Análise Arkade: Chiki-Chiki Boxy Racers, um party game disfarçado de jogo de corrida

22 de setembro de 2018

Análise Arkade: Chiki-Chiki Boxy Racers, um party game disfarçado de jogo de corrida

Existe um tipo de jogo de corrida que eu não sei exatamente como categorizar, e por isso me acostumei a chamar de “jogos de autorama”. A análise de hoje é de um desses games, o simples, mas divertido Chiki-Chiki Boxy Racers!

Como assim jogos de autorama?

Antes de entrarmos na análise propriamente dita, permita-me explicar o que são os tais “jogos de autorama” a que me refiro. O mundo dos games de corrida divide-se basicamente entre jogos tipo arcade (tipo Burnout) e simuladores (tipo F1), mas também há espaço para jogos de kart (tipo All-Star Fruit Racing, ainda que ele não seja um grande exemplo do gênero).

Mas, dentro deste espectro onde se encaixam aqueles jogos de corrida mais “bonitinhos”, com perspectiva isométrica, no estilo Micro MachinesRock n’ Roll Racing e este Chiki-Chiki Boxy Racers? Eles definitivamente não são simuladores, mas também não me parece adequado rotulá-los como “arcade”, uma vez que eles são bem diferentes de títulos como Need for Speed, Trackmania e Burnout.

Análise Arkade: Chiki-Chiki Boxy Racers, um party game disfarçado de jogo de corrida

Assim, criei o termo “jogos de autorama” para designar esses jogos simplesmente porque a perspectiva faz tudo parecer pequenininho, como se fossem carrinhos de brinquedo. Lembrando que existe um legítimo jogo de autorama (e é brasileiro), mas, na minha concepção, “autorama” acabou se tornando o sub-gênero dos games de corrida bonitinhos com visão isométrica ou top view.

Na verdade, Chiki-Chiki Boxy Racers está mais para um party game do que para um jogo de corrida — mesmo um “jogo de autorama” –, mas sobre isso eu falo logo mais. Vamos ao review?

Velocidade sem frescura

Chiki-Chiki Boxy Racers leva o conceito de acessibilidade muito a sério: é possível jogá-lo praticamente com uma mão só, usando apenas a alavanca analógica para tudo. Causa certa estranheza no princípio, mas depois que a gente se acostuma, funciona muito bem.

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A progressão do game é bem simples: existem 3 ambientes com 4 pistas cada. Vença uma corrida em cada uma para ganhar acesso ao GP, onde leva o caneco quem tiver a melhor pontuação combinada em uma série de corridas.

Conforme progride, você vai destravando outros veículos, que meio que possuem características próprias de aceleração e dirigibilidade (na prática não muda tanto assim, mas enfim). De conversíveis esportivos a carros de corrida, passando até por tratores (?!), há uma boa variedade de possantes disponíveis.

Party game de corrida

O modus operandi que descrevi acima corresponde ao principal modo single player do jogo. Convenhamos, não é muita coisa, e se trouxesse só isso, Chiki-Chiki Boxy Racers seria um jogo extremamente pobre de conteúdo.

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No modo Jackpot, quem catar mais moedas ganha

Felizmente, ele não para por aí: é no multiplayer que reside a maior força do game. É ali que ele abraça seu lado party game, oferecendo modos de jogo extremamente divertidos que suportam até 8 jogadores simultâneos — tanto em partidas locais quanto online.

Obviamente, há corridas multiplayer (dã!), mas o jogo também traz mini-games muito legais, com partidas de futebol entre carros, batalhas onde o objetivo é jogar os oponentes para fora da pista, coleta de moedas em times e o divertido modo Paint, no qual ganha quem pintar a maior parte da arena com sua cor respectiva.

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O divertido modo Paint, onde ganha quem pintar mais o piso

Todos estes modos de jogo são simples e rápidos, e isso definitivamente não é uma crítica: some o visual bonitinho e colorido ao gameplay acessível e aos modos de jogo bem fáceis de aprender, e o que temos aqui é um jogo capaz de oferecer diversão para todas as idades — e que pode agradar gamers e não-gamers.

Audiovisual

Chiki-Chiki Boxy Racers tem uma estética meio Minecraft da qual eu não sou um grande fã, mas não se pode negar que ele é um joguinho extremamente simpático. Há muitas cores, e o visual tanto dos carrinhos quanto dos cenários é muito bonitinho.

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A trilha sonora segue o mesmo estilo, loops repetitivos e grudentos que combinam muito bem com a proposta do game. O game não recebeu localização para o nosso idioma, mas não há muito o que ler aqui, e os menus são bem intuitivos.

Conclusão

Chiki-Chiki Boxy Racers é aquele tipo de jogo que não deve ser jogado sozinho. A corrida corresponde a parte mais “comum” dele, e o que se destaca mesmo é seu lado party game, que consegue ser viciante, divertido e acessível.

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Agora que você aprendeu o termo “jogo de autorama” — que provavelmente só quem usa sou eu, mas tudo bem –, fica a recomendação: se você curte um joguinho de corrida mais light, e/ou precisa de um party game para entreter a criançada, aqui vai encontrar um pouquinho dos 2 — e por um precinho bem camarada.

Chiki-Chiki Boxy Racers foi lançado em 30 de agosto, e é exclusivo para o Nintendo Switch.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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