É hora de conversar sobre Hitman, e sua proposta de vender o game em episódios separados

10 de novembro de 2016

É hora de conversar sobre Hitman, e sua proposta de vender o game em episódios separados

Hitman teve sua estreia no “mundo dos seriados” em um ritmo bem interessante. Seguindo o exemplo de games com histórias, como os da Telltale, o Agente 47 recebeu um novo formato, pelo menos para os jogos de ação: o formato episódico, com um episódio sendo vendido por meios digitais, e outros sendo adicionados de tempos em tempos, sendo vendidos em separado.

Assim como foi dito lá em março, na análise do primeiro episódio, Paris, Hitman é um game que ainda tem grandes forças em seu gameplay, criativo e que convida o jogador a descobrir inúmeras outras maneiras para matar alguém em silêncio, além de sair desapercebido do local. Isso faz com que a história, como um todo, não seja extremamente importante, ao final. Mas não compromete.

Entenda: não queremos dizer que o enredo é ruim, longe disso. A história em Hitman é aquilo o que podemos esperar de uma história com o Agente 47, com seus clichês e tudo. Sapienza, o episódio 2, nos manda para uma mansão e já mostra uma cara de “fase 2”, com um espaço maior de ação para assassinar um riquinho no mar.

Já em Marrakesh, os cenários com gente a todo momento dificulta muito o planejamento e a sutileza do protagonista, e Bangkok oferece os cenários mais belos de todo o jogo, com muita riqueza de detalhes no resort o qual o Agente 47 chega para seu próximo alvo: um cantor e seu advogado. Temos também uma fazenda típica do Colorado, nos Estados Unidos, com quatro alvos a serem eliminados.

E por fim, temos Hokkaido, um verdadeiro parque de diversões dentro de um complexo hospitalar, que nos dá como missão matar um cliente traidor e uma advogada ligada a Yakuza. As opções aqui são muitas, permitindo literalmente “se fazer de morto”, entrando no necrotério e deitando em uma das camas reservadas para os mortos. E isso só mostra o que Hitman é, ao final de sua primeira temporada: um jogo com seis fases vendidas separadamente, com a evolução ficando a cargo do gameplay, e não pela história em si.

É hora de conversar sobre Hitman, e sua proposta de vender o game em episódios separados

Por “culpa” de seriados, ou mesmo dos jogos da Telltale, quem compra um game com episódios a serem disponibilizados geralmente esperam muito da história, mas em Hitman, mesmo sendo injusto dizer isso, as pessoas podem acabar se decepcionando, com sua história um tanto mais simples do que seus “concorrentes”. Aqui, ao invés de nos aprofundarmos em intrigas e eventos marcantes para o Agente 47, temos apenas locais diferentes com mecânicas específicas para o mesmo fim: matar pessoas.

A proposta do preço, pelo menos, pode ser considerada sim uma boa aposta. Ao ser vendida por R$60, temos um preço muito mais em conta do que o usual, e pela curiosidade, até faz com que jogadores encarem o game. Mas talvez, para uma próxima oportunidade, entendendo que este formato ainda não se apresenta muito confiável e conhecido do seu público alvo, um primeiro episódio gratuito já ajudaria mais ainda a dar água na boca de possíveis jogadores, além de apresentar sua proposta de maneira mais simples e fácil.

É hora de conversar sobre Hitman, e sua proposta de vender o game em episódios separados

Como jogo, Hitman continua sendo um ótimo jogo, com suas missões simples, mas criativas. A liberdade de traçar seu próprio jeito de assassinar somado a fases (ou episódios) bem diferentes umas das outras, dão ao game o que qualquer fã do Agente 47 quer. Agora, quanto a sua proposta, um foco maior na história e um possível primeiro episódio gratuito seriam ótimas maneiras de explicar este novo jeito de se curtir um game, e de convencer ao jogador de esperar um mês para continuar a avançar no enredo.

Junior Candido

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