Análise Arkade – um passeio pela Revolução Francesa com Assassin’s Creed Unity

28 de novembro de 2014

Análise Arkade - um passeio pela Revolução Francesa com Assassin's Creed Unity

Hora de revisitarmos a Revolução Francesa em uma missão de vingança ao lado dos amigos! É nossa análise de Assassin’s Creed Unity que está no ar!

Entra ano, sai ano, e a Ubisoft continua apostando suas fichas na série Assassin’s Creed. E Unity é o primeiro game da série realmente pensado para a nova geração. E, apesar de seu lançamento ter sido manchado por diversos bugs, já adianto que este é um representante digno desta grande franquia. Mas, vamos por partes…

O pano de fundo

Século XVIII. Estamos em Paris em pleno auge da Revolução Francesa, uma época em que “o gigante acordou” e o povo foi às ruas para exigir a cabeça de seus monarcas corruptos e instaurar os princípios de “Liberté, Égalité, Fraternité”.

Análise Arkade - um passeio pela Revolução Francesa com Assassin's Creed Unity

A Revolução Francesa está a todo vapor pelas ruas de Paris.

No meio da agitação político-social da Revolução, conhecemos Arno Dorian, um garotinho que perdeu sua família muito cedo e acabou sendo adotado por François de la Serre, sujeito que é nada menos que um dos cabeças dos Templários.

Sem ter conhecimento de toda a treta histórica que envolve Assassinos e Templários, Arno se envolve com a filha de seu pai adotivo, a bela Elise de La Serre. Porém, sua vida vira de pernas para o ar quando o pai da moça é assassinado e ele acaba sendo injustamente acusado pelo crime.

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Na cadeia, ele conhece um Assassino veterano que lhe instrui dos princípios básicos da Irmandade e lhe apresenta uma chance de redenção e vingança, desde que sirva à Irmandade e à causa dos Assassinos.

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E é assim, dividido entre a lealdade aos Assassinos e o amor da Templária Elise, que Arno irá acompanhar “os bastidores” da Revolução Francesa enquanto elimina seus alvos, decifra enigmas lendários e interage com figuras históricas bem famosas como Marquês de Sade e Napoleão Bonaparte.

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Considerando que Assassin’s Creed: Black Flag foi um jogo muito mais sobre piratas do que sobre Assassinos, é legal ver que o tema principal da série — a eterna briga entre Assassinos e Templários — ainda rende uma boa história. Curiosamente, a campanha principal se foca mais na redenção de Arno do que na Revolução Francesa em si, que é muito mais valorizada na reta final do game e nas divertidas missões cooperativas (falaremos mais delas na sequência).

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Cabeça rolarão nas missões cooperativas!

Arno está longe de ter o carisma de Ezio, mas o começo do jogo mostra-o como um rapaz bem humorado e um pouco cafajeste, exatamente como o assassino italiano. Porém, conforme a história progride, Arno vai se tornando apático e sem graça, sumindo ao lado de um elenco secundário que tem seus altos e baixos. A história em si também deixa a desejar, sendo previsível e sem grandes surpresas que empolguem o jogador.

Ah, e para quem já estava de saco cheio das fases “atuais” de Assassin’s Creed — leia-se fora da Animus — uma boa notícia: Assassin’s Creed Unity se passa o tempo todo na Animus/Abstergo/Helix (nada de Desmond) e o máximo que vemos dos dias atuais são alguns vídeos bem pontuais onde a programadora Bishop e sua equipe lhe passam um breve briefing das missões e do cenário político da época. Você nunca está “desconectado”, o foco é só no que interessa.

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Esta é a Bishop. Ela será seu único contato com o mundo fora da Animus.

Mais do mesmo melhorado

A jogabilidade de Assassin’s Creed Unity se apoia no mesmo esquema já manjado da franquia, misturando parkour, exploração e escalada com uma dose de stealth, missões de assassinato e infiltração. Aliás, finalmente o stealth recebeu um pouco mais de atenção, agora é possível andar agachado (no PS4, mantendo o gatilho L2) para passar despercebido e surpreender inimigos desatentos.

