5 jogos de RPG em turnos retrô
Com jogos cada vez mais interativos, os jogos de RPG em turnos andam perdendo cada vez mais espaço, geralmente sendo desenvolvidos por pessoas independentes ou por empresas que possuem franquias de longa data.
Mesmo estas, que tinham as batalhas em turnos bem consolidadas, acabaram mudando ao longo dos anos, como é o caso de Final Fantasy, enquanto outras permanecem com a mesma fórmula, como em Pokémon.
Como os jogos de RPG em turnos ainda têm uma significativa legião de fãs, decidimos fazer uma lista com cinco jogos do gênero vindos do passado. Procuramos sair um pouco dos mais óbvios.
1 – FINAL FANTASY V (Super Nintendo – 1992)
O favorito do produtor Hironobu Sakaguchi antes da chegada de Final Fantasy IX, este é o típico jogo “carismático” mesmo dentro de todas as suas limitações técnicas e com uma história clichê de “vilão malvado que quer dominar o mundo e temos que salvá-lo”.
No entanto, como Sakaguchi sempre foi um bom contador de histórias, era óbvio que o jogo não ia se resumir apenas a isso, com diversos momentos marcantes, incluindo mortes de personagens que podem fazer o jogador “suar pelos olhos” mesmo com gráficos tão simplórios, revelações bombásticas e uma trama muito boa de acompanhar.
Sabe aquela história que é um pouco previsível, ao mesmo tempo te surpreende em alguns momentos? Aquele roteiro que você, ao progredir no game, fica se perguntando “quando isso vai acontecer, hein?” “Não vejo a hora de tal fato acontecer”.
E é lógico, a jogabilidade dele também é de excelência, com um sistema muito rico em possibilidades graças ao sistema de jobs que mudam a vestimenta dos personagens nas batalhas. Há o mago negro, maga branca, guerreiro, monge etc. Por fim, a trilha sonora também marca presença, com o genial Nobuo Uematsu fazendo mais um excelente trabalho. Infelizmente, ele não chegou ao Super Nintendo ocidental nos anos noventa, mas hoje em dia é facilmente acessível com os relançamentos da Square-Enix.
2 – PHANTASY STAR IV (Mega Drive – 1993)
Hoje em dia as pessoas conhecem mais a série Phantasy Star pela edição Online que nasceu no Dreamcast como um RPG de ação, mas a origem se dá no Master System (lembrado por muito brasileiros) como um jogo em turnos e o desfecho da série clássica se dá com o Phantasy Star IV.
Considerado pela maioria dos fãs da era clássica como o melhor jogo da série, ele não inova tanto quanto os anteriores, mas pega tudo que há de melhor nos games anteriores e procura “turbinar” para proporcionar uma experiência épica. As cenas são representadas por avatares em anime, a história tem uma progressão rápida e bem dinâmica, algo um pouco atípico para os RPGs do gênero, além de que tudo é muito intenso.
Em jogabilidade ele também se destaca, com direito a magias duplas e triplas, bons efeitos para o console, diversos veículos, viagens interplanetárias e por aí vai. Phantasy Star IV é, simplesmente, o RPG “de luxo” para o Mega Drive.
O mais próximo de um jogo com ênfase na narrativa tivemos com o Phantasy Star Universe, com a icônica cena do cassino e da roleta que lembra os mesmos que vemos no Netbet (clique aqui para jogar com a NetBet).
3 – VALKYRIE PROFILE (PlayStation – 2000)
O jogo mais “cult” da lista, dificilmente você encontrará uma pessoa que não esteja nos extremos com esse game. Ou a pessoa o ama muito, ou o odeia. Isso porque ele conta com diálogos enormes, sendo que a abertura tem cenas não interativas com quase uma hora de duração, explicando toda a missão da Valquíria e as primeiras almas que ela levará para o mundo de Valhalla.
No entanto, os diálogos grandes resultam em uma história muito bem desenvolvida, com vertentes poéticas e bastante dramática, já que a protagonista é uma deusa da morte que pressente quem irá morrer e vai coletar as almas dessas pessoas. Evidentemente, as histórias por trás da morte de cada um dos personagens dá um tom bastante melancólico ao game.
Além disso, a reta final do desfecho verdadeiro leva a uma série de questionamentos do jogador e também é muito épica, onde coisas bem estruturais acabam sendo desconstruídas. Aquele vilão que era visto como o cara “mal que deve ser combatido” talvez tenha uma parcela de razão em suas loucuras, enquanto os deuses nórdicos possuem atitudes suspeitas que demonstram falhas graves de caráter. No fundo, parece que ninguém está totalmente certo, e todos acreditam que estão fazendo o melhor.
Fora a história, a direção de arte também chama bastante atenção, com artes muito belas; a trilha sonora também combina com cada uma das cenas propostas; e as animações das magias nas batalhas também merecem destaque. Enfim, um jogo excelente em todos os pontos, mas para poucos.
4 – BREATH OF FIRE IV (PlayStation – 2003)
Agora indo para um jogo mais comercial, a série Breath of Fire propõe que, em todos os títulos, há os mesmos personagens-chaves, mas em histórias completamente diferentes, não tendo um conexão com o outro.
O IV se destaca entre os anteriores por seus visuais bonitos que conseguem ser agradáveis até os dias de hoje mesmo com o passar dos anos, batalhas dinâmicas e uma história com personagens envolventes.
5 – LUNAR: THE SILVER STAR (Sega CD – 1993)
Clássico do SEGA CD, este ficou famoso por ser um dos primeiros games a usar cenas em FMV no gênero, com direito a cenas em anime e uma trilha sonora de alta qualidade graças a capacidade de CD-ROM do periférico do Mega Drive. Pelo pioneirismo , alcançou o estrelato e se tornou sucesso de público e crítica e é lembrado até hoje.
Do resto, ele compartilha de todos os elementos que faziam sucesso nos jogos de sua época: entra em cidades para comprar equipamentos, nas dungeons há batalhas aleatórias, há uma história que, apesar de bem clichê, é envolvente, e o jogo é divertido. Talvez para os padrões de hoje ele esteja com o “peso da idade”, com animações fracas e visuais bem antiquados, mas para aqueles que não têm preconceitos com jogos de outra época, merecem dar uma conferida.