Análise Arkade – Fight’N Rage evolui o gênero e é um dos melhores beat ‘em ups de todos os tempos
Os beat’ em ups, de forma geral, se consolidam não por novidades, mas por qualidade. Se pararmos para pensar, os grandes clássicos do gênero contam com pequenas diferenças entre si, mas sempre com o essencial para o gênero. Porém isso não significa que os games de andar e bater não podem propor ideias novas, e trazer mais fôlego a um gênero que, se parece algo ultrapassado, na verdade segue mais vivo do que nunca.
Um grande exemplo de games que acertaram em trazer novidades é Fight’N Rage, jogo que saiu originalmente em 2017, mas que chegou recentemente em março deste ano para o PlayStation 5 e o Xbox Series X|S, trazendo o mesmo game, mas com suporte a 120Hz. Isso significa que, se você tiver os consoles da atual geração e um monitor compatível, poderá jogar o game em até 120 FPS.
O game tem, desde os seus primeiros momentos, a clara intenção de trazer um “algo mais” ao gênero, incluindo a própria iniciativa de aumentar a taxa de FPS em consoles compatíveis. Assim como muitos outros jogos modernos, ele também quer prestar tributo ao gênero, com gráficos pixelizados de alta qualidade, com cores saturadas e mecânicas simples, assim como os melhores do gênero.
O gameplay, que é bem ágil e ao mesmo tempo simples, chega a ser melhor do que os lendários Final Fight e Streets of Rage, mostrando que o uruguaio Sebastián García, que fez o game sozinho, quis mesmo não apenas homenagear os clássicos, como também melhorar tudo o que podia. Você pode controlar três personagens, Gal, Ricardo e F. Norris. Os três lembram muito personagens conhecidos, sendo homenageados em visual e gameplay.
O sistema de botões é o de sempre: ataque, pulo e agarrões, mas isso não quer dizer que o game é simples e repetitivo. Na verdade, há vários tipos de ataques, distribuídos entre os três protagonistas, além de vários ataques especiais. Assim como um game de luta “mano a mano”, você vai passar um bom tempo jogando, só pra aprender os golpes disponíveis. Há um Modo Treinamento, desbloqueado depois, que ajuda a melhorar ainda mais o domínio do game.
Este domínio é importante, pois o jogo vai trazendo, gradativamente, mais dificuldade em seus inimigos, em especial os chefes, aumentando também o número de oponentes na tela. Dominar o repertório de golpes o ajudará muito na jornada.
E, embora não seja o primordial no gênero, o enredo do game também teve uma atenção especial. A narrativa, que envolve uma invasão mutante, é ramificada, com escolhas feitas pelos jogadores, que o levarão para locais alternativos, incluindo caminhos secretos, que o direcionarão para vários finais diferentes, o que amplia, e muito, o fator replay. Pois sabemos bem que, embora este gênero seja sempre divertido, jogar as mesmas fases e ver os mesmos finais um milhão de vezes às vezes cansa.
O game ainda mostra capricho em seus desbloqueáveis, que são muitos, e usam as moedas (os antigos pontos) conseguidos no modo Arcade, que desbloqueiam itens, dificuldades e até o Modo Batalha, que é um “mano a mano” multiplayer local. Soma-se a isso uma trilha sonora tão competente quanto o game, trabalho de Gonzalo Varela, e você terá um dos melhores beat ‘em ups que já existiram.
Fight’N Rage, assim como todos os games modernos do gênero, busca honrar o legado do passado. E o faz muito bem. No entanto, o seu brilho está no fato de que, em todos os aspectos, o game buscou evoluir conceitos, gameplay e visual, se tornando um game obrigatório e necessário para os fãs do andar e bater.
Fight’N Rage já estava disponível para PC, PlayStation 4, Switch e Xbox One. E a versão PlayStation 5 e Xbox Series X|S, que também já está disponível, contam com o citado suporte a 120Hz.