Apesar de ser “mais do mesmo”, o gameplay possui boas novidades. Para começar, o free run/parkour agora possui duas variações: há um para subir (R2 + X), e outro para descer (R2 + O). Isso pode parecer pouca coisa, mas afeta bastante a movimentação, minimizando aqueles saltos acidentais para a morte ou aquelas situações onde seu assassino fica “enroscado” em algum lugar quando deveria simplesmente descer.

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O combate também foi reajustado e agora está mais desafiador. Embora continue seguindo aquele esquema de ataque e contra-ataque, agora não podemos mais matar automaticamente em um contra-ataque, muito menos encadear um kill no outro, como era possível antigamente: cada inimigo deve ser vencido no tempo certo, e a finalização só é possível depois que o oponente já perdeu toda sua energia.

A já icônica Phantom Blade não é tão inovadora assim, é apenas uma versão mais estilosa da zarabatana ou das faquinhas de arremesso que outrora eram usadas para disparar dardos. Ao lado da boa e velha hidden blade e das bombas, pistolas e rifles, agora temos também uma maior variedade de armas (de uma mão, de duas mãos, longas, pesadas) que afetam a postura do personagem em combate, bem como o estilo e a velocidade de seus ataques.

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A Phantom Blade é estilosa, mas não traz nada de novo em termos de gameplay.

Outra novidade que pode dificultar um pouco a sua vida é o Eagle Eye, que agora só dura alguns segundos e tem um tempo de cool down, não podendo ficar ativado o tempo inteiro. Habilidades bem típicas como o Double KillAerial Kill e até aquela sentada no banquinho para se camuflar não estão habilitadas desde o início, e precisam ser compradas (falaremos disso logo mais).

O mapa de Paris é absurdamente grande, de modo que você terá espaço de sobra para correr e fazer suas peripécias seja pelo chão, pelos telhados ou até por dentro de centenas de casas, catedrais e estabelecimentos comerciais parisienses. A fluidez com que você cria um “atalho” atravessando uma casa e saindo pela janela é muto bacana, e a enorme quantidade de casas que possibilitam isso é uma evolução notável daquilo que vimos em Assassin’s Creed III.

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Qualquer janela aberta pode virar um caminho.

Muito mais o que fazer

Além de recriar a Paris do século XVIII com um esmero de detalhes incrível, a Ubisoft encheu a cidade de atividades. Algumas já são manjadas — derrubar ladrões, escalar torres para sincronizar o mapa, decifrar enigmas ancestrais — mas há muito mais desta vez.

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O interrogatório nem sempre é amistoso.

Para começar, Arno pode bancar o detetive e desvendar alguns crimes misteriosos. Para isso, basta usar a Eagle Eye para buscar pistas, conversar com pessoas e, em cima disso, acusar alguém. É uma pegada meio L.A. Noire que não combina realmente com o jogo, mas está ali para agregar um pouco mais de variedade.

As missões principais também oferecem muito mais variedade graças ao que a Ubisoft chamou de Black Box, que nada mais é que um jeito chique de dizer “se vira, filhão”. Basicamente, a missão não é roteirizada ou linear, você pode escolher como proceder, o que deixa tudo bem imprevisível, e justamente por isso, muito mais legal.

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Invada fortalezas e cumpra missões da maneira que quiser.

Entre side missions que vão acontecendo aleatoriamente pela cidade, temos ainda as Histórias de Paris, onde você deve cumprir uma série de missões ligadas à pessoas influentes para ser aceito em seitas e clubes secretos. Este tipo de missão vale especialmente pelo fator histórico agregado, pois revela um pouco mais dos “bastidores” da Paris do século XVIII.

Investir em Cafés também é fundamental especialmente para você garantir um fluxo de dinheiro constante. Existem vários Cafés depredados que podem ser restaurados, e cada um lhe rende dinheiro, além de destravar canções típicas da Revolução e missões que contribuem com melhorias para o Café.

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Se investir no comércio local não é lá uma grande novidade, as Anomalias Temporais são: em certos momentos da campanha, a Animus vai bugar e jogar Arno em outros períodos históricos, onde ele terá que se virar para sobreviver. Essa liberdade poética abre possibilidades muito interessantes (ainda que viajadas), e eu realmente gostaria que tivéssemos mais momentos assim no jogo.

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Arno usando uma metralhadora (?!) para dar cabo de um avião (?!) em plena Segunda Guerra (?!).

