Análise Arkade: World Splitter, um puzzle game que vai dar um nó no seu cérebro

22 de abril de 2021
Análise Arkade: World Splitter, um puzzle game que vai dar um nó no seu cérebro

Se você curte puzzle games capazes de dar um nó no seu cérebro, World Splitter sem dúvida é um jogo que merece a sua atenção! O jogo acabou de ser lançado, mas já experimentamos par te contar tudo!

World Splitter nos apresenta a um explorador que acabou ficando preso em um planeta alienígena e deve, basicamente, sair de lá. Em cada fase, há um punhado de criaturinhas alienígenas que você deve (tentar) coletar antes de concluir aquela área. Não tem muita história, mas ocasionalmente temos breves cutscenes animadas que dão o tom da aventura.

Análise Arkade: World Splitter, um puzzle game que vai dar um nó no seu cérebro

Se olharmos apenas as imagens, World Splitter vai parecer um jogo de plataforma 2D qualquer. Mas, seu foco não está nas plataformas, mas nos puzzles — e acredite, eles vão exigir muito do seu cérebro!

Controlando as dimensões

O diferencial aqui é que este planeta alienígena em que estamos existe em diferentes dimensões ao mesmo tempo. Pode ser dia em uma dimensão e noite na outra, ter chão em uma dimensão, água na outra. As cores mudam, o cenário muda, e o que tem na tela também.

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O “plot twist” aqui é uma mecânica bem interessante: além de controlarmos o personagem, nós controlamos também uma “divisória”, que pode ser movida e girada para “controlarmos” a forma como enxergamos (e interagimos) com as diferentes dimensões.

É uma mecânica muito específica e difícil de explicar em palavras. Para facilitar, vou deixar um vídeo de gameplay abaixo, para você entender, na prática, como ele funciona:

Controlamos o personagem com uma alavanca, a “divisória” com a outra. Devemos prestar atenção nos dois, pois se você mover ou arrastar a divisória de forma displicente, pode colocar nosso nobre astronauta em problemas.

É um conceito muito criativo e desafiador, pois precisamos “criar” um mindset que se adeque aos desafios do jogo. Muitas vezes, a fase em si não dura nem 1 minuto, mas a gente acaba ficando uns 10 minutos ali, pensando, olhando para a tela, experimentando soluções erradas, até entender a lógica daquela tela específica.

Complexidade exponencial

Essa mecânica de girar e controlar as dimensões por si só já é bem interessante, mas o jogo não se limita a isso: conforme você avança, novos gadgets e habilidades vão sendo liberados, tornando a jornada gradativamente mais complexa ao longo das cerca de 60 fases.

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“Caindo para cima”

Essas novas habilidades são coisas mais comuns de videogames — tipo inversão de gravidade, ou portais de teleporte –, mas ganham novas camadas de complexidade quando aplicadas em conjunto com o “controle da divisória”. Você vai ter que “cair para cima” entre dimensões, ou deixar um portal em uma dimensão, para sair em outra. Logo, não teremos apenas duas, mas quatro dimensões paralelas para controlar simultaneamente!

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Tipo assim

Logo o jogo também insere criaturas que podem nos matar, mas nós não temos nenhuma forma de atacá-las. O que podemos fazer é usar a própria mecânica do jogo contra eles. Tipo assim, ó:

Isso quer dizer que World Splitter demanda um bocado de paciência e resiliência, especialmente pela grande quantidade de fases. Sua mecânica é funcional, mas um pouquinho trabalhosa, e a falta de checkpoints pode tornar pequenos erros um pouco frustrantes — afinal, você terá que reiniciar a fase do início, caso erre.

Mas, vendo pelo lado positivo, ele é um baita exercício cerebral, que obriga o jogador a “pensar fora da caixa” para solucionar seus desafios. O design das fases e puzzles é muito inteligente, e você também se sente inteligente ao conseguir desvendá-los — mas pode sofrer um pouco no processo.

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Vale ressaltar que o jogo também conta com um modo cooperativo, que tem um punhado de fases específicas para serem jogadas por 2 players (localmente). Não tive a oportunidade de testá-las, mas presumo que elas devem oferecer uma boa experiência, demandando coordenação e trabalho em equipe.

Audiovisual

O que sobrou em criatividade na mecânica e na criação dos puzzles, faltou na direção de arte. World Splitter é um jogo de visual 2D super simples, e não seria exagero afirmar que existem jogos de celular muito mais bonitos do que ele.

Há um bom uso de cores — até para podermos diferenciar cada dimensão –, mas o design do protagonista, das criaturinhas que resgatamos e dos inimigos é super simplório.

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A trilha sonora segue a mesma pegada, e está ali mais para preencher o silêncio do que para ser marcante ou memorável. O que é até bom, visto que ela não atrapalha a concentração ou o raciocínio do jogador.

Conclusão

World Splitter é um puzzle game 2D muito único e criativo, mas que talvez se alongue um pouco demais. Eu gostei da experiência, mas acho que ele se alonga demais. Ele é meio cansativo por ser longo, mas principalmente por ser mentalmente extenuante.

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Acho que ele poderia tranquilamente ter a metade de fases — e a metade do tempo de duração –, visto que há muitos desafios relativamente semelhantes aqui e ali, e a mecânica em si não sofre grandes alterações ao longo do jogo.

Mas, o saldo geral é positivo: World Splitter é um jogo que tem tudo para agradar quem está precisando exercitar o cérebro e “pensar fora da caixa”… mas venha com paciência.

World Splitter foi lançado hoje (22/04), com versões para PC, Playstation 4 (versão analisada), Xbox One e Nintendo Switch. O game não possui localização para o nosso idioma.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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