Análise Arkade Mobile: Homo Machina é uma fantástica jornada pelo corpo humano
Prepare-se para fazer uma viagem incrível por dentro do corpo humano. Homo Machina é um mobile game surpreendente, lúdico e criativo, confira nosso review!
Uma homenagem a Fritz Kahn
Fritz Kahn foi um médico alemão que nasceu em 1888, e ficou famoso por ilustrar o organismo humano de formas bem diferentes do convencional. Ele imaginava o corpo humano como uma grande máquina, na qual pequenos operários acionavam válvulas e manivelas para manter tudo funcionando.
Esta é uma de suas obras:
Homo Machina parte exatamente desse princípio, e nos permite visitar a grande máquina que é o corpo humano imaginado por Fritz. Acompanhando a agenda do “Diretor” (que é o cérebro), devemos cumprir atividades básicas para a subsistência de um ser humano, desde coisas como abrir os olhos até bombear o sangue e filtrar o ar que respiramos.
O game retrata estas atividades de forma bastante lúdica, e podemos literalmente ver os “operários” cuidando das máquinas e circuitos que mantém o corpo humano funcionando. E, claro, devemos ajudá-los em suas atividades, resolvendo puzzles e interagindo com os mecanismos.
Há até uma historinha rolando, para dar um senso de jornada à ação: nosso personagem tem um encontro naquela noite, e a ideia do game é acompanharmos um dia da sua vida até o momento dele ir ao seu encontro.
Controlando o corpo
Homo Machina é uma sucessão de pequenas situações temáticas, que nos ajudam a conhecer diferentes partes do corpo, e entender mais ou menos como elas funcionam, ainda que de forma um tanto fantástica e sem muito compromisso com a realidade.
Por exemplo: o olho humano no game, funciona mais ou menos como uma câmera fotográfica. Você deve abrir o “obturador” para permitir a entrada de luz, ajeitar o foco para focalizar as imagens, e por aí vai.
A campanha é curta, mas divertida e bem variada. Iremos controlar os olhos, a boca, os ouvidos e o sistema digestivo, filtrar o oxigênio que entra pelo nariz, ajudar o coração a bombear sangue para o corpo, criar receitas químicas nas glândulas suprarrenais para liberar substâncias no organismo , e muito mais.
Audiovisual
Homo Machina é muito bem resolvido visualmente. Ele tem cara de infográfico moderninho, mas, como já dito, emula perfeitamente o visual das obras de Fritz Kahn, com o diferencial que aqui tudo é animado, e sempre há pessoinhas interagindo e coisinhas se mexendo pela tela.
O game traz uma trilha sonora instrumental suave que casa perfeitamente com a vibe tranquila do game, mantendo o jogador relaxado sem tirar sua atenção do que importa. Na parte em que controlamos o ouvido, a música ganha ainda mais destaque, pois o som é incorporado ao gameplay de forma muito bacana.
Homo Machina está todo legendado em português, e seu humor bonitinho rende alguns diálogos bem interessantes, especialmente entre o “Diretor” e sua secretária multi-tarefas. Em alguns momentos fica a impressão que é português de Portugal, mas dá para entender tudo perfeitamente.
Conclusão
Homo Machina é um dos mobile games mais criativos que tive o prazer de jogar ultimamente. Ele é simples e acessível, com puzzles interessantes e uma historinha super simpática sendo desenvolvida. Não por acaso, o game levou (merecidamente) o prêmio de melhor jogo mobile de 2018 no Games Connection Development Awards.
A gente sabe que o corpo humano não funciona dessa maneira (infelizmente, seria bem legal se fosse assim, hein?), mas no mundo dos games tudo é possível, então tá beleza. Videogame é isso: magia, fantasia e enganação em prol da diversão.
Nada do que vemos em Homo Machina é cientificamente apurado, então não sei se ele pode ser considerado um jogo educativo. Porém, ele tem extremo valor por ser lúdico, e por nos dar uma visão criativa e divertida do funcionamento do nosso organismo.
Homo Machina está sendo lançado hoje para iOS e Android.