que tem ao seu dispor diversas traquitanas e engenhocas. A primeira missão do Fourth Echelon é combater um grupo de terroristas conhecido como Engenheiros, o qual, cansado da presença do exército americano em 2/3 do mundo, executa uma lista chamada Blacklist, que compreende uma série de atentados terroristas nos Estados Unidos.

Para combater os Engenheiros, Fisher tem um variado arsenal, que vai desde a sua fiel pistola silenciada até minas de proximidade, câmeras adesivas, um mini-helicóptero teleguiado e até mesmo uma besta (sim, nem mesmo um dos maiores espiões do mundo fugiu da febre dos arcos e bestas). Todos esses equipamentos serão úteis para o jogador, que pode seguir três estilos distintos: Fantasma (não letal e furtivo), Pantera (letal e furtivo) ou Assalto (não-furtivo e letal). Cada arma, gadget e vestimenta auxilia um estilo de jogo, então cabe ao jogador achar um conjunto que o agrade.

Ao final de cada missão, o jogador recebe pontos por tudo que fez dentro de cada estilo de jogo, o que lhe rende uma quantia em dinheiro, o qual é usado para comprar mais equipamentos ou personalizar os já adquiridos. A mecânica é ideal pro jogo, mas o prêmio financeiro ao final de cada fase é tão grande que você consegue comprar tudo que o jogo disponibiliza sem maiores problemas (ainda mais se você encaixar as missões cooperativas, que são secundárias à trama principal).

As missões sempre seguem um mesmo estilo (invada uma base, uma mansão, um esconderijo, etc), mas os cenários são bastante variados. Um ponto positivo é que todos os mapas são abertos para o jogador seguir o caminho que quiser, apesar de que todos os caminhos levam a um mesmo lugar sempre.

Ande pela sombras

Análise Arkade - O retorno de Sam Fisher em Splinter Cell: Blacklist (PC, PS3, X360, Wii U)

Apesar de o jogador poder seguir vários estilos, o preferível ainda é ser old school e ser furtivo. A quantidade de inimigos é sempre grande (ou pelo menos é o suficiente para incomodar) e uma vez detectado, eles voam para cima de Sam sem dó nem piedade. Por outro lado, andar pelas sombras e realizar mortes furtivas é o grande prazer que Blacklist proporciona. Para os jogadores com coceira no dedo, o jogo resgata o Mark and Execute, algo que o design das fases acaba “forçando” o jogador a usar algumas vezes, mas não é nada que pareça inorgânico.

O restante da jogabilidade não prejudica nem um pouco também. Aliás, pode-se até dizer que este é o ponto forte de Blacklist, pois é uma jogabilidade robusta, fácil de compreender e de se acostumar. O sistema de cobertura ainda é eficiente e pode tirar o jogador de algumas enrascadas que ele vier a se meter.

Sam Fisher em português

Assim como em outros jogos recentes da Ubisoft, Splinter Cell: Blacklist vem totalmente em português, com menus, caixinha e dublagem no nosso idioma nativo. As vozes, por sinal, são muito bem feitas, principalmente com os personagens principais. O problema fica com os NPCs, que uma hora falam em português, outra hora em inglês. As falas não dubladas em português são poucas, mas fica a dúvida se é um erro ou se é algo proposital para mostrar as diferentes nações dos personagens.

Os gráficos no geral são muito bons, com cenários bastante interativos e realistas. Pise na água e veja seu reflexo, encoste numa caixa e veja ela se mexer. O ponto negativo fica nos modelos dos personagens, que deixam a desejar. O único modelo caprichado mesmo é o de Sam Fisher, que possui o maior número de animações e detalhes.

Um cenário que merece destaque pelo design como pela funcionalidade é o avião Paladin, que serve como fortaleza aérea para o Fourth Echelon. Não se trata de nenhuma Normandy (a nave da série Mass Effect), mas o Paladin traz algumas áreas exploráveis e serve como um “menu” para o jogo, pois dentro da aeronave o jogador pode fazer melhorias, conhecer melhor os seus colegas de equipe e entender mais a fundo a história do jogo.

Espiões contra mercenários

Análise Arkade - O retorno de Sam Fisher em Splinter Cell: Blacklist (PC, PS3, X360, Wii U)

Como nem todo jogo é feito só de singleplayer, Blacklist traz de volta o consagrado modo multiplayer Espiões x Mercenários, que não volta do mesmo jeito que em Splinter Cell: Chaos Theory, mas que diverte o suficiente. Os espiões são “cópias” de Fisher e devem enfrentar os mercenários (soldados mais fortemente armados e com blindagem maior). São duas modalidades: a Clássica, que envolve batalhas 2×2, e a Blacklist, onde dois grupos de quatro jogadores se enfrentam no mesmo estilo das missões da campanha principal.

Nas missões cooperativas, Blacklist apresenta três blocos distintos, cada um representando as missões dos personagens do Fourth Echelon: Anna “Grim” Grimsdottir traz as missões mais stealth; Charlie Cole tem as missões de maior ação; e as fases de Isaac Briggs são voltadas para o estilo Pantera, mesclando furtividade e ação.

Veredito

Depois das críticas por abandonar a furtividade em Splinter Cell: Conviction, a Ubisoft parece pedir o perdão dos jogadores e fãs de Sam Fisher com Blacklist. É um jogo completo, que pretende agradar tanto gregos e troianos. A quantidade de fases, a variedade de gameplay e o bom modo multiplayer fazem deste um dos melhores jogos da série. No entanto, algumas falhas impedem que a nova iteração da franquia retire Chaos Theory do topo. Mesmo assim, fãs da série (ou de um bom jogo) devem conferir Splinter Cell: Blacklist.

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