Análise Arkade: Actraiser Renaissance, o renascimento de um clássico
Um clássico dos anos 90 retornou meio de surpresa recentemente: Actraiser, um jogo que mesclava plataforma 2D com gerenciamento de cidades e nos colocava no papel de um deus guerreiro e de um anjo que ajudava vilarejos a prosperarem retornou em Actraiser Renaissance!
Produzido originalmente pela Quintet e publicado pela Enix (que hoje é Square Enix), o jogo foi lançado para o Super Nintendo em 1990. Eis que agora, mais de 30 anos depois, este clássico recebeu um remake para as plataformas atuais, mantendo-se fiel à proposta do jogo original, mas adicionando algumas novidades, das quais falaremos adiante.
História
Actraiser conta a história de um antigo deus que acordou de um longo sono. Ao despertar, ele se depara com o mundo conquistado por demônios e diversos outros seres liderados por um demônio muito poderoso conhecido como Tanzra.
Então o deus — também conhecido como senhor da luz — vê a necessidade de descer de seu Palácio Voador na tentativa de salvar as pessoas. O senhor da luz então viaja pelo mundo, destruindo os demônios enviados por Tanzra até chegar à fortaleza onde a batalha final pelo destino do mundo será travada.
Conforme viaja pelo mundo, o senhor da luz ajuda a recriar várias civilizações e culturas com a ajuda de seu discípulo (o anjo). Estas civilizações, em certos momentos do jogo, irão “se ajudar” indiretamente.
O Mundo
O mundo de Actraiser é dividido em regiões diversas, onde iremos passar ao longo de nossa aventura. Existem vários biomas distintos, desde desertos escaldantes, florestas, pântanos e até planícies de gelo.
Cada local é bloqueado por nível — indicado pelo anjo, caso você esteja muito abaixo do recomendado para encarar o desafio. Quando você estiver apto, ele irá perguntar se você está pronto para desbravar a próxima área.
Jogabilidade 2 em 1
O gameplay de Actraiser Renaissance segue dividido em dois momentos distintos: temos as fases de combate e plataforma, e as fases de gerenciamento de cidades. Felizmente, ambas receberam novidades, que atualizam e melhoram consideravelmente a jogabilidade.
Foram adicionadas diversas melhorias ao combate do jogo: agora temos um sistema de combos que nos permite aplicar mais de 1 golpe (como era no original). Também podemos nos lançar em uma investida para cima ou para baixo, uma abordagem mais agressiva que pode dar bons resultados.
Além disso, agora temos também uma barra de especial: ao coletarmos cristais deixados pelos inimigos durante o combate, vamos enchendo esta barra. Conforme ela se enche, facilitadores vão sendo ativados, como se fossem reflexos do acúmulo de poder divino do herói. Por fim, agora o personagem também tem uma esquiva, algo que não existia no original.
Foram adicionados também níveis de dificuldade, para tornar a jornada mais acessível para players de diferentes níveis. Confira abaixo o gameplay da primeira fase do jogo:
Assim que terminamos uma fase, liberamos o gerenciamento das cidades. Neste modo, temos que ajudar as regiões a prosperar, construindo casas para os aldeões e oferecendo orientação conforme avançamos.
Com o anjo, temos acesso a poderes incríveis: podemos conjurar raios e desencadear terremotos para remover obstáculos como árvores e rochas — elementos que impedem o desenvolvimento das cidades. Os poderes também nos permitem afastar os demônios, que vivem em tocas e irão aparecer para atrapalhar o crescimento da população.
Quando os demônios aparecem, devemos proteger as cidades em batalhas estratégicas em tempo real, estilo Tower Defense. Confira abaixo nosso gameplay de uma dessas batalhas:
Uma novidade interessante é o sistema de Level Up: você adquire experiência conforme vai recebendo as preces dos aldeões, que troca por melhorias e poderes. Seus campeões também têm seu próprio sistema de upgrades, e vão ficando mais poderosos conforme você avança no desenvolvimento das cidades e na defesa delas.
Audiovisual
Graficamente não tem muito o que falar: houve um bela melhoria, mas o design é muito respeitoso ao material original. No jogo original, tudo era em sprites 2D, e as cores eram mais chapadas, tipo assim:
A nova versão, possui visual 2.5D, com cores muito mais vivas e cenários muito detalhados, com efeitos de partículas que podem ser ativadas ou não e resolução full HD.
O que salta aos olhos é que os desenvolvedores conseguiram encontrar um meio termo entre o antigo e o novo: mantiveram a essência do jogo original, mas não tiveram medo de adicionar novos elementos. Algumas das fases são novas, feitas do zero e são um show à parte.
A trilha sonora é uma releitura da que já tocava no jogo original, composta pelo lendário Yuzo Koshiro. Ele mesmo remasterizou todas as músicas originais, além de compor 15 novas faixas para este remake. É possível escolher entre as versões originais ou mudar para a versão rearranjada durante o jogo.
Conclusão
Actraiser Renaissance é um remake relativamente fiel, que mantém o cerne da experiência intacto, mas também injeta uma boa dose de novidades, que tornam o gameplay mais dinâmico e moderno, atualizando a experiência para os padrões atuais.
Quem jogou o original vai se sentir em casa e sem dúvida ficar feliz com as novidades, enquanto quem nunca jogou tem aqui uma boa chance de conhecer esta franquia nostálgica — pode ser estranho a princípio, mas acho que as novas mecânicas vieram para agradar um novo público.
Só ficou faltando mesmo uma localização para o nosso idioma: o jogo pode ser jogado em Inglês, Francês, Alemão e Japonês, nada de português brasileiro, o que é uma pena. Mas, fora isso, é uma aventura nostálgica, com um gostinho moderno.
Actraiser Renaissance foi anunciado (e lançado) no dia 23 de setembro, com versões para Playstation 4, PC, Nintendo Switch, Android e iOS.