Análise Arkade: Tokyo Tattoo Girls tenta ser um jogo de estratégia com waifus
Você gosta de jogos de estratégia? E de garotas tatuadas? Se você respondeu “sim” para estas duas perguntas, Tokyo Tattoo Girls é o seu jogo!
Meninas superpoderosas
Em um futuro distópico, Tóquio virou palco de uma disputa territorial entre garotas tatuadas. As tatuagens das moças lhes concedem poderes e habilidades sobre-humanas, de modo que elas reinam absolutas, cada uma administrando seu respectivo distrito.
Impotente, o governo japonês limitou-se a criar uma zona de contenção, dentro da qual as garotas podem literalmente viver da forma que quiserem, sem terem que se preocupar com leis e outras bobagens. Mais ou menos como Arkham City, Tóquio é uma cidade sem lei, onde as mais poderosas dominam.
Aí é que entra o jogador: no papel de Tattoo Master, você deve escoltar uma nova garota em uma missão de retomar a cidade, derrotando cada uma das 23 líderes e reunificando seus territórios.
Temos 6 garotas diferentes para apadrinhar, e, embora todas enfrentem basicamente a mesma campanha, a personalidade e a abordagem de cada uma delas é completamente diferente das demais.
Tatuando e conquistando
O gameplay de Tokyo Tattoo Girls é tão simples que mal chega a ser gameplay de verdade. As interações entre jogo e jogador são mínimas, o que aproxima o game do gênero visual novel, ainda que aqui o viés seja outro. Na prática, temos um mapa com todos os distritos de Tóquio visíveis, e devemos ir ampliando nossa presença e conquistando novos distritos, um de cada vez.
Não pense que isso é feito em épicas batalhas por turnos campais, tampouco em combates frenéticas no estilo musou: quase tudo é resolvido na base do papo, e no meio da conversa teremos que escolher uma frase que seja intimidadora e amigável o suficiente para merecer o respeito da rival.
Claro que apesar disso ela vai querer sair no braço contigo, mas quando a porradaria come solta, apenas assistimos uma animação sem graça de batalha que parece saída diretamente de um gibi da Turma da Mônica.
Para aumentar o poder de sua protegida, você deve investir a grana que ganha em tatuagens, e aplicá-las diretamente no lombo da moça. Você não pode escolher ou criar desenhos, simplesmente aplicar alguns modelos já prontos. As tatuagens melhoram dois atributos das moças: Carisma e Intimidação, habilidades úteis na fina arte do poder e controle.
O medidor mais importante, porém, é o de Honra. Pelo que pesquisei, a única forma de vermos uma tela de Game Over aqui é quando esta barra se esvazia, mas eu não entendi o que realmente faz ela se esvaziar. Porém, a escolha feita antes do combate pode recuperar (ou não) um pouco da Honra. Ou seja, fazer as escolhas certas é importante para não perdermos, ainda que nunca fique realmente claro qual seria a “escolha certa”.
Com tudo isso, quero dizer que: Tokyo Tattoo Girls é um jogo confuso. Vamos interagindo com as chefes de cada distrito, fazendo escolhas (que parecem meio aleatórias) em diálogos e marcando a pele das meninas com tatuagens que aumentam seus atributos. E isso é tudo o que há para se fazer no game.
Audiovisual
Tokyo Tattoo Girls é um jogo japonês com cara de jogo japonês. Temos waifus com visual de anime, trajes reveladores, vozes finas e personalidades um tanto genéricas. Vemos as meninas apenas em cenas parcialmente estáticas durante os diálogos, que geralmente rolam diante de um cenário bem interessante.
As dublagens em japonês possuem aquele carisma um bocado irritante que também é característico de jogos nipônicos. A trilha sonora é bacana, mas se repete um bocado simplesmente porque o jogo também é um loop de situações que vão se repetindo.
Conclusão
Tokyo Tattoo Girls é um jogo estranho. Ele tenta se um jogo de estratégia, mas tudo é tão simples, tão básico que ele parece mais um visual novel que queria ser um jogo de estratégia. Sem muito o que “jogar” de fato, a gente basicamente assiste o desenrolar da história, apertando um botão aqui e ali para cumprir pequenos objetivos.
Eu não sabia exatamente o que esperar do jogo, mas queria que ele fosse mais… jogo, sabe? Com mais gameplay. Do jeito que está, Tokyo Tattoo Girl é uma experiência rasa e superficial, que esbanja estilo, mas peca pela falta de conteúdo. Minha experiência com ele não foi ruim, mas também não foi boa, o que coloca Tokyo Tattoo Girls naquele limbo de títulos que a gente mal lembra de ter jogado depois de algum tempo.
Tokyo Tattoo Girls foi lançado em 14 de novembro, com versões para PC e PS Vita. O game está com áudio em japonês e menus e legendas em japonês.