Coluna Arkade de Cinema: a birra da Academia com o cinema geek
Notoriamente, os filmes premiados pelo Oscar são sucessos de bilheteria, mas nem sempre são aqueles filmes considerados populares ou pertencentes à cultura geek (filmes que, aliás, têm dominado os cinemas nos últimos quinze anos). Afinal, o que a Academia tem contra os grandes blockbusters geeks?
Com o tempo, já se tornou comum vermos ótimos filmes como Os Vingadores ou a saga Harry Potter serem ignorados na premiação, até mesmo para categorias técnicas.
O último (único?) filme destacadamente geek a receber o prêmio de Melhor Filme no Oscar foi o grandioso O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, em 2003, filme que aliás, está até hoje no topo dos filmes mais premiados de todos os tempos, ao lado de Ben-Hur e Titanic, todos com 11 estatuetas.
Isso foi em 2003. Estamos em 2012. Já se vão quase 10 anos sem que um filme geek obtenha destaque na maior premiação do cinema mundial.
Vendo isto só nos resta indagar: porque a Academia não reconhece esse nicho cinematográfico que anda tão em alta? Repare como os maiores lançamentos dos últimos anos são filmes baseados em histórias em quadrinhos, livros e games.
Claro, para cada ótimo filme (O Retorno do Rei), existe um ruim (cof, cof, Lanterna Verde), mas, mesmo assim é triste vermos excelentes filme como Os Vingadores ou o vindouro Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (filmes que com certeza são/serão melhores que muitos outros preferidos pela Academia) sendo esnobados pela Academia.
Está claro que quem seleciona os filmes não possui o mesmo gosto que a gente, mas a demanda, o sucesso e o capricho (técnico e cenográfico) destes filmes mostra que eles já deixaram de ser apenas “fimes para geeks“. São grandes produções que merecem ser avaliadas no mesmo páreo dos filmes “cult” que a Academia adora premiar.
Será que não é o caso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas passar por uma “recauchutagem” ou uma “revisão”, para passar a valorizar mais o que o público gosta, e não somente o que eles consideram bom?
Em todo caso, esses questionamentos podem acabar sendo nulos, já que o mundo pode (ou vai?) acabar em dezembro de 2012.
E você, o que acha desta “injustiça”? Deixe sua opinião nos comentários!
* Este artigo foi escrito por Fábio Torres, jornalista, cinéfilo e colunista da Arkade.