Análise Arkade: Starlink Battle for Atlas é uma incrível aventura espacial (feat. Star Fox)

29 de outubro de 2018

Análise Arkade: Starlink Battle for Atlas é uma incrível aventura espacial (feat. Star Fox)

Starlink foi apresentado meio de surpresa na E3 deste ano, gerou algum hype — especialmente pela presença da turma do Star Fox — e trouxe um conceito bacana de naves de brinquedo que podem ser transportadas para o game. Se você ficou curioso pelo game, saiba que ele é muito legal, confira nossa análise!

A iniciativa Starlink

Starlink se passa em Atlas, um sistema solar que está sendo visitado pela tripulação da Equinox em busca de relíquias e novos recursos. Porém, há um mal ancestral à espreita neste novo ambiente: Grax, um perverso vilão que chefia um verdadeiro exército de aliens hostis conhecidos como a Legião.

A Equinox acaba sofrendo uma emboscada, que desmantela a tripulação e rapta o capitão da nave, St. Grand, brilhante cientista que é capaz de produzir um tipo raro de combustível que é bastante cobiçado por todo tipo de facção intergalática.

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Parte da tripulação humana da Equinox

Os pupilos de St. GrandMason, Hunter, Judge, Shaid, Razor, Levi e a brasileira Calisto da Silva (?!) — não pretendem deixar isso barato, mas sozinhos não podem fazer muita coisa: eles terão que unir forças com os povos locais para enfraquecer a Legião, criando uma nova Aliança capaz de fazer frente à ameaça de Grax, que comanda um exército e tem uma frota gigantesca à sua disposição.

Essa é a premissa básica de Starlink: Battle for Atlas em todas as plataformas. Porém, os camaradas da Ubisoft nos enviaram a versão Nintendo Switch para analisarmos, e ela tem um diferencial e tanto!

Star Fox em Starlink

Eis que os caminhos da tropa Starlink e da tropa Star Fox se cruzam, pois Fox, Peppy, Falcon e Slippy estavam em uma perseguição ao eterno vilão Wolf O’Donnell, e acabaram indo parar em Atlas. Ao acompanhar o drama dos sobreviventes da Equinox, obviamente que Fox e sua trupe decidem ajudá-los a derrubar a Legião.

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“Do a barrel roll!”

Ou seja, Starlink tem muito mais conteúdo no Nintendo Switch, pois além de todas as missões e objetivos presentes nas demais versões do jogo, temos também missões exclusivas da tropa Star Fox, que envolvem a caçada a Wolf. E não estamos falando de pouca coisa: no Switch temos muitas cutscenes exclusivas, inclusive de Fox e sua trupe interagindo com a tripulação da Equinox.

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Cenas assim só existem no Switch

A Ubisoft está sendo ousada em sua aproximação da Big N — lembre-se que já tivemos um jogo dos Rabbids ao lado de Super Mario e companhia –, e a presença de Star Fox em Starlink não só funciona muito bem, como não parece forçada. Starlink é praticamente uma evolução da série Star Fox, e a participação destes personagens tão queridos no jogo agrega ainda mais valor ao produto, e sem dúvida faz do Nintendo Switch a melhor plataforma para quem quer curtir o game (caso tenha opção de escolha, claro).

Star Fox + Destiny + No Man’s Sky

Starlink é, na prática, um jogo de exploração e combate espacial. O sistema solar Atlas possui 7 planetas inteiros para explorarmos, e em cada um deles teremos diversas missões para cumprir, seja auxiliando os habitantes locais ou destruindo as forças da Legião para enfraquecer sua presença por lá.

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O combate  lembra muito o que já vimos na série Star Fox, especialmente do Star Fox 64 para frente: temos total controle sobre a nave, e podemos equipar duas armas diferentes de cada vez, e combinações eficazes podem inclusive criar combos, algo muito útil para derrubar inimigos com defesas elementais (já falo mais sobre isso).

A parte de exploração também remete ao bom e velho Star Fox em termos de gameplay, mas empresta alguns elementos de No Man’s Sky: podemos escanear e catalogar animais, construir bases, laboratórios de pesquisa, refinarias e arsenais que ajudam a fortalecer a presença da Aliança, bem como coletar minérios e plantas que podem ser comercializados, e por aí vai.

