Análise Arkade: Crossfire: Legion é um RTS divertido e fácil de aprender
Crossfire: Legion, spin-off da franquia de FPS Crossfire, nos coloca para cair no tiroteio não atrás da mira de uma arma, mas por cima, em uma aventura totalmente RTS! Confira agora nossa análise do game!
Uma história interessante, mas confusa
Crossfire: Legion é um game bem interessante, mas que parece atropelar a si mesmo ao contar sua história. O game é ambientado num futuro próximo, em que guerras são comuns e são travadas principalmente por duas companhias militares privadas, a Global Risk e a Black List, que basicamente controlam o mundo e lutam para expandir seus territórios.
Acompanhamos missões da ambos os grupos, vendo que suas motivações e ações não são preto no branco. Não há uma equipe dos heróis e uma equipe dos vilões. Ambos os grupos condenam as ações do outro, mas ao mesmo tempo fazem coisas altamente controversas, senão imorais. Porém, tudo muda quando um terceiro grupo surge repentinamente, muito mais forte e com muito mais tecnologia e recursos, desestabilizando completamente a “balança do poder”.
Assim, o rumo do conflito e o futuro de todo o planeta está agora nas mãos de três grupos militares de poder e influência globais: e com um querendo destruir o outro com a desculpa de que o objetivo é livrar o mundo da tirania de seus inimigos.
O game possui reviravoltas bem legais e uma história contada por cutscenes muito bem feitas e estilosas. Porém, a história acaba se atropelando bastante, pois não é desenvolvida passo a passo. Quando você enfim está entendendo as motivações da Black List, o jogo te coloca do lado da Global Risk, e quando você começa a entender os objetivos desse grupo, toma plot twist em cima de plot twist.
Crossfire: Legion não possui uma história ruim nem tão complexa, mas sim uma que é contada de uma forma um pouco acelerada e difícil de acompanhar detalhadamente.
Gameplay simples e sem muita complicação
Crossfire: Legion é um RTS bem simplificado. Você basicamente construirá uma base e coletará recursos usados para construir estruturas e unidades para seu exército. A diferença é que você não precisa percorrer o mapa para caçar recursos, suas bases já as provém automaticamente.
Você não pode construir bases em qualquer lugar, somente em pontos designados. Feito isso, produza algumas unidades operárias que servirão para coletar recursos, que são apenas dois: minerais e combustível, ambos jamais se esgotando.
Construa suas estruturas ao redor da sua base: barracas de soldados; fábricas para produzir veículos terrestres; hangares para construir unidades aéreas, como aviões, helicópteros e drones; além de armas estacionárias para proteger suas construções. Feito isso, evolua cada estrutura para debloquear unidades melhores e habilidades novas, monte seu exército e parta pra guerra.
Tudo é bem simplificado e mais focado na ação do que em gerenciamento. É claro que usando estratégias bem feitas tudo fica muito melhor do que somente enviar uma tropa pra cima dos inimigos, o que muitas vezes resultará em batalhões inteiros sendo dizimados. Mas num geral não há tanta dificuldade assim. E sim, enviar um exército pra cima muitas vezes realmente dá certo.
Cada unidade possui pelo menos uma habilidade especial, que vão desde invisibilidade, usar escudos, fogo de supressão, barragem de tiros e etc. E, além disso, cada equipe possui duas habilidades que usam pontos de comando para serem usadas. Esses pontos são adquiridos ao atacar e destruir soldados e estruturas inimigas, podendo ser usados para, por exemplo, convocar bombardeios aéreos, uma área de cura em qualquer lugar do mapa, e outras habilidades.
Basicamente é isso, não há complicação nenhuma. Assim que você pega o jeito, tudo fica bem tranquilo, demandando mesmo que você saiba gerenciar seus exércitos. E mesmo em missões mais difíceis, contra exércitos fortes ou numerosos, não leva muito tempo até que você descubra a melhor abordagem para seguir em frente.
É possível definir Crossfire: Legion como um RTS para iniciantes. Ele é extremamente simples e fácil de aprender, mais até do que Age of Empires I e II, que foram os principais games de “entrada” de muita gente ao gênero RTS, e isso há mais de 20 anos atrás.
Porém, por conta dessa simplicidade ele acaba perdendo em “profundidade”, sendo um RTS bem simplório. É sim bem divertido, mas não é um game que prende o jogador para ir fazendo missão atrás de missão.
Audiovisual
Crossfire: Legion possui um visual bonito, ainda que simples. Não sei se é proposital ou não, mas o game tem uma aparência meio que de “brinquedo”, como se estivéssemos jogando um game de estratégia com miniaturas animadas.
Os efeitos de iluminação e explosões são bem legais, rolando até mesmo uma pequena dose de destruição de cenários, com marcas de explosões no chão e inimigos mortos, mas passando alguns segundos essa destruição toda desaparece.
Já nas cutscenes o game possui um visual muito legal, com uma animação muito bem feita e bastante artística, com um estilo que lembra até uma pintura animada.
O game possui uma trilha sonora boa, ainda que não seja marcante. Já seu trabalho de vozes é incrível, e não é para menos, pois conta com grandes nomes da dublagem americana, como Matthew Mercer (O Cassidy de Overwatch) e Liam O’Brien (O Doutro Estranho nas animações da Marvel), ambos membros do grupo de RPG Critical Role (que eu pessoalmente sou um grande fã).
Infelizmente Crossfire: Legion não possui localização em português brasileiro, nem mesmo na localização de seus textos.
Conclusão
Crossfire: Legion é um RTS divertido, fácil de aprender e sem complicação. Basta algumas partidas online, ou então algumas missões da campanha, que ensinam cada característica do game em detalhes, para já entender como tudo funciona. A partir daí, está nas suas mãos criar estratégias de ataque para vencer os exércitos inimigos.
Porém, e em parte graças a essa simplicidade, o game acaba não prendendo muito. Ele possui missões e batalhas bem divertidas, sim, mas pelo menos comigo não me prendeu em sua jogatina. E olha que eu sou uma pessoa que já passou madrugadas inteiras jogando Age of Empires II online com amigos.
Sendo assim, considero este game como um “RTS para iniciantes”. Se você quer um primeiro contato com esse gênero, mas por algum motivo não quer jogar seus clássicos, Crossfire: Legion pode ser um bom game para você.
Crossfire: Legion está disponível exclusivamente para PCs.