Análise Arkade: Drive Girls é tipo Transformers, mas com waifus

9 de junho de 2017

Análise Arkade: Drive Girls é tipo Transformers, mas com waifus

Sabe os Transformers, aqueles carros que se transformam em robôs gigantes? Pois então, Drive Girls é tipo isso… a diferença é que os carros se transformam em belas garotas de anime com roupas bem reveladoras!

Não é mais um bishōjo game

Quem acompanha o site regulamente deve lembrar que no ano passado eu fui apresentado ao mundo pervertido mágico dos bishōjo games, um nicho de games focados em relações com/entre personagens femininas, e que está o tempo todo flertando com erotismo, sensualidade e, em alguns casos, até um pouco de pornografia.

Meu primeiro contato com o gênero foi no divertido Gal*Gun: Double Peace, e não muito tempo depois, fui apresentado ao surpreendentemente bom Criminal Girls 2: Party Favors, título que, apesar de alto índice de conteúdo erótico, era um RPGzinho bem competente. Ah e no finalzinho do ano ainda rolou Valkyrie Drive -Bhikkhuni, para fechar com chave de ouro este combo.

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Como em todo jogo japonês que se preza, as meninas perdem peças de roupa/armadura quando apanham.

Pois bem, a “boa” notícia (ou não) é que Drive Girls está bem longe de ser um bishōjo game. Ok, ele tem garotas com visual de anime com peitos grandes e roupas apertadas. Elas podem acabar ficando só de calcinha e sutiã durante as batalhas — como na imagem acima — e ocasionalmente a ingenuidade delas gera diálogos e situações um tanto ambíguos, mas fora isso ele é um mix de hack ‘n slash com visual novel até que bem comportado.

As Drive Girls

Como você já deve ter imaginado, as Drive Girls que dão nome ao jogo são um grupo de meninas que possuem a fantástica habilidade de se metamorfosear em carros super estilosos. Por alguma razão, elas são a força-tarefa encarregada de manter um bando de insetos-robôs-alienígenas (chamados apenas de Bugs) longe da Terra. Sem diplomacia, aqui tudo é resolvido na base da porrada ou da velocidade.

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Parte do time das Drive Girls.

Claro que há uma historinha rolando, e ela é divertida, bobinha e cheia de clichês. Começamos o game acompanhando Lancier, garota empolgada que após ser “tapeada” pela Commander (que é meio que a Nick Fury das Drive Girls), acaba indo parar no front das guerreiras, e logo estará chutando traseiros de dezenas de Bugs enquanto conhece melhor o time, ajuda a recrutar novas meninas e aprende um pouco mais sobre si mesma e sobre a “instituição” das Drive Girls. Conforme a equipe aumenta, você pode escolher com qual garota quer cumprir cada missão.

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Não é lá uma grande história, mas ela ganha força pelo carisma das personagens, que são todas dubladas com aquelas vozinhas irritantes estridentes de anime, e estão o tempo todo se envolvendo em situações curiosas ou nos dando valorosas lições sobre amizade, perseverança e “não desista dos seus sonhos“. Não há decisões para tomar, nem nada, a história segue um curso bem linear, que você assiste entre uma missão e outra.

Pancadaria, velocidade e customização

O gameplay de Drive Girls é bem simples, e estabelece uma rotina fácil de entender. A história em si rola através de cutscenes parcialmente estáticas, onde as meninas conversam e interagem entre si. No meio da cena geralmente dispara uma sirene, avisando que os Bugs estão causando problemas em algum lugar. Aí basta tirar sua Drive Girl da garagem e ir até lá surrar o máximo de insetos que puder.

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As fases em si são basicamente arenas nas quais os inimigos vêm em ondas. Basta eliminar os alvos principais — que são meio que sub-chefes — para dar cabo de toda uma leva de insetos. Cada menina usa um tipo de arma diferente, mas no geral o gameplay de todas compreende basicamente 2 tipos de ataque — um simples, outro que consome uma barra específica –, pulo e um dash/esquiva. Alterne entre os dois tipos de ataque e veja as meninas realizarem combos imensos e cheio de coreografias.

Conforme elimina insetos, você vai preenchendo um medidor que, quando cheio, permite que você use a habilidade especial da personagem. Além disso, é possível se transformar em carro a qualquer momento, e nesta forma você também pode atacar os inimigos, tanto atropelando-os quanto rodopiando loucamente.

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Mesmo transformadas em carros as meninas também dão porrada!

