Análise Arkade – Bright Memory para Xbox Series X|S

16 de novembro de 2020
Análise Arkade - Bright Memory para Xbox Series X|S

Em 2014, os consoles da época receberam Metal Gear Solid V: Ground Zeroes. O game, embora relativamente curto, apresentava uma continuação para a história de Big Boss, e apresentava aos fãs o que esperar em Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, o game que daria sequência aos acontecimentos, e aí sim, ofereceria tudo o que a Fox Engine poderia oferecer.

Este exemplo é muito útil para entendermos Bright Memory, que, embora seja um projeto totalmente diferente, conta com algumas particularidades. O game foi feito por apenas uma pessoa: o chinês Xiancheng Zeng. Ele fez tudo sozinho, e, como tal, não contava com tantos recursos para desenvolver seu game. Fez financiamento coletivo, para dar vida ao primeiro episódio e o sucesso da campanha foi o suficiente para o game existir, e o projeto expandir.

Assim, a primeira parte de Bright Memory já está disponível para PC, e chegou como um dos primeiros games para Xbox Series X|S, e a versão mais completa, nos mesmos moldes que Hideo Kojima havia pensado para seu Metal Gear Solid V há quase dez anos atrás, chegará em algum momento de 2021 para os novos consoles da Microsoft.

Um “hack-and-slash souls-like FPS”

Ao jogar Bright Memory, muitas pessoas poderão ser, de certa forma, “enganadas”. Mas essa “enganação”, em aspas mesmo, não significa algo negativo. Muito pelo contrário. O jogador mais desavisado poderá encontrar boas surpresas no game. O seu estilo e mecânica principal é FPS, mas o game é muito mais do que isso. A ação, por exemplo, é pontual, contra grupos de inimigos, no melhor estilo Devil May Cry e God of War.

Em determinados pontos do game, conforme avança, aparecem ameaças em um espaço fechado, que exigirá muito de sua atenção e dedicação. Os combates, pelo menos nesta “parte 1” do game, não são exatamente difíceis, mas com certeza, exigem certa dedicação para passar pelos inimigos, que são bem agressivos e vão para cima de você sem dó. Ao seu favor, há vários upgrades que podem somar no seu portfólio de ataques.

Análise Arkade - Bright Memory para Xbox Series X|S

Além da arma, você também possui uma lâmina de corte, ou ainda poderes especiais, como o ato de levantar para o ar seus inimigos, para ganhar tempo e fugir, caso precise recuperar energia, ou atirar neles. Além disso, você também pode desviar dos ataques. O portfólio, apenas nesta parte, já é muito bom, mas há potencial para muito mais recursos.

Mas, apesar disso, é preciso lembrar que o game é extremamente curto. Terminei minha campanha em menos de 40 minutos de jogatina. Entretanto, para trazer um pouco mais de vida ao jogo, há New Game+, e até um New Game+3 que mantém os poderes adquiridos, mas serve mais como forma de explorar mais o jogo em si, ou para obter todas as conquistas disponíveis.

Desempenho de nova geração

O game, também, serve para mostrar como os novos consoles da Microsoft estão. Ambos os sistemas rodam o game a 60 FPS, com o Xbox Series X rodando a 4K e o Series S, a 1440p. Além do visual competente, o seu desempenho é suave, não contando com quedas de frames, e loadings extremamente rápidos, cortesia dos novos SSDs.

Sua ambientação, apesar de estarmos apenas com uma versão mais limitada do game, já é muito boa, com áreas abertas, cavernas, ou até locais futuristas, como a que conhecemos no começo do game. Que inclusive, mostra um pouco da história, que ainda é vaga, do jogo. Só se sabe que você, jogando como Sheila, uma exploradora e cientista, está em busca da Alma de Jiu Xuan, um elemento que pode ressuscitar mortos, e que conta, no melhor estilo Tomb Raider, com antagonistas que perseguem o mesmo artefato.

Análise Arkade - Bright Memory para Xbox Series X|S

Um conselho: tudo o que diz respeito a enredo neste game é muito vago e aberto. Sugiro não dar muita atenção para isso agora, embora é possível sim ver muito potencial em seu enredo, que será melhor explorado na versão completa do game.

Não é o game definitivo para conhecer, hoje, o poder real do Xbox Series X, mas é sim um game caprichado, bem feito e que serve como amostra de quão longe o novo sistema da Microsoft pode chegar. O game é, de fato, muito corajoso. Quem joga entendendo todo o seu contexto, consegue valorizar todo o excelente trabalho de Xiancheng Zeng, e criar boas expectativas para o que Bright Memory Infinite poderá oferecer, no próximo ano.

Bright Memory já está disponível para PC, iOS e Android. E foi lançado junto com o Xbox Series X|S, na última semana. A versão testada foi jogada em um Xbox Series S.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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