Análise Arkade: Drift Lands e a curiosa mistura de shooter com RPG

23 de junho de 2017

Análise Arkade: Drift Lands e a curiosa mistura de shooter com RPG

A mistura de gêneros é sempre algo muito arriscado, mas serve também para que os desenvolvedores se desafiem, para um jogo diferente e interessante. Drift Lands parte para este caminho, misturando dois gêneros bem diferentes entre si: shooter e RPG. E com isso, busca unir ação e estratégia em um só game, apresentando um jogo que quer ser frenético e profundo ao mesmo tempo.

Obviamente, quando estamos falando do “lado RPG” do jogo, a personalização de sua nave se faz prtesente aqui, podendo ampliar seus atributos, como o controle, o poder e a estrutura dela, podendo ainda equipar novos e melhores itens, como armaduras mais resistentes, motores mais rápidos e armas mais letais. E, assim como os paladinos das aventuras tradicionais do gênero, mais de uma centena de habilidades variadas o aguardam em sua jornada espacial.

Estas habilidades influenciam diretamente o gameplay, pois vai exigir do jogador domínio delas, além da decisão de escolher a que melhor o representa. Para recuperar energia, por exemplo, não há power-ups voando na tela, como acontece nos shooters tradicionais, precisando ser equipado a habilidade de cura, para que ela faça o trabalho por você. O mesmo vale para ataques mais potentes. Enfim, por aqui, esqueça os itens voando na tela, é você quem escolhe o que é melhor para as missões, o ataque, a defesa, ou o equilíbrio entre eles. Lembrando que estas habilidades sobreaquecem, o que siginifica que devem ser usadas com sabedoria.

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Só o fato de personalizar de várias maneiras a nave já é um motivo para ter Drift Lands, se você gosta deste tipo de experiência. Assim como em um RPG, o seu avanço no jogo vai permitindo a escolha de armas e armaduras mais poderosas, assim como novas habilidades vão surgindo a todo momento. E isso vai fazer você acabar jogando bastante para upar a sua nave, algo impensável nos jogos tradicionais do gênero, né?

Mas o que parece ser bem legal, pode acabar sendo também um problema. Sim, é legal você poder aos poucos ir melhorando a sua nave do mesmo jeito em que melhorava seu grupo em um Final Fantasy qualquer, mas as missões são bastante repetitivas e os combates, praticamente todos iguais. É como se o lado shooter do game fosse o mais genérico possível, o que faria do game, se fosse apenas um shooter, mais um na multidão. Ondas de inimigos aparecem de tempos em tempos, mas é só isso, tudo muito igual, tudo muito parecido, sempre e sempre.

E, para piorar, os chefes, que sim, tem em comum a sua imponência e dificuldade tanto em um RPG quanto em um shooter, decepcionam em Drift Lands. Eles também são genéricos, sem graça e, ao invés de servirem para atualizar a história e oferecer momentos dramáticos, servem apenas como “mais um inimigo, só que grande”. Mas, para compensar estes problemas, o jogo conta com um visual bem bacana, que é inspirado nos clássicos do gênero e apresenta bons e variados detalhes, além de uma trilha sonora bem feita.

Na mistura RPG e shooter, Drift Lands se atrapalhou um pouco. O game é sim bem completo, conta com um sistema de progressão bem feito e completo, mas sofre de personalidade própria e gameplay comum, e repetitivo. É como se o lado RPG sempre se destacasse mais do que o lado shooter, e isso não é uma boa notícia. Porém, no geral, mesmo com os problemas mencionados, o jogo consegue sim divertir e agradar aos fãs dos dois gêneros.

Drift Lands é um jogo da Alkemi, e está disponível na Steam.

 

Junior Candido

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