RetroArkade: Super Punch Out ofereceu o que o boxe tem de mais divertido

2 de agosto de 2015

RetroArkade: Super Punch Out ofereceu o que o boxe tem de mais divertido

Nos ringues de boxe dos games, a Nintendo sempre foi soberana. E em plena era de ouro do esporte, o Super NES recebeu o divertido Super Punch Out. Vamos relembrar?

Os anos 90. Anos incríveis que tinham como sua fonte de violência esportiva as luxuosas lutas do boxe profissional, com Mike Tyson, Evander Holyfield e tantos outros fazendo as madrugadas de sábado intensas da mesma forma que acontece hoje com o UFC. E junto com a Fórmula 1 e o Vôlei, era um dos esportes preferidos dos brasileiros nesta década, mesmo com o infame Maguila “tentando” ser o representante brasileiro da modalidade.

Muitos queriam praticar o boxe, porém a maioria dos candidatos tinham desempenho assim:

RetroArkade: Super Punch Out ofereceu o que o boxe tem de mais divertido

E para esse pessoal, só restava então os videogames. Pelo menos ali ninguém corria o risco de sofrer alguma contusão, a não ser que fosse um jogador bem nervosinho. E neste ambiente, quem comandava o cartel era a Nintendo, com seus excelentes jogos de boxe, como o primeiro Punch Out.

A “benção” do jogo 2

Super Punch Out, assim como qualquer jogo “2”, contou com a benção do segundo título. Street Fighter, Mortal Kombat e Sonic são apenas alguns exemplos que mostram que o segundo jogo pode ser na opinião de muita gente, o melhor da respectiva série.

RetroArkade: Super Punch Out ofereceu o que o boxe tem de mais divertido

O primeiro Punch Out por si só merece uma RetroArkade, pois o valente Little Mac já chamou muita atenção em sua primeira aparição, no NES. Sua subida no circuito do boxe, aliado a uma jogabilidade simples e divertida, com o toque final do combate com o próprio Mike Tyson, era algo único e principalmente, divertido.

E em 1994, chegou a tão aguardada continuação, que com os recursos do Super Nintendo, permitiu elevar mais ainda um conceito muito importante da série: seu bom humor. Raramente um game reunia tanto personagem carismático em um só cartucho e além de carismáticos, eles eram todos bem esteriotipados e malucos, o que deixava as lutas ainda melhores.

Isso é boxe, não uma briga de mulas!

RetroArkade: Super Punch Out ofereceu o que o boxe tem de mais divertido

Três personagens da primeira versão retornaram: Bald Bull, Mr. Sandman e Super Machoman são novamente os campeões dos três circuitos iniciais que vencendo, dá ao jogador o título unificado, igual no boxe profissonal. O único porém é que Little Mac é um peso pena que encara os peso pesados mais doidos do universo!

Super Punch Out coloca o seu personagem de cara no Minor Circuit, exigindo sua vitória pra que ele possa então enfrentar os outros circuitos, o Major, o World e o Special. Todos com quatro lutadores mais os chefes finais que já mencionamos, com a exceção do Tyson, que em 1994 já estava envolvido em mais polêmicas que os dois Ronaldos (o gaúcho e o “gordo”) juntos, logo não sendo um nome muito apropriado para um jogo “padrão Nintendo”.

Mesmo assim os lutadores do game eram demais, pois os novos lutadores eram muito toscos e engraçados. Bear Hugger, Hoy Quarlon, Bob Charlie e vários outros adicionavam mais bom homor aos combates e também traziam suas próprias técnicas de combate, que exigia do jogador a análise de cada uma delas para combater da melhor maneira possível. Mas como estamos falando de um jogo dos mais doidões, é claro que algumas regras do boxe não valem aqui, pois eles também trapaeciam com golpes especiais, ou mesmo com super golpes.

E você também poderia efetuar os golpes especiais, pois assim como o Street Fighter viria a fazer no mesmo ano com o Super Street Fighter 2 Turbo, uma barra com um S aumentava a cada golpe desferido, e quando cheia, permitia os especiais.

Por isso e muito mais, os combates eram demais! Embora o jogo exigisse técnica, já que eram três rounds e caso a luta acabasse sem nocautes, o mesmo índice técnico do boxe real definiria o vencedor, o jogo também era frenético, oferecendo o mínimo de pausas possíveis e colocando o jogador na fogueira a toda hora.

Todas as cores do boxe

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Outro fator que faz de Super Punch Out um game inesquecível é o seu visual. Primeiro pelas muitas cores fortes e vibrantes que aparecem a todo momento, e depois pelo design de personagens. Todos muito esquisitos e grandes, cartunescos ao extremo. Vale lembrar que estamos falando do ano de 1994, e personagens grandes não eram comuns a jogo nenhum. Apenas os clássicos do Neo Geo (e seus muitos megas) eram capazes de apresentar personagens tão monstruosos.

Soma-se a isso uma animação perfeita, que de fato lembra muito um desenho animado (daqueles esquisitos da Cartoon Network entre os anos 90/2000) e temos um game que tecnicamente pelo menos, marcou uma geração. E uma técnica interessante utilizada no jogo, foi a de deixar seu lutador de certa forma transparente, e isso ajuda muito a observar os movimentos do adversário e até a lutar com mais facilidade.

Mas não pense que isso faz deste jogo algo fácil. Pelo contrário, pois após vencer o primeiro circuito, Super Punch Out mostra de fato o que veio fazer, oferecendo uma dificuldade das mais cabeludas e desafiadoras. Claro que assim como no Mega Man, ao dominar os pontos fracos do adversário a vitória é mais tranquila, mas da mesma forma que acontece com nosso amigo robô azul, a verdadeira vítima pode acabar sendo seu pobre controle de Super NES atirado na parede.

Lutadores que resmungam

RetroArkade: Super Punch Out ofereceu o que o boxe tem de mais divertido

Adicionando mais ao clima cartunesco do game, Super Punch Out também oferece uma boa experiência sonora, já que conta com faixas empolgantes e divertidas e efeitos sonoros interessantes: como as vozes digitalizadas dos lutadores que com grunhidos e resmungos, que além de ser o charme do jogo, também oferecem dicas importantes, pois eles falam em pequenas frases o que planejam fazer no próximo assalto.

Chega de conversa e vamos buscar o cinturão!

Super Punch Out é mais que um jogo de boxe, é um jogo Nintendo com todas as Nintendices permitidas e que ainda consegue divertir, outro padrão da empresa japonesa, especialmente em seus tempos de liderança. Todas as suas adições realmente fizeram diferença em comparação ao seu jogo original, fazendo jus ao título de “2 com qualidade”.

A série nunca foi a mais popular da Nintendo, mesmo assim ganhou uma divertida versão para o Wii e será sempre bem vindo nos próximos sistemas da casa do Mario, pois é um dos jogos que cumprem como poucos o principal objetivo de um game: divertir.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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