Análise Arkade: salvando a humanidade com Jettomero: Hero of the Universe
No mundo dos games, é comum salvarmos a raça humana de aliens e robôs gigantes destruidores… mas e que tal se pudéssemos SER um robô gigante? Essa é a proposta de Jettomero: Hero Of The Universe, game totalmente “fora da caixa” que você conhece melhor em nossa análise completa!
Um herói solitário
Jettomero é o nome de nosso protagonista, um robô gigante e desmemoriado que acha que sua missão é salvar a humanidade. Ele não sabe exatamente porque deve fazer isso, mas este é seu propósito.
O problema é que a humanidade não está mais na Terra: depois de uma invasão alienígena, os humanos se espalharam pelo espaço, colonizando diversos planetas diferentes. Como entender melhor com o que estamos lidando é uma parte importante da trama, iremos viajar por diversos sistemas solares, salvando (ou não) seres humanos em dezenas de mundos diferentes.
Conforme explora outros mundos, nosso herói vai encontrando outras criaturas gigantes, e, obviamente, acredita que sua missão é eliminá-las. Sempre que um desses monstros é derrotado, um breve puzzle no estilo caça-palavras nos apresenta um pouco mais da história de Jettomero e da debandada dos humanos ao espaço, o que traz algumas revelações bem impactantes ao nosso desajeitado robozão.
Salvando a raça humana. Ou não.
Apesar de suas intenções serem nobres, Jettomero tem um pequeno problema. Na real é um grande problema: ele é um robô gigante indestrutível. E ele também é um pouco desastrado, de modo que, ao pousar em um planeta, ele mais destrói coisas do que as protege. Logo ele começa a ser alvo de mísseis e bombas sempre que pousa… o que não é realmente um problema, considerando que ele é indestrutível.
Claro que ele não causa o caos por querer, e conforme vai tropeçando em prédios e colidindo com naves, Jettomero vai soltando comentários simpáticos e se desculpando aos pobres humanos que (supostamente) estão sendo pisoteados.
Confira meia hora de gameplay para entender um pouco de como o game funciona:
Em termos de gameplay, Jettomero: Hero Of The Universe é simples até demais: simplesmente voamos com o robô de um planeta à outro, “salvando” seres humanos e buscando os monstros gigantes que dão sequência aos flashbacks que desenvolvem a história. As batalhas em si são duelos de raios laser, mas o que a gente de fato joga é só um mini-game de quick time events.
Não há muito o que fazer nos planetas além de destruir coisas e coletar células de combustível (que você usa para decolar). Também é possível coletar novas peças para o seu robô –cabeças, braços, pernas e troncos — que são apenas itens cosméticos, e mudam o visual dele.
Geralmente há uma criatura gigante em cada sistema solar, então depois que encontrar e derrubar o bicho, você já pode voar até o buraco de minhoca mais próximo para visitar outro sistema, se quiser.
Um jogo relaxante
Sendo bem sincero, há bem pouco o que se fazer em Jettomero. Simplesmente explore um sistema solar até encontrar um monstro, derrote-o, vá para outro sistema solar e repita o processo. Em termos de conteúdo, o jogo deixa bastante a desejar, e repete mais do que deveria o pouco que tem.
Porém, jogar Jettomero é uma experiência extremamente relaxante. Não sei explicar, mas é simplesmente muito prazeroso voar com um robô gigante pelo espaço sideral, curtindo a trilha sonora super atmosférica e causando destruição acidental aqui e ali.
Grande parte disso se deve ao carisma do robô: é simplesmente impossível não gostarmos de Jettomero e do seu jeitão inocente, meio pateta, se desculpando por tudo e andando todo molenga. Ele é como uma criança aprendendo a andar… uma criança com centenas de metros de altura e que deve pesar algumas toneladas, mas ainda assim, uma criança.
Também é fácil se deixar levar pela estética futurista-retrô do game. Jettomero parece saído de um filme de ficção científica dos anos 20, e o visual cel shaded deixa tudo com uma cara de história em quadrinhos que é muito simpática. Ah, e o game ainda tem um Photo Mode super maneiro, com filtros que o deixam ainda mais estiloso!
Conclusão
Jettomero é um jogo esquisitão, simples até demais e um bocado repetitivo. Porém, ele também é relaxante, carismático e gostoso de jogar. Tenho certeza que este é o tipo de jogo que não é para todo mundo, mas deve agradar quem curte experiências diferenciadas, que sejam meio “fora da caixa”.
Como jogo, eu acho que a proposta foi bem mal aproveitada. Mas como experiência, como algo para se jogar sem pressa, só curtindo a rotina solitária e simpática de um robô que só quer fazer o bem, Jettomero: Hero of the Universe é facilmente recomendável.
Acho que no fim das contas, a aventura espacial de Jettomero tem a mesma vibe de Journey e Abzû (ainda que seja completamente diferente deles): é o tipo de jogo mecanicamente simples, mas com uma jornada tão agradável que é difícil a gente não gostar. Eu pelo menos, curti, e já quero um bonequinho do Jettomero para deixar na minha mesa. <3
Jettomero: Hero of the Universe foi lançado em 15 de setembro, e está disponível para PC (via Steam) e Xbox One por um precinho bem camarada. A versão PC está totalmente em português brasileiro. No Xbox, já há um patch planejado para acrescentar nosso idioma ao game.