Análise Arkade: arrume alguém para te ajudar a empurrar a carruagem do simpático Chariot
Chame um amigo e prepare-se para puxar o caixão de um rei rabugento pelas cavernas e catacumbas de Chariot, um game pra lá de simpático cuja análise você confere na sequência!
Sinopse
No reino de fantasia de Chariot, o rei morreu… mas ele não quer ser enterrado em um lugar qualquer! Seu rabugento fantasma volta da tumba para cobrar de sua filha — uma jovem princesa — um enterro que seja digno para o descanso eterno de um monarca.
Mas ele não quer apenas ser enterrado em um lugar digno de sua nobreza, não senhor! Ele quer ir para o túmulo com todas as joias e tesouros que puder carregar! Logo, no papel da simpática princesa ou de seu noivo, sua missão é escoltar a carruagem que carrega o caixão real por cavernas, catacumbas, florestas e campos nevados em busca de riquezas e do local apropriado para o rei descansar em paz.
A história é simples, mas apresentada de forma muito divertida e bem humorada, e o ranzinza fantasma do rei está o tempo todo reclamando e fazendo comentários sarcásticos. Não bastasse o trabalho de carregar a carruagem fúnebre, você ainda precisa aguentar o fantasma real e suas lamentações enquanto funde o cérebro para superar os obstáculos do game.
Gameplay
Chariot é basicamente um game de plataforma 2D com alguns puzzles, mas ele tem um plus: você jamais pode deixar a carroça para trás. Isso pode parecer pouco, mas realmente faz uma diferença enorme em termos de jogabilidade, pois há toda uma física envolvida e nem sempre é fácil transportá-la pelos cenários cheios de obstáculos, bifurcações e tesouros (quase) inalcançáveis.
Você pode tanto empurrar a carruagem quanto utilizar uma corda para puxá-la. A física se faz presente a todo momento, deixando tudo mais desafiador, e em muitos casos seu personagem não terá forças para puxar a carroça, ou ela irá “entalar” em uma passagem particularmente estreita, cabendo a você usar a cachola para dar um jeitinho ou arrumar um caminho alternativo.
Para complicar mais um pouco, não tardam para aparecer outros tipos de obstáculos: existe um tipo de piso azul pelo qual só a carruagem pode passar. Já as trilhas verdes só aceitam humanos, e existe ainda um tipo de piso espectral que despenca após alguns segundos. Todos esses elementos se misturam às plataformas comuns de formas bem complexas, obrigando o jogador a pensar rápido e ser inventivo.
Como se isso não fosse desafio o bastante, certas cavernas possuem mais de uma entrada e mais de uma saída, o que rende novas incursões. O fator replay ainda aumenta com o Speed Run, onde seu objetivo é revisitar uma caverna já explorada e atravessá-la no menor tempo possível, algo bem desafiador.
Escolta real
Embora se pareça com um “jogo de escolta”, Chariot definitivamente é mais do que isso. Ok, você precisa carregar e proteger a carroça o tempo todo… mas também precisa dela para acionar mecanismos com seu peso ou para servir de “degrau”, permitindo que seu personagem alcance locais que seu pulo não dá conta. Sem contar que ela sempre pode te dar uma carona em descidas e ladeiras!
Além disso, só a carroça é capaz de coletar as joias e pedras preciosas que estão espalhadas pelo cenário, nem adianta encontrar um monte de tesouros sem estar com a carroça por perto. Na prática é uma troca de favores, e rola uma sinergia muito bacana: a carruagem precisa de você, mas você também precisa dela.
Como se não bastassem as muitas riquezas, você ainda pode encontrar pergaminhos com projetos de itens que irão se tornar bem úteis em sua jornada, tais como lanternas (para explorar cavernas escuras), ganchos de escalada (que lhe permitem fixar a carruagem em algum ponto do cenário por tempo limitado) e imãs (que otimizam a coleta de loot).
