Documentos dizem que Microsoft pensou em diminuir a 12% a comissão na Xbox Store
Enquanto vai oferecendo novidades a seus consumidores, com o Game Pass, o xCloud, e diversas outras iniciativas, a Microsoft estava, de acordo com documentos apresentados pelo The Verge, a diminuir a porcentagem das vendas da sua Xbox Store. De acordo com o que foi revelado, em documentos arquivados do caso Epic vs. Apple, os planos eram cobrar apenas 12% das vendas na loja do console.
Tudo isso envolve uma questão que está em discussão atualmente: o valor da comissão cobrada pelas lojas digitais para as publishers. A Epic Games, por exemplo, anunciou que cobrará apenas 12% dos publishers que venderem em sua loja, contra os 30% de Nintendo, Sony e Microsoft, nas lojas de seus respectivos consoles.
É detalhado no documento as taxas da loja e alterações em janeiro por parte da Epic Games, com o corte de 12% de jogos para venda de jogos para PC. A maioria das partes importantes do documento são editadas, mas é revelado que a Microsoft tinha o interesse de reduzir sua comissão de 30% para 12% na Xbox Store.
Uma tabela revela “todos os jogos passarão para 88/12 no CY21”, o que identifica o corte, significativo, nas transações com games de Xbox para console. A Microsoft está planejando cortar sua participação na receita de jogos de PC para 12 por cento em agosto.
Se no mundo dos games de PC, o corte da Epic Games já foi significativo, caso a Microsoft adiantasse tal corte no mundo dos consoles, seria algo importante para a indústria, pois faria com que suas concorrentes tivessem que se movimentar, de uma forma ou de outra.
Mas a Microsoft afirmou, para o mesmo The Verge, que “não tem planos de alterar a divisão de receita para jogos de console no momento”. Também disse que “não atualizarão a divisão de receita para editores de console”. A companhia também não respondeu se o documento é impreciso ou se houve mudança de planos.
12% – a nova palavra do momento
O documento apresentado faz parte do grande caso Epic vs. Apple que se iniciou nesta segunda feira, com ambas as companhias argumentando sobre lojas digitais, porcentagens de comissão e liberdades para editores. Ambas as companhias chamaram Lori Wright, vice-presidente de desenvolvimento de negócios de Xbox, para testemunhar no caso.
A Microsoft, por ter problemas com a Apple em relação ao seu xCloud, tem apoiado, mesmo que de forma discreta, a Epic Games, neste caso. “Os consoles de jogos são dispositivos especializados otimizados para um uso específico”, disse Rima Alaily, vice-conselheira geral da Microsoft, no ano passado, sobre a comissão de 30% para vendas de jogos de console.
O argumento, no caso dos consoles, é o de que tal modelo é muito diferente do ecossistema de games para PCs ou smartphones. Nos videogames, falando especificamente da Microsoft, a companhia subsidia o videogame, o que justificaria uma receita maior na venda de games em sua loja digital. Tal argumento pode ser utilizado perfeitamente também por Sony e Nintendo.
Assim, a briga entre Epic e Apple, que a princípio deveria ser apenas um litígio entre duas companhias, vem se tornando em motivos de discussão entre diversas outras companhias, estúdios e publishers, sobre comissões e como elas podem influenciar, de alguma forma, a indústria.
12% se tornou em uma das palavras do momento da indústria. Com a disputa de dois argumentos: a de que cobrando menos comissões, os estúdios poderiam produzir mais e melhor, versus o fato de que as companhias de game subsidiam os consoles, então se julgam no direito de recuperar parte de seu investimento na venda de jogos, enquanto buscam lucrar com outros serviços e iniciativas.
