Marvel Vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds (PS3, X360) Review

23 de fevereiro de 2011

Marvel Vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds (PS3, X360) Review

Onze anos de espera separaram os fãs de Marvel Vs. Capcom 2 de sua nova sequência, Marvel Vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds. Tanta espera assim geralmente é um mau prenúncio para o jogo, que vem carregado de expectativas e dificilmente corresponde. A sorte é que MvC3 não seguiu esta regra, se mostrando um jogo divertido, de belos gráficos e jogabilidade boa.

Como já é costume nesses jogos de crossover, a história não é lá um roteiro digno de Oscar, mas é mais elaborada que o normal: Doutor Destino, em uma tentativa de dominar o mundo, se junta Albert Wesker (o grande inimigo da série Resident Evil) e outros grandes vilões. A iniciativa, no entanto, atrai a atenção de Galactus, o Devorador de Mundos, que resolve destruir a Terra por si só. É por isso que mais uma vez os heróis (e vilões) de Street Fighter, X-Men, Homem Aranha, Resident Evil e outras tantas séries das empresas se unem.

A primeira impressão que você tem de MvC3 é que você terá um ataque epiléptico a qualquer momento, dado o brilho e a quantidade de cores que aparecem na tela num momento só. No entanto, isto é uma coisa boa: o jogo tem um estilo gráfico totalmente único, parcialmente cel-shaded e os mirabolantes combos nunca estiveram tão bonitos quanto agora. Além disso, as animações estão perfeitas, como por exemplo M.O.D.O.K., apertando diversos botões com suas minúsculas mãos durante cada ataque.

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As empresas ainda realizaram um trabalho de aperfeiçoar e modificar a jogabilidade. Se antes o jogador tinha à sua disposição dois chutes e dois socos, agora o layout dos botões é diferente: um para golpe fraco, um para golpe médio, outro para golpe forte e um quarto para ataques especiais. Outras alterações notáveis são um movimento comum para todos os lutadores para levantar seu adversário no ar e um botão para trocar de personagem ou chamar a ajuda de um aliado seu. A Capcom ainda inseriu o Simple Mode, que configura alguns ataques especiais para os botões frontais, simplificando o jogo para novatos. No entanto, este modo de controle limita muito os ataques, não se tornando uma vantagem desleal contra quem usa os controles normais.

Marvel Vs. Capcom 3 ainda traz uma novidade chamada X-Factor, que aumenta a força e velocidade do personagem por um determinado tempo. Parece simples, mas cada personagem é afetado de um jeito diferente pelo X-Factor. O “golpe” ainda cancela qualquer ataque do inimigo quando utilizado (até mesmo os hiper combos), rendendo algumas possibilidades interessantes de combinações para todos os lutadores. As novidades tomarão tempo até mesmo dos veteranos para serem dominadas, mas tudo vale à pena, pois são mudanças simples e que ainda assim dão um amadurecimento necessário para o jogo.

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As principais novidades, no entanto, ficam resguardadas para o elenco de lutadores. Se antes Marvel e Capcom não poupavam esforços para trazer seus maiores ídolos para o jogo (MvC2, por exemplo, tinha 56 personagens), desta vez elas claramente quiseram agradar os fãs hardcore de suas séries. Vários personagens secundários, como X-23 (a versão feminina de Wolverine) e Tron Bonne (uma androide pouco conhecida de Mega Man), foram inseridos no elenco de 36 lutadores, mas caras conhecidas como Venom e o próprio Mega Man ficaram de fora. O que isso quer dizer? DLCs. A própria versão para colecionador do jogo já traz dois personagens famosos disponíveis via download, Jill Valentine e Shuma Gorath.

Mesmo assim, é notável o empenho das empresas em criar um elenco totalmente jogável e equilibrado. Não existe um Dan Hibiki para servir de saco de pancadas, pois todos os lutadores, desde os tradicionais Ryu, Chun-Li e Wolverine até os novatos Dante, Sir Arthur (de Ghosts n’ Goblins) e Super Skrull, são fortes e possuem combos interessantes. Além disso, cada personagem recebeu um tratamento personalizado, como o Capitão América tirando sarro de Zero ou o Hulk se referindo ao Iron Man como “homem de metal”.

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Os modos de jogo são poucos, mas valem o dinheiro. O modo Story traz tudo que você deve imaginar que uma campanha single player tenha que ter, o modo Training é robusto e funciona bem para você praticar os inúmeros combos do seu personagem favorito e o modo Mission testa suas habilidades trazendo dez missões exclusivas para cada personagem que compreendem diversos objetivos. A jogatina online também se mostrou muito boa, sofrendo com pouquíssimos lags durante os testes, mostrando que os servidores da Capcom certamente estão preparados para inúmeras batalhas online.

No entanto, fica a impressão que falta alguma coisa em MvC3. Onde está o modo Survival e o modo Time Attack? E a habilidade de modificar as cores dos uniformes, diversificando ainda mais o jogo? Estágios extras e fases bônus? É curioso pensar que jogos anteriores da Capcom como Super Street Fighter IV e Tatsunoko Vs. Capcom traziam tudo isto e que Marvel Vs. Capcom – uma das séries mais famosas do gênero – não.

Ainda assim, é difícil tirar o brilho de Marvel Vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds. É um jogo divertido, com um elenco de lutadores balanceado, gráficos bonitos e áudio impecável. As novidades de gameplay amadureceram o jogo, acompanhando o crescimento de seus fãs, que se divertiram bastante em 2000 com o lançamento de Marvel Vs Capcom 2 e que certamente irão passar um bom tempo com MvC3 em seus consoles, seja ele um PlayStation 3 ou um Xbox 360.

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