Análise Arkade: The Rogue Prince of Persia – Early Access é um muito bem vindo novo respiro para a série

12 de junho de 2024
Análise Arkade: The Rogue Prince of Persia - Early Access é um muito bem vindo novo respiro para a série

A série Prince of Persia, que por anos foi o carro-chefe da Ubisoft, viveu esta última década quase que no completo esquecimento. Hoje, temos o remake de The Sands of Time cujo desenvolvimento segue cada vez pior. Mas também tivemos um acerto enorme, levando a série para um novo gênero pelas mãos de uma equipe muito talentosa e experiente. Estou falando de The Rogue Prince of Persia, que foi lançado em Early Access na Steam, e que vamos conversar sobre nesta análise!

Prince of Persia + Rogue like = sucesso!

Análise Arkade: The Rogue Prince of Persia - Early Access é um muito bem vindo novo respiro para a série

The Rogue Prince of Persia nos apresenta a uma nova encarnação do icônico Príncipe. Dessa vez, sua aventura não o levará a explorar diferentes lugares do mundo em uma jornada envolvendo a Ampulheta do Tempo. Agora, o Príncipe está em seu lar, que está sendo invadido e completamente devastado pelos exércitos dos Hunos.

A missão do Príncipe é derrotar o general huno que apossou-se do palácio da realeza Persa, para assim derrotar o exército inimigo por dentro, expulsando-os da Pérsia. Porém, essa não é uma jornada fácil, e nem será possível de ser realizada em uma única tentativa (a menos que você seja realmente muito bom no jogo). Felizmente, o Príncipe possui um trunfo que vira o jogo a seu favor: um pequeno colar com um pingente carregando as Areias do Tempo. Esse pingente, chamado aqui de Bola, é ativado quando o Príncipe é derrotado em combate, impedindo a sua morte e retornando-o sempre para o mesmo ponto do tempo: numa noite 3 dias após a invasão dos hunos, quando o mesmo se encontrava num acampamento escondido no meio de um oásis.

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Assim, de novo e de novo o Príncipe deve explorar diferentes regiões da Pérsia, sempre em rumo ao palácio, derrotando todos os inimigos em sua frente e acumulando poder e conhecimento sobre seus inimigos, que são extremamente úteis a cada nova tentativa. E até que consiga salvar o seu lar, o Príncipe permanece preso num loop temporal, o que traz todos os inimigos que derrota de volta à vida, com cada nova tentativa oferecendo os mesmos perigos, mas de formas diferentes.

Base de Dead Cells e alma de Prince of Persia

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Se você já jogou Dead Cells, então vai se sentir em casa aqui, afinal, o game foi desenvolvido pela Evil Empire, o estúdio que criou todas as DLCs de Dead Cells, e essas DLCs são realmente excelentes! Assim, a base do gameplay de The Rogue Prince of Persia segue o mesmo formato de Dead Cells.

O game é dividido em diferentes áreas, com cada uma sendo interligada, oferecendo diferentes caminhos para se chegar até o final. Conforme você explora, encontrará personagens e documentos que lhe fornecerão informações, úteis para montar o Mapa Mental, que desbloqueia novas áreas para você visitar. A cada duas áreas exploradas, você enfrenta um poderoso chefão, que exigirá que o jogador use tudo a seu dispor para vencer.

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Cada área é criada de forma procedural, combinando elementos fixos e rearranjando-os em posições aleatórias do mapa. Por exemplo, no acampamento huno, há uma enorme torre repleta de inimigos, que pode aparecer no começo, meio e até mesmo no fim da área, além de túneis e caminhos subterrâneos presentes em todos os biomas, que levam a áreas perigosas, mas com itens que valem o risco.

E ao longo de todos os mapas, há portais que servem de fast travel, sendo encontrados em grande quantidade, facilitando muito a exploração dos cenários. Esses portais sempre são encontrados em bifurcações, permitindo que você avance até o final de uma área e volte rapidamente, caso queira explorar partes do que não visitou.

Isso tudo forma a base do game, que vem diretamente da experiência da Evil Empire com Dead Cells. E aí entra o recurso mais icônico da trilogia The Sands of Time, aparte da habilidade de voltar no tempo: Acrobacias e poder correr pelas paredes!

Em The Rogue Prince of Persia, é possível correr não apenas em paredes verticais, que formam plataformas, mas também em parede de fundo de cenário. Há salas secretas escondidas em cada mapa que guardam baús com itens poderosos, que para serem alcançados exigem que o jogador atravesse séries de armadilhas, usando acrobacias para isso.

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Assim, os cenários do game são um importante elemento, pois não são simplesmente plataformas ou elementos visuais de fundo, mas recursos que o jogador deve utilizar para seguir em frente. Algo bem legal é que ao usar as paredes de fundo para correr, você pode correr em qualquer direção ascendente. Ou seja, você pode correr para frente, para alcançar plataformas distantes, pode correr para cima para alcançar plataformas altas, e pode até mesmo correr em diagonal, controlando o ângulo de sua direção, emendando corridas pelas paredes com wall jump e poleiros e postes para alcançar lugares difíceis.

