Os indicados para o Game Awards 2016 (e os pitacos Arkade)
Nos últimos anos, a comunidade gamer no mundo começou a dar mais atenção para os eventos que premiam as melhores produções no mundo dos videogames. O The Game Awards desponta como um dos principais eventos no ramo e a lista de concorrentes desse ano acaba de sair.
Enquanto o dia 01 de dezembro não chega, data quando os vencedores serão oficialmente anunciados, podemos fazer as nossas apostas. Abaixo, vocês podem conferir a lista completa, incluindo alguns comentários aqui do Arkade sobre os concorrentes e os nossos pitacos. Se concordam ou discordam, contem pra gente nos comentários ou nas enquetes na nossa página do Facebook.
Melhor jogo
Doom (id Software)
Inside (PlayDead)
Overwatch (Blizzard Entertainment)
Titanfall 2 (Respawn/Electronic Arts)
Uncharted 4: A Thief’s End (Naughty Dog/Sony)
Essa categoria, depois de alguns anos, não apresenta um favorito absoluto esse ano. Há grandes franquias que conseguiram se reinventar esse ano, como Doom e Titanfall 2, enquanto Uncharted 4 conseguiu manter o nível das produções anteriores e atender as expectativas criadas sobre ele. Overwatch é uma grata realidade, visto que era considerado antes do seu lançamento como um jogo de nicho e que não tinha espaço para todos os jogadores, mas com a Blizzard por trás da produção já se esperava bastante dele. E Inside se revelou uma ótima surpresa que o possibilitou estar disputando espaço com esses gigantes.
Nossa aposta fica entre Uncharted 4 (que pode ter a questão da exclusividade como um ponto negativo para a premiação, como aconteceu com The Last of Us) e Overwatch, que mesmo sem uma campanha single player conseguiu conquistar uma legião de fãs. Por estar em mais categorias esse ano, nossa aposta vai para a nova aventura de Nathan Drake.
Melhor estúdio e direção
Blizzard (Overwatch)
DICE (Battlefield 1)
id Software (Doom)
Naughty Dog (Uncharted 4: A Thief’s End)
Respawn (Titanfall 2)
Aqui, também não há tantas novidades. É quase como a categoria de melhor diretor no Oscar, que fatalmente acompanha a lista de melhor filme. Dentre os concorrentes, só a DICE não tem seu Battlefield 1 como jogo do ano. Contudo, pelo suporte que tem dado desde o lançamento de Overwatch e pelas constantes atualizações e novidades presentes no jogo, a Blizzard parece despontar, em um primeiro momento, como favorita.
Em anos anteriores, como costuma acontecer no cinema, esse prêmio costuma ser uma compensação para quem não vence a categoria principal. Somente ano passado é que houve uma dobradinha. Então, podemos esperar que, como esse ano não há um grande favorito, que as duas categorias premiem jogo e desenvolvedora diferentes.
Melhor narrativa
Firewatch (Campo Santo)
Inside (PlayDead)
Mafia III (Hanger 13/2k)
Oxenfree (Night School Studio)
Uncharted 4: A Thief’s End (Naughty Dog/Sony)
Mais uma vez, a surpresa Inside se coloca presente, o que mostra o quanto o jogo conquistou a crítica especializada. Provavelmente não levará o prêmio de melhor jogo, mas é possível que receba o reconhecimento devido em uma das outras categorias onde está presente. Com uma narrativa cativante e desafiadora, é possível que seja premiado nessa categoria, que ainda conta com o amadurecimento da franquia Uncharted e a densidade de Mafia III.
Oxenfree, por sua vez, surpreendeu em conseguir tratar de personagens e de uma história complexa em poucas horas de campanha, tal como Firewatch. Mas não nos surpreenderemos com a vitória de um jogo fora do grande circuito nessa categoria.
Melhor direção de arte
Abzu (Giant Squid/505)
Firewatch (Campo Santo)
Inside (PlayDead)
Overwatch (Blizzard Entertainment)
Uncharted 4: A Thief’s End (Naughty Dog/Sony)
Outra categoria onde os desenvolvedores independentes tem abusado nos últimos anos. Não é surpresa ter aqui mais jogos indies do que produções de grande orçamento, que tem se mantido, em termos gerais, mais conservadores nesse aspecto. Claro que o nível de detalhamento de Uncharted 4 e o estilo de traço de Overwatch são primorosos, mas podemos esperar aqui pelo reconhecimento do trabalho inventivo dos demais.
A aposta do Arkade fica para Abzu, belíssimo e surpreendentemente imersivo, mas não nos surpreenderemos se Firewatch ou Inside levarem o prêmio, pois também seria merecidíssimo.