As cavernas e catacumbas nunca são totalmente lineares, e em muitos casos as rotas secundárias oferecem ótimas recompensas. Porém, coletá-las nem sempre será fácil, e você terá que gastar seu cérebro para levar a carruagem até os tesouros de maneira inventiva e funcional. E é aí que entra a melhor parte do jogo, que é seu…
MODO COOPERATIVO
Embora possa ser aproveitado por apenas 1 jogador, é evidente que Chariot foi pensado para ser jogado por 2 pessoas. Muitos destes tesouros opcionais ficam em locais estratégicos e precisam de 2 jogadores para serem alcançados. Fora isso, é fato que o jogo fica bem mais divertido se jogado por 2 pessoas.
O trabalho em equipe é essencial para o sucesso, pois os jogadores podem se ajudar não só no ato de empurrar/puxar a carroça, mas também podendo segurá-la para que o outro use a corda como “escada”, e dar uma força para proteger os bens do finado rei quando morcegos e outras criaturas surgem para saquear a carruagem.
Como diz o ditado, “duas cabeças pensam melhor do que uma”, de modo que debater possíveis soluções para certos obstáculos com outro jogador deixa os desafios ainda mais aditivos e interessantes. Confesso que eu e minha player 2 já deixamos alguns tesouros “inalcançáveis” para trás, mas ainda iremos dar um jeito de coletá-los!
Um detalhe insignificante mas muito simpático é o high five: mantendo o botão R1/RB pressionado no coop, seu personagem levanta a mãozinha. Se o outro jogador se aproximar e fizer o mesmo, eles fazem um high five!
Saca só:
Como eu disse é apenas um detalhe, mas é o suficiente para instigar o trabalho em equipe e tornar Chariot ainda mais cativante.
AUDIOVISUAL
Cativante, aliás, é uma boa palavra para definir este jogo. O visual como um todo é fofinho e colorido, os personagens são baixinhos e gorduchos; algumas cavernas possuem belas plantas exóticas, que são iluminadas por raios de luz surrealmente bonitos. Chariot esbanja estilo e simpatia em cada frame.
Os pequenos trejeitos dos personagens (a maneira como a princesa suspira caso seu high five não seja correspondido, ou a espiadinha que seu noivo dá sempre que se ajoelha para rezar) lhes tornam únicos, mesmo que, em se tratando de jogabilidade, pouca coisa mude entre os dois.
As animações de todos são muito fluidas e bem executadas. Se nossos protagonistas são mudos, o fantasma muito bem dublado do rei rouba a cena sempre que aparece, com seu mau humor e seus comentários rabugentos. A simpática caveira que cuida da “lojinha” também esbanja carisma e sua dublagem é muito boa.
A trilha sonora é um pouco tímida, ainda que bem executada. Podemos ouvi-la esparsamente durante os combates (lembrando que inimigos não atacam os personagens, apenas saqueiam a carruagem) ou pontuando momentos específicos das fase. Os efeitos sonoros, por outro lado, têm uma aura cartunesca e caem como uma luva no clima do game.
CONCLUSÃO
Com uma jogabilidade acessível, visual fofinho e forte apelo para o “multiplayer cooperativo de sofá” (não há coop online, apenas local), Chariot pode ser o jogo ideal para casais jogarem juntos, pais jogarem com filhos ou simplesmente para jogadores que buscam um jogo de plataforma que é divertido e bonitinho sem deixar de ser instigante desafiador.
http://youtu.be/8M-mNbs5mR0
Ah e vale lembrar que se você tem um Xbox One e uma assinatura Live Gold, pode baixar Chariot totalmente de graça até o final deste mês! Aproveite, baixe logo e ajude o Rei a descansar em paz!
Produzido pelos franceses da Frima Studios, Chariot foi lançado no dia 30 de setembro, com versões para Playstation 4 e Xbox One. Em breve, o game deve ganhar versões para PC e Wii U.
