Jogamos Paris, o primeiro episódio de Hitman.

22 de março de 2016

Jogamos Paris, o primeiro episódio de Hitman.

Hitman faz sua estreia na nova geração oferecendo o mesmo gameplay de sempre, mas com novidades na sua narrativa, com a estreia do formato episódico. Vamos ver então como o Agente 47 se saiu em Paris, o episódio 1.

O sucesso do último game de Hitman, o Absolution de 2012, tem seus méritos no enredo cinematográfico e engine muito inteligente, que representava muito bem a ação e universo do Agente 47. E hoje, quatro anos mais tarde, o assassino preferido dos games estreia na nova geração de consoles, estreando também nos mesmos um novo sistema de narrativa, focado nos episódios. Quem comprar o game já pode jogar o episódio 1, Paris, mas a partir de abril, um novo capítulo sempre será lançado e ficará disponível para download. Sapienza, é o próximo.

A análise de Hitman, então, servirá para ilustrar ao jogador este novo formato, pelo menos em um jogo da série, mostrar como está o jogo em sua parte técnica, e o que esperar dos episódios, no caráter do gameplay.

Bem vindo à Paris

Jogamos Paris, o primeiro episódio de Hitman.

Após jogar novamente as fases do beta, na sede da ICA, e depois sendo levados de fato até Paris, já percebemos que a linearidade de Absolution foi dispensada, mas seus elementos foram mantidos. A área de exploração está satisfatória e lembra mais os games anteriores da franquia, oferecendo mais liberdade para os jogadores.

O jogo está simples, como sempre: comece uma missão, receba oportunidades para coletar informações, ouvindo pessoas ou roubando itens e por fim, ache e elimine o alvo. Sempre será assim, mudando, claro, o contexto e as possibilidades. Tal gameplay é interessante para Hitman, mas enjoa facilmente quando se tem apenas uma “fase” disponível para explorar, afinal, o sentimento é de que estamos jogando um beta, ou uma versão demo. E tudo fica pior, após concluir a missão principal, pois o game oferecerá apenas tarefas adicionais sem muito sentido, feitos para tentar durar mais um pouco o tempo de jogo, mas que será ignorada por muita gente.

Mecânicas foram melhoradas, como a presença de pessoas no ambiente, que podem simplesmente ignorar você ou ficar te observando com toda a desconfiança possível, exigindo uma resposta rápida de seu agente. E sim, controlar o Agente 47 continua sendo algo muito interessante. O quebra-cabeça do game não está exatamente nos puzzles propostos, e sim nas possibilidades de intervenção que aparecem, nos permitindo resolver os assassinatos de maneira sutil, ou fazendo o maior barulho. As rotas de fuga também ajudam e muito na dinâmica do gameplay, mas são demais, facilitando muito o lado do agente em momentos de necessidade.

A cidade-luz brilha, mas não resplandece

Jogamos Paris, o primeiro episódio de Hitman.

Hitman consegue ser um jogo impressionante e comum ao mesmo tempo, visualmente falando. Paris é a cidade-luz por razões óbvias, e tudo brilha demais neste mapa. Mas ao mesmo tempo, elementos comuns se repetem a todo momento, apresentando um trabalho simplista. O que nos leva a entender o seguinte: Hitman vai trabalhar muito para detalhar os mapas específicos, mas vai deixar de lado os itens mais simples do cenário, como vegetação, árvores, tijolos e coisas do tipo.

O FPS pode incomodar aqueles mais “chatos” (no bom sentido, hein, pessoal?) com detalhes, com algumas quedas. Mas uma opção de travar o game nos 30 FPS ajuda a curtir sem se irritar com as possíveis quedas.

Terminei o episódio 1. E aí?

Jogamos Paris, o primeiro episódio de Hitman.

Terminando as três missões principais e se divertindo um pouco com as tarefas extras, o jogador não terá muito a fazer senão sentar e esperar o próximo capítulo. O game poderá ser melhor aproveitado quando estiver “completo”, mas uma possibilidade otimista para este formato está no fato da equipe do IO Interactive estar disposta a ouvir os jogadores durante o processo.

O game, por estar focado mais no gameplay do que no enredo, não deixa ninguém preso para o “que irá acontecer no próximo episódio?”, como acontece nos games da Telltale, por exemplo. Isso conta como um contra nesta aposta, afinal episódios chamam atenção mais por causa do enredo do que do jogo em si. Imagine um Call of Duty aonde todo mês uma nova missão seria disponibilizada. Seria do mesmo jeito. Talvez um formato “episódico” mais com a cara de Metal Gear Solid V valeria mais a pena.

Hitman sempre foi divertido devido ao seu gameplay e este item está digno de elogios, embora alguns ajustes nos cenários ainda podem ser realizados. Já que a equipe responsável decidiu lançar o game desta forma, então é interessante sim ouvir os jogadores e ir, episódio a episódio, aprendendo com os erros e valorizando os acertos. Como toda aposta, nunca se sabe o que dará certo ou não, mas já que a proposta é esta, cabe a nós aguardar até abril e conferirmos juntos as novidades do episódio 2, Sapienza. Até lá!

 

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

Mais Matérias de Junior

Comente nas redes sociais