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Chocobo espacial XD

O lado positivo é que Starlink só empresta a parte boa de No Man’s Sky: aqui não tem aquela chatice de ficar destruindo pedras e plantas em busca de recursos, nem 3 tipos de combustíveis, nem nada muito enfadonho: a exploração se faz presente, mas nunca se torna burocrática ou obrigatória. É comum explorarmos o planeta e conhecermos sua fauna e flora simplesmente indo de uma missão a outra.

Isso não quer dizer que o game não traz uma progressão um tanto formulaica: o planeta até muda, mas os tipos de missões acabam sendo meio que os mesmos em todos eles. Há um óbvio reaproveitamento de inimigos, chefes e estruturas de missões que, após algumas horas, acaba tornando-se um pouco cansativo. São atividades legais, mas que se repetem bastante.

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Prepare-se para ver muito esse tipo de chefe

Por fim, vamos falar do sistema de loot, que remete diretamente ao grandioso Destiny: seja derrotando inimigos, explorando construções alienígenas ou cumprindo missões, iremos acumular toneladas de perks que podem ser equipados nas naves e armas que usamos.

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Sem exagero, são dezenas de tipos e cores de perks

Como em Destiny, o nível de poder de tais incrementos é dividido por cores, e aqui também é possível fundir estes perks repetidos para criar versões mais poderosas deles, aumentando ainda mais os stats de seus equipamentos.

Combate elemental

Como eu falei ali em cima, cada nave de Starlink pode ser equipada com 2 armas simultâneas, uma em cada asa. É fundamental que você saiba combinar estas duas armas conforme os desafios que enfrenta, pois há um fator estratégico nos combates que deve ser assimilado pelo jogador para que ele não sofra muito nas batalhas mais intensas.

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Temos armas capazes de causar variados tipos de dano diferentes: fogo, gelo, cinético, gravitacional, estático, e por aí vai. Os ataques também são representados por cores, e a IA de nossa nave até avisa quando um inimigo possui determinada resistência, de modo que podemos abrir o menu e acoplar uma arma que seja mais efetiva.

Há inimigos de fogo que devem ser combatidos com gelo e vice-versa, bem como inimigos com poderes gravitacionais que podem ser “atrasados” utilizando munição de dano estático. Até aí, estamos no básico que qualquer RPG já mostrou. O que torna tudo mais interessante é o sistema de combos, quando unimos as propriedades de duas armas para causar dano massivo.

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Os combates são intensos e estratégicos

Por exemplo, existe um canhão que dispara um vórtice gravitacional que deixa os inimigos “presos” por alguns segundos. Ao dispararmos munição de fogo dentro deste vórtice, ele se incendeia, criando um “vórtice ígneo” que causa dano cumulativo de fogo + gravidade nos inimigos que estiverem presos nele. Já tiros de gelo resultam em um vórtice congelante, ideal para derrubar os inimigos com poder elemental oposto.

Tipo assim, ó:

As combinações não param por aí: se misturamos um tiro de gelo com um disparo cinético, causamos o “estilhaçamento”, condição que destrói escudos e proteções físicas dos inimigos. Já um combo simples de fogo + gelo ocasiona um choque térmico, técnica bastante eficaz contra inimigos que não tenham nenhuma propriedade elemental.

Todas essas combinações demandam algum período de aprendizado, mas depois de algumas horas de jogo você já saberá qual a melhor estratégia só de “bater o olho” nos inimigos. Com uma visita rápida ao menu, você substitui suas armas rapidamente, estando sempre pronto para encarar qualquer desafio.

As navinhas de brinquedo

Starlink: Battle for Atlas é mais um daqueles jogos que transporta brinquedos do mundo real para o mundo digital, algo que já vimos em Skylanders, Disney Infinity ou mesmo nos famosos Amiibos. Aqui, temos brinquedos modulares, com partes intercambiáveis que podem ser acopladas em diferentes naves.

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A Deluxe Edition traz 6 naves, incluindo a clássica Arwing

Quem adquire a edição física do jogo leva junto uma base, onde os pilotos, naves, asas e armas podem ser acoplados. A troca de armas que eu descrevi ali em cima acontece de verdade, com o jogador realmente encaixando diferentes equipamentos em sua navinha, e as modificações acontecendo na tela.

O trailer abaixo mostra como esta interessante mecânica funciona:

A versão do jogo que recebemos da Ubisoft, porém, foi a digital, que ignora tudo isso, trazendo apenas as versões digitais das naves e equipamentos, que podem ser trocados e combinados direto pelo menu, mesmo. Ainda que não seja tão “mágico”, a versão digital sem dúvida é bem mais prática, pois não demanda que a gente fique carregando um monte de “brinquedos” por aí (lembrando que jogamos no Switch, console que tem mobilidade como seu grande diferencial).