Nem só de pancadaria é feito Drive Girls: vez ou outra também rolam corridas, que podem ser tanto perseguições a inimigos quanto simples brincadeiras do tipo “vamos ver quem chega antes até a base” feitas pelas meninas. Transformadas em veículos, elas são pilotadas como em um jogo de corrida qualquer (gatilhos aceleram e freiam), e a barra de ataques especiais se torna seu medidor de nitro. Mesmo em fases que não são de corrida se transformar em carro otimiza muito a exploração.

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Nas fases de corrida, atropele Bugs para ganhar turbo.

Seja destruindo barris e contêineres pela fase, seja simplesmente concluindo cada missão, você é agraciado com adesivos que melhoram os atributos das meninas. Não há muita profundidade na customização, simplesmente compare os stats dos adesivos, cole-os nas meninas e veja as barras de HP, Ataque, Velocidade e etc. reagirem.

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Os stickers melhoram os atributos das personagens.

Também existem armas secundárias, bem como engrenagens — que devem ser compradas — e melhoram permanentemente os atributos de cada heroína. Elas são bem caras e vão ficando mais caras conforme você as compra, mas é o item que mais vale a pena gastar dinheiro, então não economize.

Audiovisual

Drive Girls é um joguinho extremamente simpático, ainda que tenha toda aquela esquisitice quase sexual típica das obras nipônicas. Nas cutscenes as meninas são muito bem desenhadas e expressivas, enquanto no gameplay o visual é um 3D/cel shaded simples — lembre que este é um jogo de PS Vita –, limpo e colorido. Não é lá muito detalhado, mas também não é feio.

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Lancier encara um Bug do mal.

A trilha sonora também segue uma cartilha bem japonesa, trazendo faixas eletrônicas com cara de j-pop que são bem animadas. As dublagens, como já dito, concedem muita personalidade às meninas, e quem se amarra em animes e games japoneses sem dúvida irá reconhecer alguns nomes envolvidos no game, como Yumi HaraToa Yukinari. Por mais que o áudio esteja todo em japonês, temos menus e legendas em inglês para facilitar a vida da gente.

Só na Europa?

O que pode ser um ponto negativo para muita gente é que, até o momento, o lançamento oficial de Drive Girls no ocidente está restrito à Europa. Por conta do meu trabalho aqui na Arkade, eu mantenho uma conta PSN europeia operando pois ocasionalmente recebemos códigos europeus.

Porém, como não é possível manter mais de uma conta ativa no Vita, eu tive que formatar um cartão de memória e “resetar” todo o sistema do portátil para então ativá-lo com a conta europeia. É um saco, mas era a única maneira de conseguir jogar.

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Aliás, já que estamos falando de dificuldades geográficas, acho válido ressaltar que, além das missões da campanha, Drive Girls também possui um modo multiplayer, mas infelizmente eu não pude testá-lo. Ele demanda conexão ad-hoc para funcionar, e para isso seriam necessários 4 pessoas, com 4 PS Vitas (com contas europeias) e 4 cópias do jogo, acabou ficando inviável. 😛

Conclusão

Drive Girls é um joguinho simples e divertido, que oferece uma mistura inusitada de visual novel com hack ‘n slash e até umas pitadas de corrida. No geral é uma experiência bacana, que não é memorável nem nada do tipo, mas cumpre o básico que se espera de um jogo que é entretenimento e diversão. Afina, carros estilosos que viram garotas de anime e caem na porrada com insetos alienígenas não pode ser uma má ideia, pode?

Análise Arkade: Drive Girls é tipo Transformers, mas com waifus

Ainda que não seja um jogo imperdível para quem tem Vita — e a restrição ao território europeu só complica o acesso — , sem dúvida há um nicho de otakus gamers afoitos por este tipo de jogo. A produtora — Tamsoft Creations — sem dúvida tem um bom número de fãs, pois é a responsável por franquias como Hyperdimension Neptunia, Senran Kagura e Onechambara… e antigamente fazia a série Battle Arena Toshinden, lembra desse?

Considerando que muitas vezes este tipo de jogo jamais é lançado fora do Japão, o esforço da Rising Star Games em levar Drive Girls à Europa é louvável — e olha que ele vai ser lançado até em mídia física por lá! Quem sabe o sucesso do jogo em território europeu não abre mais possibilidades para outros jogos japoneses chegarem ao ocidente?

https://youtu.be/sftD46AKv5w

Drive Girls está sendo lançado (na Europa) hoje, dia 9 de junho. Esta análise foi feita com base em uma cópia (digital) de imprensa que nos foi cedida pela assessoria da Rising Star Games.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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