A indústria dos games está passando por dias difíceis, e investidores avaliaram o momento

Após meses marcados por demissões, cancelamentos de jogos e o fechamento de estúdios, há um consenso de que a indústria dos videogames está atravessando um de seus períodos mais tumultuados. De acordo com vários investidores, a situação deve persistir, mas há esperança de melhorias.

Em conversa com o GI.biz, diversos diretores de estúdios e investidores destacaram que existe uma abordagem mais cautelosa ao investir na indústria de videogames, considerando este como um dos momentos mais desafiadores já vistos.

Após um momento no qual os games cresceram muito em tempos de isolamento social, seguidos por dificuldades econômicas em diversos países, os investidores estão mais cautelosos com o setor. Spike Laurie, da Hiro Capital, compartilhou que há um olhar mais rigoroso ao avaliar os projetos que receberão apoio financeiro. Anteriormente, a confiança em uma boa equipe com uma boa ideia era suficiente, mas agora existem muitos outros requisitos, como garantir que o título conseguirá prosperar em uma era repleta de lançamentos.

Patrick O’Donnell, analista na Goodbody Equity Research, acredita que 2023 foi um ano incrivelmente difícil para os criadores independentes e que a quantidade de lançamentos está criando enormes desafios.

“O simples número de sucessos entre propriedades de alto perfil e a pura proliferação de lançamentos. Adiciona a isso um consumidor afetado pela inflação, um número crescente de jogos na Steam, ultrapassando os 40 jogos por dia, e em outras plataformas, um aumento nas expectativas dos jogadores para os novos títulos. Provavelmente, nunca houve um período tão difícil para lançar um jogo.”

Além da situação econômica global, vivemos dias com muitos games vindos dos mais variados locais, desde estúdios grandes, que trazem os conhecidos AAA até projetos menores, passando também pelo mundo indie, que atualmente atrai a mesma atenção do que grandes jogos, em alguns momentos.

Talvez seja a hora do menos é mais? De puxar o freio? De gastar menos com inovações e investir em melhorar o arroz e feijão que já está disponível? Não temos as respostas. Mas que a indústria dos games precisará rever conceitos e se reinventar, para evitar um novo 1983, que seria ainda mais nocivo do que o famoso Crash dos anos 80, isso ela precisa.

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