O mais legal é que as armadilhas encontradas remetem muito às vistas na série The Sands of Time. Temos as lâminas giratórias que se movem pelas paredes, poços de estacas e até paredes quebradas, que exigem que o jogador emende acrobacias para chegar ao outro lado.

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Confesso que no início eu tive dificuldades para me adaptar ao sistema de corrida nas paredes, até porque você pode fazer isso com dois botões diferentes, o que acaba confundindo um pouco os controles. Por exemplo, se você segurar o botão de pulo próximo a uma parede vertical, vai correr sobre ela. Porém, isso não funciona ao correr nas paredes de fundo, exigindo usar o gatilho de seu controle. Essa confusão as vezes acaba cancelando sua animação de corrida, o que pode resultar em grandes quedas em poços de lâminas ou estacas.

O game oferece diferentes tipos de armas para o jogador usar, tanto de curta distância, como um par de adagas, lanças, espadas e machados, até armas de longo alcance, como arcos, um chakram, e até adagas que permitem que você se teleporte para as costas de um inimigo atingido.

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Por fim, esse game não seria um Rogue-like sem power-ups temporários. Aqui, temos os medalhões, que são equipados no cindo do Príncipe e oferecem todo tipo de buffs diferentes, como curar-se ao usar ataques aéreos, espalhar óleo no chão, permitindo chutar inimigos para longe, melhorar itens de cura, ganho de dinheiro e etc. É preciso cautela ao usar os medalhões, pois eles possuem duas características cruciais: A primeira é que se desequipados, eles são destruídos. Assim, se você quiser trocar um medalhão, perderá o que você não quiser mais. E dois: Os medalhões são equipados numa linha horizontal, e podem fortalecer outros medalhões a sua esquerda e/ou direita. Assim, você precisa posicionar eles corretamente em seu sinto para extrair todo o poder deles.

Audiovisual

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A série Prince of Persia é notória por experimentar estilos diferentes em suas diferentes encarnações. Começando com o clássico dos computadores e consoles 8bit, com fundo preto e cenários formados por plataformas. Passando para a era do Playstation 2, com a impressionante série The Sands of Time. Com o reboot de 2008, que apostou no visual cel-shaded. O recente Prince of Persia: The Lost Crown, Metroidvania com visual mais “cartunesco”. E chegando enfim a The Rogue Prince of Persia, com visual que parece desenhado à mão.

O game mistura um pouco de Cel-shaded e perspectiva para parecer que seus personagens, formados por modelos em 3D, pareçam até desenhos animados em 2D, o que adiciona muita fluidez de movimentos, e torna o estilo geral do game muito bonito.

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Os cenários são verdadeiros “personagens”, com cada mapa possuindo suas próprias características e, principalmente, armadilhas. Uma das melhores coisas de Dead Cells era como cada cenário se diferenciava do outro, e aqui o mesmo acontece. Porém, há semelhanças o suficiente para que as mecânicas de parkour funcionem adequadamente. Afinal, não seria um Prince of Persia se não pudéssemos correr pelas paredes e escalar obstáculos!

A trilha sonora do game é bem característica, utilizando sons e instrumentos persas. Pense por exemplo na trilha sonora de Prince of Persia: The Sands of Time, mas mais tranquila. Cada música do game combina com os cenários que visitamos. Trechos de destruição são mais pesados, enquanto temas de mapas noturnos são um pouquinho mais tranquilos.

Infelizmente, pelo menos por enquanto, The Rogue Prince of Persia não possui localização em português brasileiro.

Conclusão… por enquanto

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Para a escrita desta análise, eu joguei The Rogue Prince of Persia até dar softlock no game, que aconteceu quando atingi o segundo chefão da aventura, com o game travando e não ativando o diálogo antes da batalha. Assim, é importante mencionar que o game possui bugs, poucos, mas que afetaram um pouco meu progresso.

Um dos bugs que encontrei foi no mapa da prisão, com alavancas que não funcionavam ao ser ativadas, e com um personagem importante lá dentro que eu não conseguia conversar, com a função de ativar o diálogo não funcionando após eu apertar o botão de interação. E o outro foi o já mencionado softlock quando encontrei o segundo chefão.

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Porém, apesar desses bugs, que serão corrigidos conforme o game continua em desenvolvimento, The Rogue Prince of Persia é um game muito bem feito e criativo, adicionando o melhor de dois games de gêneros totalmente diferentes em uma coisa só. Se você gosta de Dead Cells, vai gostar muito de The Rogue Prince of Persia. E se nunca jogou esse game, mas é fã da franquia da Ubisoft, então se sentira em casa ao jogar.

Enquanto o remake de The Sands of Time segue num desenvolvimento que vai de mal a pior, a franquia felizmente está finalmente tendo o “revival” que merece, não se limitando ao que o público está acostumado, mas ousando – do jeito certo – ao explorar diferentes gêneros que, no fim, remetem aos primórdios da franquia, lá com seu primeiro game de 8bit.

The Rogue Prince of Persia já está disponível na Steam em formato Early Access.

Renan do Prado

Amante de Metal Gear, platinador de Soulsborne e exímio jogador online (quando o lag não atrapalha).

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