Análise Arkade – Reconstruir o passado é a sua arma em The Entropy Centre

16 de novembro de 2022
Análise Arkade - Reconstruir o passado é a sua arma em The Entropy Centre

Reconstruir o passado é algo muito falado por nós, de forma filosófica ou poética. Ver o que fizemos no passado, revendo conceitos e qualquer outra conversa neste sentido é algo até bem comum em conversas de quem gosta de filosofar. Mas você já imaginou poder reconstruir, de forma literal, o passado? É o que The Entropy Centre propõe.

Basicamente, o game é um jogo “com cara de FPS”, afinal, você tem uma arma na mão em visão de primeira pessoa, mas com proposta de puzzle, onde o objetivo é, com sua arma especial em mãos, observar a destruição da base onde está (a qual sua personagem não tem memória nenhuma sobre o que está acontecendo), e reconstruir o que for possível, atirando nelas e vendo plataformas voltarem ao seu estado original.

Bom, na verdade ele é uma espécie de “Portal” onde trocamos os portais por manipulação do tempo. O jogo te permite pegar objetos, movê-los e guiá-los através do espaço-tempo. Em 15 capítulos, inúmeros quebra-cabeças são apresentados, todos esperando por uma solução. Com o passar do tempo, os recursos aumentam e as mecânicas vão sendo apresentadas, indo do uso de caixas, interruptores e placas que funcionam como um “pula pula”, até lasers e feixes de luz.

Os puzzles, por um lado, são variados e interessantes, permitindo o jogador se adaptar de forma mais tranquila a cada um, mas por outro dão sinais de não muita inspiração, com muitos deles sendo resolvidos de forma muito parecida: encontrando apenas uma forma de uma peça-chave cumprir seu papel e abrir caminho. Os cenários, por sua vez, são interessantes, por permitir uma simples, mas interessante, exploração. Isso faz valer também os aspectos visuais, que não deixam o game ficar “muito igual” por tanto tempo.

Análise Arkade - Reconstruir o passado é a sua arma em The Entropy Centre

Visualmente, inclusive, o jogo é bonito, fazendo o arroz com feijão, sem comprometer. Texturas, animações, modelos e as áreas do jogo são de qualidade e mostram a competência de seus desenvolvedores. Mas, onde deveria brilhar, The Entropy Centre apenas “bate o ponto”. Seus puzzles não são ruins, longe disso. Eles realmente o fazem pensar e planejar maneiras diferentes de resolver. Acontece é que tudo flui de forma muito limitada, e com o passar do tempo, você acaba “pegando o jeito” do jogo, o que faz diminuir, e muito, as surpresas que um game dessa natureza pode propor.

Entretanto, acredito que a ideia inicial é apresentar o game e trazer ao público a sua ideia de controle do tempo. Seguindo a ideia do “feito é melhor do que perfeito”, o jogo traz uma proposta que é interessante sim, pelo simples fato de oferecer ao jogador a possibilidade de usar o tempo como elemento do gameplay. Arrastar itens para um local e depois rebobinar o tempo para fazê-lo voltar a outro ponto é uma ideia muito interessante. Apenas falta mais “feijão” neste arroz, para a comida ficar muito melhor.

O que eu acredito que um potencial The Entropy Centre 2 pode apresentar. O game é obra da Stubby Games com publicação da Playstack. Foi lançado no início de novembro, com versões para consoles PlayStation, consoles Xbox e PC.

Junior Candido

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