Melhor design musical e sonoro
Battlefield 1 (DICE/Electronic Arts)
Doom (id Software/Bethesda)
Inside (PlayDead)
Rez Infinite (Enhance Games)
Thumper (Drool)
Certamente que Battlefield 1 e Doom são muito bem sucedidos na criação da atmosfera proposta por eles. Inside já dispensa comentários pelo belíssimo trabalho artístico do coletivo e Rez Infinite parece explorar o potencial sonoro da imersão da realidade virtual como poucos tem se preocupado ultimamente.
Todavia, Thumper conseguiu trazer uma novidade pulsante ao gênero saturado de jogos de ritmo e consegue hipnotizar o jogador de uma forma pulsante e intensa, o que pode lhe conferir um favoritismo nessa categoria, mesmo não sendo tão complexo quanto os demais. Mas a nossa aposta ainda fica com a ambientação incrível proporcionada pela DICE na abordagem de Battlefield 1.
Melhor performance
Alex Hernandez como Lincoln Clay (Mafia III)
Cissy Jones como Delilas (Firewatch)
Rich Summer como Henry (Firewatch)
Emily Rose como Elena (Uncharted 4: A Thief’s End)
Nolan North como Nathan Drake (Uncharted 4: A Thief’s End)
Troy Baker como Sam Drake (Uncharted 4: A Thief’s End)
Essa categoria conta com alguns dos nomes mais premiados e reconhecidos do mercado de atuação e dublagem em jogos, a se destacar principalmente Troy Baker e Nolan North, que são quase que símbolos dessa área. Pelo número de indicações e pela emoção conferida aos personagens, é provável que o prêmio fique mesmo nas mãos de Uncharted 4, mas talvez, para fugir de nomes óbvios, a premiação possa reconhecer o belo trabalho de Emily Rose dando algumas camadas a mais de profundidade a Elena, algo que se destaca principalmente quando se compara com os games anteriores da franquia.
Entretanto, não há como esquecer que o trabalho em Mafia III e principalmente em Firewatch está incrível. Não estranho é o fato da produção indie ter duas indicações também. Não seria má ideia premiar o trabalho tocante da produção.
Maior impacto social
1979 Revolution (iNK Stories)
Block’Hood (Plethora Project/Devolver Digital)
Orwell (Osmotic Studios/Surprise Attack)
Sea Hero Quest (Glitchers)
That Dragon, Cancer (Numinous Games)
Taí uma categoria onde não se sabe bem o que esperar, ou mesmo quais são os critérios para a avaliação. São trabalhos desconhecidos, em sua maioria, do grande público (ao menos aqui no Brasil) e, exatamente por isso, fica difícil conseguir entender qual teria o maior impacto social, ficando relegados a um impacto mais educacional, talvez. Mas enfim, não temos um pitaco a apontar aqui.
Melhor jogo independente
Firewatch (Campo Studio)
Hyper Light Drifter (Heart Machine)
Inside (PlayDead)
Stardew Valley (ConcernedApe/Chucklefish Games)
The Witness (Thelka, Inc.)
Ainda que seja uma categoria repleta de ótimas produções, é inegável que há um favoritismo para Firewatch, visto o número de categorias onde está presente e, principalmente, Inside, tanto pela evidente qualidade técnica, narrativa e artística, quanto pela providencial presença do jogo na categoria principal. É muito difícil, portanto, que não seja ele o vencedor desta categoria, com todos os méritos.
Melhor jogo mobile
Clash Royale (Supercell)
Fire Emblem Fates (Intelligent Systems/Nintendo)
Monster Hunter Generations (Capcom)
Pokémon GO (Niantic )
Severed (Drinkbox Studios)
Ano muito bom para o seguimento mobile, com ótimos lançamentos e com a presença cada vez mais forte das grandes empresas da área. Clash Royale trouxe inclusive a categoria para um novo patamar em termos de divulgação e propaganda, com uma campanha intensa na TV (que conta no Brasil até com o humorista Marcelo Adnet como garoto-propaganda). Monster Hunter Generations segue com um nome fortíssimo no mercado e com uma legião de fãs, bem como Fire Emblem Fates.
Mas, como não poderia deixar de ser, não tem como negar a importância que Pokemon Go tem para o mercado mobile e de jogos como um todo por toda a repercussão pública que causou e por trazer algo de novo para um novo público. Ainda que enquanto jogo possa não ser tão impactante quanto os concorrentes, ele é, sem dúvidas, a nossa aposta.
