Voice-Chat Arkade: a revolução dos games independentes
Vez ou outra a gente te apresenta aqui na Arkade algum game independente que merece a sua atenção. Felizmente, o futuro é promissor para as pequenas produtoras indies, pois cada vez mais os pequenos projetos estão ganhando destaque no mercado!
Há anos atrás, havia muita burocracia e dificuldade para um jogo independente ser lançado em redes como Xbox Live, PSN ou Steam. Se tivessem sido lançados há uns 15 anos, games como Limbo, Super Meat Boy e Braid dificilmente se tornariam tão famosos quanto são hoje.
Felizmente, hoje em dia mais e mais desenvolvedores independentes vão ganhando seu espaço na mídia e conseguem aparecer no Desura, Steam ou qualquer outro sistema de distribuição digital que alcança milhões de jogadores por todo o mundo.
Se a coisa já melhorou – e muito – o melhor ainda está por vir, graças a duas empresas conhecidas que decidiram aumentar sua atenção ao mercado independente. A primeira é nova mas extremamente promissora no mercado nacional de jogos: a Nuuvem.
Recentemente a empresa revelou seu sistema que aumentará o número de jogos independentes que estão aparecendo por aí: provisoriamente chamado de Nuuvem Undeground, o novo sistema tem o objetivo de disponibilizar futuros projetos independentes na loja da Nuuvem.
A mecânica é extremamente simples: qualquer produtor independente pode enviar seu jogo, e uma votação ocorrerá entre os usuários. Os jogos mais votados serão vendidos na loja, e aparecerão em um setor totalmente exclusivo da loja, com o desenvolvedor ganhando 30% de comissão por cada cópia vendida.
Se o seu jogo não conseguiu votos o bastante, não é o fim do mundo: ele poderá ser enviado novamente para a votação 30 dias depois, período em que novos jogos independentes aparecerão.
A Nuuvem Underground deve ser lançada em setembro, com 100 jogos sendo vendidos na primeira leva e, obviamente, com um maior apoio aos desenvolvedores brasileiros, dando quinze posições especiais para eles.
Não paramos por aí: a Valve também decidiu abraçar os jogos independentes em sua loja virtual, o popular Steam. A empresa também abrirá uma área para os desenvolvedores independentes.
Tendo algumas similaridades com o sistema da Nuuvem, o serviço Steam Greenlight dará a oportunidade de produtoras pequenas e aspirantes a desenvolvedores postarem seus jogos, com a chance deles serem vendidos na página principal do Steam!
Uma grande diferença entre o Steam e o Nuuvem está no grau de conclusão de cada projeto: enquanto na Nuuvem Underground é preciso enviar jogos completos, o Steam Greenlight aceita projetos mais crus; basta um vídeo apresentando o conceito do jogo, algumas imagens, uma descrição e uma capa para o jogo aparecer na votação.
Outra novidade bacana vem da iniciativa da Valve em diversificar sua atuação, acrescentando aplicativos e programas ao Steam, o que deve tornar o Greenlight um canal tanto para futuros jogos quanto para aplicativos bacanas.
Com a Valve querendo lançar seu Steam Greenlight em Agosto e a Nuuvem Underground chegando em setembro, fica claro (mais uma vez) como os jogos independentes estão consolidando seu lugar no mercado dos videogames. Isso que nem mencionamos as promoções do Humble Bundle, que vende ótimos jogos indie e ainda ajuda instituições de caridade!
Hoje em dia, a indústria não está mais dominada por jogos que custam milhões de dólares e são feitos por grandes estúdios. Os pequenos estúdios, que contam com orçamentos mais modestos estão criando uma nova tendência, onde a paixão e a criatividade estão em primeiro lugar, não o dinheiro.
Nos consoles, a situação é um pouco mais complicada: as produtoras precisam respeitar rígidas diretrizes e pagar fortunas por kits de desenvolvimento ou para colocar no ar patches e atualizações de seus jogos.
O recente Fez sofreu com isso: sua produtora, a Polytron, não lançou um patch de correção para o game, pois não quer ia pagar (mais) 40 mil dólares para a Microsoft para atualizar seu título.
Apesar disso, alguns produtores não se intimidam e continuam brindando os consoles com ótimos jogos independentes, como Journey, Papo e Yo, Fez, Super Meat Boy, Limbo, Dust: An Elysian Tail e muitos outros.
Esperemos que as empresa que dominam o mercado de consoles passe a dar mais atenção aos jogos independentes, inspiradas pelo sucesso das lojas virtuais de PC. A iminente chegada do promissor console Ouya pode tirar de vez os consoles de sua “zona de conforto”.
Por todos estes motivos, fica claro que hoje, um “novato” pode entrar nesta indústria cada vez mais pela qualidade de seu produto e pela sua experiência, não pela sorte. Há cada vez mais espaço para talento e criatividade, e o sonho de “viver criando jogos” está mais perto, para que muitos novos produtores possam seguir os passos de Jonathan Blow, Team Meat, Playdead, Notch e tantos outros talentos indies.
* Este artigo foi escrito por Henrique Gonçalves, com pitacos de Rodrigo Pscheidt.