Iron Blade mostra a evolução do Hack and Slash para os smartphones
Os smartphones seguem em sua evolução constante para oferecer aos jogadores as melhores experiências possíveis, adaptando tudo para as telas e seus comandos de toque. Primeiro, nós vimos uma onda de games que ofereciam gráficos surpreendentes, e depois, uma busca constante dos estúdios para fazer com que estes belos jogos tivessem um gameplay atraente.
Em meio a esta evolução, jogamos Iron Blade, da Gameloft, que é um Hack and Slash bem competente, e que mostra um simples, mas interessante sistema de jogo, aliados a gráficos bem caprichados, já que esta é uma das grandes apostas do estúdio francês. Falar do game gratuito não é só avaliar o seu desempenho, mas sim observar como os jogos estão ficando cada vez mais interessantes nos dispositivos móveis.
A fina arte de cortar e fatiar
Iron Blade oferece a típica história do bem contra o mal, com o Lorde dos Demônios Baal causando problemas e exigindo a união dos templários para derrotá-lo. Em meio a isso, você entre em combate no famoso sistema de game móvel gratuito: com moedas in game para comprar ou melhorar equipamentos, os rubis, que são comprados com dinheiro real, para acelerar a construção do personagem, e uma propaganda aqui e ali. Porém, a Gameloft tem aprendido a lidar com isso, monetizando em seu game, sem deixá-lo desagradável frente ao excesso que os estúdios fazem com jogos desta natureza.
Há que se destacar também o sistema de construção de seu herói, evoluindo e construindo novas peças para a armadura, utilizando do sistema de fusão, que aproveita elementos de capacidade inferior, melhorando a peça que você já usa, ao custo de algumas moedas. Também existe um sistema social, com placar de líderes e chat entre os jogadores, além dos eventos especiais, para os jogadores mais dedicados.
Mas o legal mesmo fica para a campanha. Sim, é um hack and slash que lembra God of War ou Devil May Cry, com combates que bebem das fontes das brigas de Batman Arkham e Mad Max. O game sabe como controlar o personagem pela tela de toque muitas vezes é um saco, então fez a movimentação do personagem automática, te deixando ocupado apenas com as lutas, que obviamente, vão ficando mais difíceis a medida em que se avança na campanha.
Assim, você apenas precisa tocar a tela do lado direito para atacar, e do lado esquerdo para defender (de preferência após o ícone de ataque inimigo indicar a hora certa), além de usar os botões de ação especial por baixo da tela, para ter alguma vantagem no meio do combate. Basicamente vem uma onda de inimigos por missão, de características variadas, para a luta. Tudo muito simples, mas bem feito para os padrões móveis. Há um tempo atrás, víamos inúmeros games querendo adaptar toda a experiência dos consoles em muitos botões virtuais e nada dava certo, incluindo games bons, como os GTA, que praticamente obrigam o jogador a comprar um controle bluetooth.
Ao invés disso, temos algo que lembra mais a fórmula consagrada de Infinity Blade, que além dos seus belos gráficos, oferece gameplay tão simples quanto Iron Blade, e viciante demais. Acredito que os jogos móveis finalmente começaram a ser observados como realmente são, ao invés de serem tratados como jogos portáteis, como os de PS Vita e 3DS, que contam com um contexto totalmente diferente, apesar de também serem portáteis e hoje contarem com recursos semelhantes aos smartphones, como aplicativos e serviços de vídeos por streaming.
Tentando, tentando, tentando…
Como falei, os jogos móveis ainda estão buscando se encontrar, embora já contem com ótimos exemplos de jogos que exploram muito bem as possibilidades de um smartphone. Mas o grande desafio hoje, ainda é o de oferecer gameplay bem feito para um público gamer mais exigente, que não vê nos jogos casuais possibilidade de diversão, embora os mesmos jogos casuais também tenham sua importância na evolução deste universo, apenas servindo para resolver os problemas de uma outra parcela de jogadores.
Iron Blade mostra que a Gameloft entende isso e busca com seus desenvolvedores a trazer uma experiência rápida, divertida e caprichada, a ponto de conseguir conquistar alguns jogadores hardcore. Ainda há muito caminho para ser percorrido, mas acredito que em breve, tanto os grandes estúdios, como os independentes, conseguirão achar este ponto de equilíbrio e oferecerem jogos de alta qualidade não só técnica, mas no que diz respeito à diversão. Iron Blade já está disponível para Android, e iOS.
Jogamos Iron Blade em um iPhone