Após 14 anos de vida, a StarCraft ProLeague chega ao fim

19 de outubro de 2016

Após 14 anos de vida, a StarCraft ProLeague chega ao fim

Korean Esports Association anunciou ontem (18), o fim da StarCraft ProLeague. O torneio, que existe desde 2003, se desgastou com alguns escândalos envolvendo a comunidade envolvida com as disputas, além de ter perdido terreno para outros jogos, como Overwath e League of Legends, títulos que são os mais disputados atualmente na Coreia do Sul.

O presidente da KeSPA, Jun Byung-hun, emitiu um comunicado explicando a situação:

Hoje, estamos anunciando a descontinuação da StarCraft Pro League. O torneio começou em 2003 como a primeira liga de eSports baseada em equipes no mundo e em 2016 completou 14 anos de existência, tornando-se a liga mais longa de eSports no mundo.

A ProLeague abriu o caminho para muitos jogadores de StarCraft de primeira linha e serviu como base para que os jogadores profissionais coreanos se tornassem os maiores do mundo. A liga não foi querida apenas pelos fãs coreanos, mas sim por adeptos de todo o planeta.

A ProLeague ganhou os corações a apoio dos fãs por suas competições emocionantes e histórias envolventes. Mas por trás da emoção, também houve sua cota de obstáculos, que nós, como organizadores, tivemos que superar. Havíamos enfrentado desafios que dificultavam as operações da ProLeague, incluindo a queda acentuada nos patrocínios globais em eSports em 2008 devido a crise financeira global, as primeiros casos envolvendo manipulação de resultados, e diminuição do número das equipes. Apesar disso, a KeSPA fez inúmeros esforços para manter a ProLeague. Estes esforços incluem a gestão das oito equipes para que elas atendessem os requisitos mínimos, apoio de participação para equipes que não eram propriedades de empresas, vendas de direitos de transmissão para o exterior e reforço nas parcerias com torneios de eSports no exterior.

Quanto a mim, depois de ser nomeado presidente em 2013, fiz o melhor para a associação e as empresas parceiras para melhorar a ProLeague e as suas condições no mercado. Olhamos de perto para todas as possibilidades, para criar melhores condições e aumentar as vendas de transmissão dos direitos de transmissão, incluindo o patrocínio da JinAir Green Wings. Graças ao apoio de todos os envolvidos, a ProLeague continuou até 2016.

No entando, a queda do número de equipes e jogadores da ProLeague, patrocinadores e a questão da manipulação dos resultados foram um desafio para a manutenção da liga. Com isso, a KeSPA anuncia a interrupção da ProLeague e suas operações de cinco das sete equipes profissionais de StarCraft que participaram em 2016.

A decisão de descontinuar a ProLeague, mesmo com seus 14 anos de história, foi difícil e me entristece ter que noticiar que a KeSPA terá que parar com suas operações de equipes. Embora a ProLeague tenha terminado, o StarCraft continuará a ser um eSport globalmente competitivo. StarCraft é um dos melhores RTS do mundo e é envolvente e emocionante para assistir, assim como jogar. Com seus parceiros, a KeSPA irá procurar maneiras de apoiar jogadores profissionais que estarão competindo no WCS Global Finals em novembro deste ano, e também continuará a procurar oportunidade de competição para pro-players locais através de medidas como a expansão do StarCraft KeSPA Cup.

Com o crescimento do eSport, uma notícia desta parece algo bem estranho, porém estamos falando da Coreia do Sul, local o qual o eSport está consolidado a níveis extremos. Uma ProLeague tem, para os sul-coreanos, o mesmo valor que o Brasileirão para a maioria dos brasileiros, ou a NFL para o público dos Estados Unidos, guardadas as devidas proporções de audiência e organização. Por ser algo tão grande, inúmeros escândalos envolvendo manipulação de casas de apostas (um exemplo aqui) acabaram por atrapalhar a liga, assim como o crescimento de outros jogos, que aos poucos foram se tornando mais interessante ao público.

E fica a lição. O eSport pelo eSport não “se vende sozinho”. Com vários jogos, torneios e equipes, a atenção do público acaba sendo disputada pela variedade (positiva, sim), o que exige de criadores de jogos, organizadores de eventos e pro-players mais do que apenas “jogar o jogo”. Organização, pulso firme para lidar com esquemas de corrupção e formas criativas para atrair torcedores ou espectadores são alguns dos grandes desafios, para que as ligas atuais continuem existindo e novas possam surgir para somar neste universo.

Via (Kotaku)

Junior Candido

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