Melhor jogo de realidade virtual
Batman: Arkham VR (Rocksteady Studios/WBIE)
EVE Valkyrie (CCP Games)
Job Simulator (Owlchemy Labs)
REZ Infinite (Enhance Games)
Thumper (Drool)
Essa é uma nova categoria que, seguindo a tendência das premiações do gênero, sempre abraçam as inovações, ao contrário do conservadorismo de outras mídias. Ao mesmo tempo, difícil prever o tipo de critério de avaliação, já que é algo que estamos todos descobrindo ainda. Enquanto REZ Infinite e Thumper propõem uma experiência quase que visceral ao envolver o jogador, EVE Valkyrie, Batman: Arkham VR e Job Simulator apostam na imersão.
Fazer apostas aqui é difícil, mas com outras indicações em categorias diferentes, talvez REZ Infinite e Thumper estejam um passo adiante, mesmo considerando a marca forte da franquia Arkham.
Melhor jogo de ação
Battlefield 1 (id Software/Bethesda)
Gears of War 4 (The Coalition/Microsoft Studios)
Overwatch (Blizzard Entertainment)
Titanfall 2 (Respawn/Electronic Arts)
Doom (id Software)
Considerando que 3 dos 5 indicados estão também concorrendo a jogo do ano, esse ano parece ser dos jogos de ação e, mais especificamente, do sub-gênero de FPS. O ótimo Gears os War 4 ficou de fora das demais categorias e corre por fora aqui. Doom e Battlefield 1 aparecem fortes, mas o prêmio não deve fugir das mãos de Overwatch e Titanfall 2, ambos com uma ótima recepção de crítica e de público.
Pela completude que envolve campanha single player e o multiplayer, talvez Titanfall 2 possa agradar mais os votantes, mas não duvido nada que Overwatch pode abocanhar essa e tantas outras categorias pela bela surpresa que foi esse ano.
Melhor jogo de aventura
Dishonored 2 (Arkane Studios/Bethesda)
Hitman (IO Interactive/Square-Enix)
Hyper Light Drifter (Heart Machine)
Ratchet & Clank (Insomniac Games/Sony)
Uncharted 4: A Thief’s End (Naughty Dog/Sony)
Essa é uma categoria com uma certa crise de identidade. Comparar esses indicados é algo bastante estranho, já que muitos deles se encaixariam melhor na categoria de ação, mas, considerando o escopo dos indicados, parece que nenhum deles tem a força de Uncharted 4: A Thief’s End, presente em muitas outras categorias e forte candidato a Game of the Year. Uma surpresa aqui seria bem-vinda, mas é uma das que menos se pode esperar uma decisão surpreendente.
Melhor jogo de RPG
Dark Souls 3 (Bandai Namco)
Deus Ex: Mankind Divided (Eidos Montreal/Square-Enix)
The Witcher 3: Wild Hunt – Blood and Wine (CD Projekt Red)
World of Warcraft: Legion (Blizzard Entertainment)
Xenoblade Chronicles X (Monolith Soft/Nintendo)
Estranho essa categoria comportar algumas expansões de jogos completos, inclusive a do vencedor do ano passado da categoria. Mas acreditamos que seria um certo desserviço para o mercado premiar uma DLC em detrimento de jogos inteiros de qualidade tão alta. Melhor seria ter uma categoria específica para se premiar esses conteúdos complementares. Além de mais justo, seria um ótimo reconhecimento a quem faz um bom trabalho em aumentar a vida útil de forma digna de suas produções.
Mas enfim, esperamos que essa categoria esteja nas mãos de um game completo. Pela grandiosidade do universo a ser explorado e pela complexidade dos pequenos detalhes, Xenoblade Chronicles X é um sério candidato ao prêmio, até pela ausência da Nintendo na grande maioria das demais categorias, mas Dark Souls e Deus Ex são fortíssimos também e não seriam azarões, caso levassem o prêmio.
Melhor jogo de luta
Killer Instinct Season 3 (Iron Galaxy Studios/Microsoft Studios)
King of Fighters XIV (SNK/Atlus USA)
Pokkén Tournament (Bandai Namco Studios/The Pokémon Co.)
Street Fighter V (Capcom)
Outra categoria que parece, ao que tudo indica, não traz nenhum concorrente tão mais forte que os outros na disputa. Killer Instinct já concorreu quando quase ninguém tinha jogado e perdeu e não vemos a terceira temporada tão forte assim para vencer esse ano. King of Fighters XIV surpreendeu os fãs, inclusive os mais céticos quanto as mudanças estéticas, mas a repercussão pós-lançamento, ao menos na nossa percepção aqui, parece bastante fraca.
Pokkén Tournament criou uma grande expectativa, mas teve uma recepção morna pela crítica e Street Fighter V sofreu críticas sobre a completude de seu conteúdo, o que foi sendo dissolvido, ao menos em parte, durante o ano. Por ser o único dos 4 a figurar em outra categoria além dessa, pela força da marca e pela fidelidade da comunidade, bem como pela qualidade do gameplay em si, parece ser uma aposta mais segura.
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