Além disso, vale ressaltar que recebemos a Deluxe Edition, que traz todos os pilotos, naves e armas (valeu Ubi <3). O jogo físico traz apenas uma fração deste conteúdo (um piloto, uma nave e 3 armas), então quem quiser ter tudo terá que dar um jeito de comprar pilotos e naves separadamente. Confesso que nem sei se todos os brinquedos estão sendo comercializados aqui no Brasil, mas se estiverem, provavelmente adquirir tudo não vai sair barato.

Audiovisual

Starlink: Battle for Atlas é um jogo muito bonito e bem resolvido em termos audiovisuais. Aqui, novamente, há muitos elementos similares aos que vemos na série Star Fox, mas como este não é um jogo da série Sar Fox, ele vai muito além disso, trazendo ambientes muito coloridos e planetas cuja fauna e flora são realmente alienígenas, diferentes e ocasionalmente até um pouco bizarros.

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A transição entre o espaço sideral e a superfície dos planetas acontece em tempo real, com o jogador realmente entrado/saindo da atmosfera e sempre tendo total controle da sua nave. Aqui não temos os bilhões de planetas de No Man’s Sky, mas como este não é um jogo procedural, cada mundo que visitamos realmente é único e “feito à mão”, sem o inevitável visual genérico que a construção procedural gera.

Seja no espaço ou na superfície de um planeta, Starlink é um show de cores e sons: a trilha sonora é empolgante, cada arma tem um som único e bem característico, e até o ronco do motor de cada nave é diferente. A história é apresentada em belíssimas cenas em CG, que fundem muito bem o visual humano dos tripulantes da Equinox com o visual mais exótico dos alienígenas ou mesmo dos animais antropomorfizados da série Star Fox.

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As CGs do game são belíssimas

O game é um dos poucos da Ubi que não recebeu dublagem em nosso idioma, mas isso não quer dizer que não houve um excelente trabalho de localização: temos menus e legendas em português que realmente fazem a diferença. Em determinado momento, a personagem disse “keep going” e a legenda traduziu para “força na peruca”, uma das traduções mais inusitadas e divertidas que eu já vi.

Até documentei este momento marcante da história dos videogames, confere aí:

Por último, mas não menos importante, vale ressaltar que a habilidade especial do Fox (cada piloto tem uma habilidade única), chamada Rock n’ Roll, conjura um de seus companheiros para ajudá-lo em batalha por alguns segundos. Quando ativamos esta habilidade, a famosa música tema de Star Fox toca, agregando um elemento nostálgico que certamente fará os fãs vibrarem!

Conclusão

Quem diria que Starlink seria um baita jogo, hein? Ele foi anunciado tão de repente, e seu lançamento foi tão rápido — em uma época deveras conturbada e cheia de grandes títulos, diga-se de passagem — que é bem provável que ele tenha ficado fora do radar de muita gente. Eu mesmo não estava dando muito atenção à ele, mas não consegui parar de jogá-lo desde que recebi o código de review.

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Starlink é um jogo de ação espacial como há muito não se via. Ele pega o básico da receita de Star Fox, mas coloca muitos outros ingredientes ali, e joga tudo isso em um universo que não é grande demais a ponto de se tornar cansativo, nem pequeno demais a ponto de não termos o que explorar. É um balanceamento bem difícil de se alcançar — as empresas sempre buscam entregar “o maior mapa”, não o mais legal –, mas que aqui está no ponto exato.

O fato é: se você curte Star Fox e não tem um console da Nintendo, este é provavelmente o mais próximo de um Star Fox que você terá a oportunidade de jogar. E se você é fã de Star Fox e tem um Nintendo Switch, a presença de Fox, Slippy, Falcon, e Peppy só torna ainda mais recomendável um jogo que já seria ótimo mesmo sem eles.

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Já disse, e repito: se puder escolher em qual plataforma jogar Starlink, fique com a versão Switch, que traz muito conteúdo exclusivo (e nostálgico). Se não, jogue onde puder, mas jogue. É um game que chegou meio como quem não quer nada, mas se mostrou extremamente competente em tudo o que se propôs, entregando uma aventura espacial imersiva, cativante e muito gostosa de se jogar.

Starlink: Battle for Atlas foi lançado em 16 de outubro, com versões para Nintendo Switch, Playstation 4 e Xbox One. O game está com áudio em inglês, mas possui menus e legendas em português brasileiro.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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