Análise Arkade: City of Brass e suas Mil e Uma Noites de perigos procedurais
Prepare-se para encarar caveiras, gênios malvados e armadilhas insanas em busca de tesouros pelas ruas procedurais de City of Brass, game divertido e desafiador que acaba de ser lançado!
A cidade de Brass
City of Brass nos coloca na pele de um intrépido ladrão, disposto a entrar e sair da cidade de Brass carregando a maior quantidade possível de tesouros e preciosidades.
O problema é que a cidade é amaldiçoada, e definitivamente não quer ser roubada por qualquer um: ela irá reencarnar esqueletos guerreiros e ativar armadilhas para te impedir de sair vivo de lá.
Assim, munido apenas de uma cimitarra e um chicote multi-uso, seu trabalho é aventurar-se pelas ruas de Brass, evitando armadilhas e enfrentando inimigos para tentar achar a saída antes que as Areias do Tempo se esvaiam da ampulheta.
Mil e Uma Noites de perigo
City of Brass não é realmente um jogo preocupado em contar uma história, mas em testar sua atenção, seus reflexos e suas habilidades. Cada fase do game é uma sequência procedural de ambientes, com obstáculos, armadilhas e inimigos esperando por você.
O chicote é o maior diferencial do game e — ouso dizer — que City of Brass é o game que melhor utiliza todas as possibilidades desta exótica arma (#chupaCastlevania), tanto no combate quanto na exploração.
Você pode usá-lo para atacar (obviamente), mas o ataque muda de acordo com o lugar atingido: na cabeça, você atordoa um inimigo, no braço, ele é desarmado, enquanto uma chicotada na perna derruba o inimigo. Aí basta dar umas espadadas para despachar o adversário.
E não para por aí: o chicote também pode ser usado para puxar certos objetos e acionar alavancas. Além disso, você pode usá-lo em certos ganchos para içar o personagem, escapando de perigos e podendo inclusive acessar novas áreas.
Confira abaixo meu gameplay de uma fase completa:
O senso de evolução fica por conta dos upgrades: os tesouros são convertidos em grana, que você usa para melhorar seus equipamentos ou mesmo acionar “perks” que facilitam a sua vida, desativando armadilhas ou summonando animais e guerreiros espectrais para lutarem ao seu lado.
Piores que os inimigos, são as armadilhas, e elas chegam de todas as formas: temos pisos falsos sobre espinhos, violentos jatos de areia, línguas de fogo repentinas, lâminas saindo das paredes, e muito mais. Estar atento é essencial, pois as armadilhas costumam estar muito bem “camufladas” no cenário.
No geral, City of Brass é aquele tipo de jogo que a gente não joga necessariamente para “ver o final”, mas para ver quão longe conseguimos ir. Até porque, cada morte é um recomeço do zero, então, ir até o final é algo — no mínimo — trabalhoso.
Audiovisual
Já de cara a ambientação de City of Brass impressiona. O game traz uma ambientação no estilo Mil e Uma Noites, cenário surrealmente belo e cheio de possibilidades que é surpreendentemente mal aproveitado no mundo dos games (#sddsPrinceOfPersia). Os cenários são incríveis, e a direção de arte, idem.
O áudio segue a mesma linha, trazendo músicas incidentais que combinam com o clima “arábico” do game. Apesar disso, o que se destaca são os sons ambientes: tosses e murmúrios realmente nos colocam dentro do game, em um nível de imersão que eu confesso que nem esperava encontrar aqui.
A iluminação também tem um papel importante no quesito “imersão”: o game é muito bem iluminado, e a luz cria todo um clima de mistério que combina muito bem com a temática. City of Brass não é o jogo mais bonito do ano, mas sem dúvida é um dos mais estilosos e atmosféricos.
Conclusão
City of Brass é um jogo desafiador, com boas mecânicas que devem ser dominadas à perfeição caso o jogador queira sair vivo — e rico — da cidade.
Eu gostaria muito que um jogo deste naipe trouxesse uma experiência mais tradicional — tipo uma história, uma campanha, saca? Do jeito que está, ele se torna apenas uma sucessão aleatória de salas de desafio, quando podia ser bem mais do que isso.
Isso não necessariamente estraga o jogo, mas deixa aquela sensação de potencial desperdiçado. Seu mundo é tão envolvente que eu realmente queria descobrir que histórias ele tem para me contar. E temos ex-produtores de Bioshock nos bastidores, ou seja, contar histórias em videogames não seria nenhuma novidade pra esses caras.
De qualquer modo, é um bom jogo, e se você está em busca de uma boa leva de desafios procedurais, sem dúvida vai encontrar várias horas de diversão aqui.
City of Brass foi lançado ontem (04/05), com versões para PC, PlayStation 4 e Xbox One. O game possui menus e legendas em português brasileiro. Este review foi feito com base na versão PS4 Pro do game, que recebemos antecipadamente para fins de análise.