Além da Sony e seu PS5 Pro, o 3DO também foi lançado por US$ 700. O preço vai fazer diferença, novamente?

12 de setembro de 2024
Além da Sony e seu PS5 Pro, o 3DO também foi lançado por US$ 700. O preço vai fazer diferença, novamente?

A Sony apresentou nesta semana o PS5 Pro, a nova versão de seu atual console, prometendo uma experiência de jogo ainda mais imersiva com melhorias significativas. O console conta com uma GPU mais veloz, avanços no Ray Tracing e uma tecnologia de upscaling movida por inteligência artificial, que juntos prometem jogos com gráficos mais nítidos e desempenho mais suave do que nunca.

No entanto, a notícia que gerou mais comentários foi o preço: o PS5 Pro será vendido por um impressionante US$ 699 (cerca de R$ 4 mil, sem contar taxas e impostos), considerado caro até no exterior. Esse valor, que pode ser considerado exorbitante em meio à crise econômica global e uma série de demissões no setor de jogos nos últimos meses, gerou uma reação mista, mas em sua maioria negativa, nas redes sociais.

A pergunta que muitos se fazem é: será que este é o momento certo para lançar um console com esse preço? Historicamente, conforme bem lembrado pelo Time Extension, fabricantes de consoles já tentaram a ideia de vender seus produtos como algo premium, como foi o caso do PS3 da mesma Sony, que estreou em 2006 com um preço inicial de US$ 599 (cerca de US$ 900 hoje, com a inflação) para a versão de 60GB.

Mas foi o 3DO, conhecido por ter sido muito caro desde o lançamento, que foi lançado em 1993 pelos mesmos US$ 699, um valor que, ajustado pela inflação, seria de aproximadamente US$ 1.500 hoje em dia. Apesar do preço e proposta “premium” envolvendo um console “faz-tudo” dentro do possível na época, o 3DO não teve o sucesso esperado, levando a uma redução de preço para US$ 399, o que ainda assim não foi suficiente para impulsionar suas vendas significativamente, já que os consoles da época eram mais populares e também mais baratos.

Mas o PS5 Pro, ao menos, é apenas uma versão mais completa de um console que já tem base instalada, e que permite dar ao consumidor a opção de escolha da versão original ou da “Pro”. Isso faz com que ele não dependa de ser um sucesso de vendas para atingir seu objetivo. Pois, se pagar o seu desenvolvimento e garantir ao menos o apoio de entusiastas dispostos a pagar, seu objetivo inicial será concluído, e o PS5 base seguirá rendendo o lucro necessário.

No entanto, temos que prestar atenção ao “depois” deste lançamento. Pois os efeitos do PS5 Pro, entre vendas e aceitações, poderá ditar o rumo de uma potencial próxima geração de consoles. Será que a próxima geração viria com um preço alto, sem leitor de disco (e mídia física), com acessórios básicos vendidos à parte logo de cara? Será que o PS6 e o próximo Xbox já chegariam como o 3DO chegou em 1993? Ao menos, diferente do projeto dos anos 90, a Sony ao menos já tem uma base instalada, e tem o exemplo do PS3 para lidar com lançamentos problemáticos. Mas, de qualquer forma, gostando ou não do PS5 Pro, é importante observar os próximos passos, através dele.

A reação ao preço do PS5 Pro também reflete uma preocupação genuína sobre a acessibilidade dos consoles de nova geração em um mercado onde a economia global e as expectativas dos consumidores estão em constante desconfiança. A Sony, com essa jogada, está claramente apostando na fidelidade de seus fãs, para ver se eles estão realmente dispostos a pagar mais caro pelas melhorias propostas, especialmente para jogar os tão falados exclusivos da marca.

Mas é apenas o tempo, com a reação dos jogadores, que hoje reclamam, mas que sabemos bem que vivem em uma geração que “reclama, mais compra”, é que saberemos o que será do PS5 Pro, e do futuro da indústria de consoles e de games AAA.

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Junior Candido

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