Análise Arkade – Crash Bandicoot 4: It’s About Time na nova geração (PS5)
Depois de passar vários anos longe do mundo dos games, Crash Bandicoot retornou com tudo em 2020, em um jogo que foi um dos Melhores do Ano.
Agora em 2021, o game chegou para mais plataformas: o Nintendo Switch e o PC receberam o game, bem como os consoles da nova geração, que contam com versões aprimoradas do game.
O mesmo jogo…
Já temos uma análise completa de Crash Bandicoot 4: It’s About Time publicada aqui no site, assinada pelo nosso camarada Renan. Recomendo a leitura, inclusive, uma vez que o jogo, em si, ainda é o mesmo.
Ignorando completamente os jogos que foram lançados nos últimos anos, este novo Crash é uma sequência direta de Crash 3: Warped, de 98. O próprio título do jogo faz piada com isso — afinal, passaram-se mais de duas décadas para uma sequência legítima sair.
A história do jogo mostra que os vilões Neo Cortex e N. Tropy descobriram uma forma de abrir fendas no espaço-tempo, e vão aproveitar esse recurso para tentar dominar todas as dimensões existentes.
Para impedir que isso aconteça, Crash, Coco e Aku Aku irão sair em uma busca pelas Máscaras Quânticas, artefatos que existem para preservar o espaço-tempo, e serão de grande ajuda nesta jornada.
Com o mesmo desafio…
Crash Bandicoot 4: It’s About Time é um jogo de plataforma 3D que respeita o legado de dificuldade de seus antecessores. O jogo é extremamente desafiador e vai exigir muita perícia nos controles, especialmente nas fases bônus e fitas VHS que liberam desafios “retrô”.
Há muito mais tipos de desafios do que antigamente: agora, em cada fase você pode (ou não) coletar um total de 6 diamantes — sem contar a gema do desafio de tempo — se conseguir cumprir objetivos como, por exemplo, quebrar todas as caixas, ou terminar a fase com no máximo 3 mortes.
O level design é caprichado, mas também “sacana” com o jogador, escondendo segredos e caixas fora do campo de visão do jogador. E, se uma fase tem 200 caixas, e você quebrou 199 delas, não tem perdão: se quiser tentar de novo, prepare-se para quebrar TODAS as caixas novamente, não só aquela que ficou faltando.
As máscaras quânticas, que concedem novas habilidades aos personagens, também introduzem mecânicas que turbinam o grau de dificuldade do jogo, deixando plataformas tangíveis/intangíveis, por exemplo. Felizmente, o gameplay muito bem calibrado e responsivo dá conta do recado, ou seja: quando você falhar, a culpa será sua, não do jogo.
E muitos novos recursos
Crash Bandicoot 4: It’s About Time já era um jogo lindo na geração passada, e isso não mudou. Em termos de audiovisual, o game continua incrível, muito colorido, vibrante e super coerente com a proposta da franquia.
As novidades começam no desempenho: no Playstation 5, o game roda em 4K a 60fps. A estabilidade é bem impressionante: não rolam engasgos ou quedas de framerate nem mesmo nas boss battles mais frenéticas.
Os recuursos do DualSense também dão um tempero extra à receita: ao utilizarmos o Grappling Hook da Tawna, por exemplo, podemos sentir a resistência do gatilho. Esse tipo de efeito também se faz presente quando estamos sobre o skate/jet ski, bem como na utilização do “aspirador” do Dingodile.
O controle também vibra em intensidades diferentes, oferecendo um feedback háptico mais rico, de acordo com o que acontece na tela. Não tem o mesmo nível de imersão de Astro’s Playroom, mas não deixa de ser um adendo interessante. E por falar em imersão, o jogo faz proveito do áudio 3D, mas demanda um headset compatível que, infelizmente, ainda não tenho, então não pude testar.
O tempo de carregamento também tira proveito do hardware e do SSD da nova geração: Crash 4 é um jogo com fases bem grandes, que poderiam demorar para carregar. No PS5 isso não é problema: entre o mapa e o início da fase, a espera não chega aos 5 segundos.
Por fim, acho válido ressaltar que o jogo aproveita muito bem os “Cards” do Playstation 5 — recurso que nem todo jogo utiliza. Disponíveis “fora do jogo” (no painel do console), os Cards mostram desafios e atividades do jogo que você já começou, mas por alguma razão não concluiu.
Ao clicar em um card específico, o jogo abre automaticamente e leva você para a área certa em questão de segundos. É um recurso muito prático, pois pula os menus, a introdução, o mapa de fases, enfim, tudo o que você não precisa ver, e te coloca “na cara do gol”.
O mais impressionante é que o jogo não está carregando um save, está literalmente sendo inicializado em um lugar específico. Um recurso até agora subaproveitado do PS5 que definitivamente merece mais atenção — e sem dúvida pode ajudar os platinadores a conseguirem os insanos 106% de completude do jogo.
Conclusão
Seguindo a cartilha de melhorias que já vimos em outros títulos recentemente, Crash Bandicoot 4: It’s About Time não reinventa a roda do game original, mas oferece uma experiência mais rápida, mais fluida e mais imersiva na nova geração.
Considerando que o upgrade é gratuito para quem já tinha o game na geração passada, não tem porque não aproveitar essa chance de revisitar esta grande e desafiadora aventura de um dos personagens mais queridos dos videogames.
Os usuários de Xbox Series X|S provavelmente terão uma experiência similar, bem como os de PC (de acordo com o hardware, claro). Não sabemos como o jogo roda no Nintendo Switch, mas, creio que seja válido esperar uma apresentação um pouco mais modesta, que não comprometa a diversão.
Com as novas versões, Crash Bandicoot 4: It’s About Time agora encontra-se disponível para PC, Playstation 4, Playstation 5 (versão analisada), Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch.
Vale ressaltar que o game está 100% localizado para o nosso idioma — inclusive, nossa amiga Luiza Caspary dá voz à Coco, irmã do Crash.