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Arno vendo a construção da Estátua da Liberdade antes dela ser enviada aos Estados Unidos.

As missões cooperativas são outra novidade bacana: entre missões longas e assaltos mais pontuais, as missões podem ser de 2 até 4 jogadores e oferecem um bom desafio. O número de inimigos aumenta exponencialmente, de modo que uma abordagem tática é altamente recomendada.

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Reúna seus amigos para encarar as divertidas missões cooperativas!

Jogando online com desconhecidos nem sempre isso é possível, então se tiver amigos online para jogar contigo, não hesite em convidá-los para uma partidinha, pois o simples parkour pela cidade é bem divertido com mais jogadores.

Curiosamente, as missões cooperativas são muito mais focadas na Revolução Francesa do que a campanha em si, que passa ⅔ presa à redenção de Arno. E o mais legal é que existem habilidades e perks voltados exclusivamente para o multiplayer cooperativo, o que mostra uma atenção especial dos produtores nesta área do jogo.

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Um detalhe curioso é que, com a incursão do cooperativo integrado à campanha, o multiplayer competitivo foi simplesmente limado do jogo. Se você curtia a adrenalina e a imprevisibilidade da matança multiplayer, infelizmente não vai encontrar nada aqui.

Customizando e evoluindo

Assassin’s Creed Unity possui uma pegada RPG bem acentuada: você começa em um nível bem baixo, mas pode ir subindo na hierarquia da Irmandade conforme cumpre missões, ganha pontos de XP e, principalmente, equipa seu personagem.

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Ao contrário dos jogos anteriores que tinham trajes padronizados, aqui você é livre para customizar seu visual como preferir. Existem dezenas de opções de capuzes, casacos, manoplas, botas, cintos, e o nível do seu equipamento afeta diretamente o level do seu personagem, o que se reflete até mesmo na quantidade de dano que ele aguenta ou na quantidade de munições e remédios que ele é capaz de carregar.

E não é só você que tem um level em Unity: tudo, dos inimigos às missões e até os distritos da cidade, tudo possui um level (que vai de 1 até 5 pontos). Antes de enfrentar inimigos ou missões de level muito alto, é altamente recomendável que você equipe-se da melhor maneira possível, de outro modo, vai penar bastante.

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Fizemos um vídeo dos menus de customização do game só para ver como o negócio é completo. Repare que cada peça possui seus perks em saúde, furtividade, alcance e corpo a corpo, além de mais (ou menos) espaço para carregar munições e remédios:

Considerando que o multiplayer cooperativo junta 4 Arnos, esta customização é bacana pois cada jogador pode deixar o “seu” Arno da maneira que quiser. Como já dito, os diferentes tipos de armas afetam bastante o gameplay dos combates, de modo que o “seu” Arno pode lutar de maneira completamente diferente do Arno do seu amigo.

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O personagem pode ser o mesmo, mas o traje, a arma e o estilo de combate variam bastante.

Totalmente multimídia e conectado, você ainda deve usar o companion app e evoluir no modo online Initiates, que basicamente acumula sua experiência em diversos aspectos de toda a franquia (sincronize-o com sua conta da UPlay). Certos baús, trajes e desbloqueáveis só podem ser acessados conforme você evolui no companion app e na Initiates, o que praticamente te obriga a usá-los.

Audiovisual

Unity é mais um AAA da Ubisoft que chega ao Brasil totalmente em português. Novamente, temos um trabalho de dublagem muito competente, embora na minha opinião isso continue deixando os jogos com cara de Sessão da Tarde. Felizmente, os puristas podem jogar em inglês (ou francês, que tal?) com legendas em português e aproveitar o melhor dos dois mundos.

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Jogue no idioma que quiser, com ou sem legendas. =)

A trilha sonora não se faz muito presente na maior parte do tempo, mas entra em cena durante missões e para aumentar a adrenalina em trechos específicos. Orquestrada e muito bem produzida, a trilha tem um ar melancólico e cinematográfico.

O visual do game como um todo é simplesmente incrível. A cidade é gigantesca, e o tempo todo existem centenas de NPCs pelas ruas protestando, trabalhando e cuidando de suas vidas. As texturas são muito boas, e as animações não parecem “recicladas”, são realmente diferentes. O próprio Arno possui um leque de movimentos muito maior e mais fluido que seus antecessores.

