Análise Arkade – A vida em 18 rodas de Truck Driver: The American Dream
Gosto bastante de jogos de caminhão. Não apenas os Euro Truck Simulators da vida, mas até jogos como Snowrunner e, até Death Stranding, quando a aventura de Kojima nos deixa pegar um veículo e sair dirigindo por aí. Isso quer dizer que, não importa se estou dirigindo um simulador realista, um jogo de desafio off-road ou uma aventura pós-apocalíptica bizarra, gosto de dirigir por aí meio que sem rumo e pronto.
O que me fez conhecer Truck Driver: The American Dream, um game da Kyodai Limited, junto da Soedesco, que propõe pegar o seu caminhão e sair dirigindo pelas estradas do game, enquanto você se sente o Falcão (o Campeão dos Campeões, aquele personagem do Stallone que fazia queda de braço) guiando seu possante, fazendo entregas e conhecendo o país.
Uma primeira coisa que é preciso deixar bem claro: embora pareça um simulador, o novo Truck Driver não é um simulador de caminhões. Digo isso pois, mesmo com alguns detalhes comuns a jogos deste tipo, como ligar motor, manter combustível em dia ou dirigir com mais cuidado, tudo é bem mais simplificado, em comparação a outros games.
Dirigir o caminhão, por exemplo, tem lá suas particularidades, como uma necessidade de maior potência quando se carrega algo pesado, mas ainda assim não é tão absurdamente realista como Snowrunner, por exemplo. Mas ainda assim há elementos bacanas, como o controle de combustível, o cuidado com o caminhão para não danificá-lo ou mesmo uma barra de energia do motorista, que exige que ele vá para um hotel dormir para não sair dirigindo de qualquer jeito.
Com essa particularidade de gameplay, o jogo é bem arroz com feijão, fazendo tudo o que propõe com uma competência essencial. Mas traz algo que achei interessante: um “modo história”. Para não deixar o jogador aleatoriamente jogado num mapa tendo apenas que “fazer entregas”, o game nos coloca na pele de um filho de um lendário caminhoneiro, que busca na vida solitária das estradas construir o mesmo legado.
Isso significa que, em meio as missões de busca e entrega de equipamentos, algumas conversas vão evoluindo o universo do jogo. Não é nenhuma história épica, nem nada do tipo, mas soma de maneira interessante neste gênero, ao manter uma certa ligação do jogador com o personagem, que telefona para a namorada, fala com amigos e negocia o próximo trabalho.
Visualmente falando, o game também é competente, e só. O game oferece os famosos “modo fidelidade e desempenho”, com a fidelidade não me agradando muito, mesmo com Ray racing. Preferi o desempenho, que me deixou satisfeito. E o controle, como já disse, é básico, mas suficiente. Apenas uma coisa me incomodou: a “burrice” artificial dos carros do ambiente, que demoram uma vida para fazer uma curva, ou acertam seu caminhão sem querer, danificando ele e exigindo uma visita na garagem para arrumar.
Além disso, o game também tem uma garagem com caminhões novos e melhorias, além de uma árvore de habilidades para o caminhoneiro, que o fará ficar acordado por mais tempo, gerenciar melhor o combustível, entre outras necessidades da vida de 18 rodas.
Trata-se de um game simples, de entrega de caminhões, mas que agrada por ser competente no que propõe. Tirando os carros do cenário que ás vezes enchem o saco, o game acaba se tornando, mesmo involuntariamente, em um “cozy game”, já que dirigir o caminhão, ouvindo a rádio country do jogo, com o som de uma possível chuva, é uma atividade até que relaxante. Seja a câmera que escolher, em primeira pessoa ou com visão externa, pra muita gente isso é uma terapia.
Não espere os mesmos elementos complexos de outros jogos do gênero, mas saiba que Truck Driver: The American Dream pode te deixar satisfeito, ao trazer pelo menos o essencial. Olhar o combustível, manter o caminhão funcionando bem e dirigir com cuidado já é o suficiente para um jogo divertido, que é o caso por aqui.
Truck Driver: The American Dream já está disponível, para Xbox Series X|S, PlayStation 5 e PC.