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Paris foi recriada com uma precisão de detalhes incrível, o que fica especialmente notável em monumentos turísticos e nas catedrais. Áreas internas também estão muito caprichadas, e o volume e variedade delas impressiona. Claro que, com todo esse esplendor visual, chegam os problemas…

Tá, e os bugs?

Deixei isso para o final justamente para deixar claro que, apesar de toda a treta envolvendo os bugs, Assassin’s Creed Unity tem seus méritos, e consegue ser um bom jogo, com cara de next gen. Apesar disso, é fato que ele merecia um polimento e um controle de qualidade maior, para evitar (ou minimizar) seus evidentes problemas técnicos.

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Que fique claro: eu não dei de cara com nenhum bug realmente bizarro, como aquele que “some” com a cara dos personagens. Porém, alguns pequenos bugs e problemas menores surgiram, e alguns deles são bem irritantes, incluindo aí algo que nem é bug: o excesso de (longas) telas de loading.

As quedas de frame rate foram o principal problema para mim. Unity já chegou abaixo do esperado, oferecendo “apenas” 30 frames por segundo, e não segura as pontas nem com essa taxa bem abaixo de outros lançamentos. As quedas são perceptíveis em perseguições e momentos de “correria”, e chega ao ápice de virar “travadinhas” enquanto você escala certas catedrais.

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Ok, o cenário da Catedral de Saint-Chapelle é lindo, mas não justifica as quedas de frame rate.

Na belíssima Catedral de Saint-Chapelle, por exemplo, o parkour fica impraticável por conta dessas “travadinhas”. É como se todos os belos vitrais, colunas e parapeitos realistas da construção exigissem demais do hardware… o que não faz sentido, especialmente em se tratando de um jogo pensado para a nova geração.

Outro problema bem grave está associado aos servidores do game: por possibilitar jogo cooperativo, Assassin’s Creed Unity está o tempo todo online, mas durante minha campanha eu tive vários problemas de conexão com os servidores.

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O problema real é que em cada vez que eu perdia ou recuperava contato com o servidor, o jogo travava por vários segundos. E o problema não era com minha internet (testei outros jogos e foi tudo de boa), mas com os servidores instáveis do game.

Entre outros problemas menores (NPCs que se movem estando parados ou enroscam em elementos do cenário), temos texturas e elementos de cenário que vez ou outra vão aparecendo conforme você anda. Além disso, em uma escolha bem questionável dos produtores, o chat por áudio só funciona durante o gameplay, em cutscenes e loadings você simplesmente não pode conversar com seus amigos. Ok, sempre é possível criar uma party e resolver o problema, mas não deixa de ser uma gafe desnecessária.

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Ops, algo parece errado nesta imagem…

Também nas missões cooperativas, lags e problemas de conexão tornam as coisas bem zoadas, com personagens que não conseguem acertar inimigos, assassinos atravessando paredes e/ou pendurados em parapeitos inexistentes.

Embora toda a internet esteja reclamando dos bugs de Assassin’s Creed Unity, eles não afetaram tanto minha experiência a ponto de tornar o game “injogável”, e acho que boa parte de quem anda reclamando só viu imagens dos bugs mais tensos pela internet e nem sequer experimentou o game.

Porém, é fato que certos problemas irritam, e deixam aquela impressão de que o game chegou às prateleiras antes da hora. Faltou muito polimento, mesmo para um jogo que (supostamente) passou mais de 3 anos sendo desenvolvido.

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Conclusão

O que era para ser o ápice da série acabou se tornando uma tremenda dor de cabeça para a Ubisoft. Assasin’s Creed Unity acerta com sua jogabilidade melhorada e com seu amplo sistema de customização, mas erra feio no controle de qualidade, com todos os bugs que macularam a imagem de um jogo que merecia ser melhor.

Apesar de toda essa polêmica dos bugs — lembrando que a Ubisoft vai dar DLCs e jogos de graça para compensarAssasin’s Creed Unity ainda é um bom jogo. Mais do mesmo e bugado, mas ainda assim um bom jogo. Quem é fã da franquia sem dúvida vai curtir.

Assassin’s Creed Unity foi lançado no dia 11 de novembro, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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