Análise Arkade: Diablo III Eternal Collection no Switch marca o retorno da Blizzard a um console da Nintendo

12 de novembro de 2018

Análise Arkade: Diablo III Eternal Collection no Switch marca o retorno da Blizzard a um console da Nintendo

Diablo III está longe de ser um jogo novo, mas a chegada do game ao Nintendo Switch marca um reencontro importante entre a Blizzard e a Nintendo. Revisitamos a boa e velha Tristram para ver como o jogo se comporta nesta nova plataforma!

Contextualizando

Diablo III foi originalmente lançado lá em 2012 — e ganhou até uma edição toda especial de nossa finada Revista Arkade — para PCs, mas com o passar do tempo foi sendo lapidado, expandido, e relançado para outras plataformas.

Confesso que, até receber o código de review do game no Nintendo Switch, meu último contato com o game havia sido lá em 2014, quando fiz minha análise da versão Reaper of Souls, então lançada para o Playstation 4. De lá para cá, 4 longos anos se passaram, e o game continuou sendo atualizado e aprimorado.

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Esta Diablo III Eternal Collection também não é exatamente nova (saiu para o PS4 e o XOne no ano passado), mas é muito emblemática por 2 motivos:

  1. esta é a primeira vez que um jogo da série Diablo chega a um console da Nintendo
  2. este é o primeiro jogo da Blizzard lançado para um console da Nintendo desde 2003, quando a empresa lançou uma coletânea de clássicos para o Gameboy Advance

Justamente por isso, resolvi revisitar o game no Switch, e se você é fã da Blizzard e da Nintendo, vou te falar: a espera valeu a pena!

A história ainda é a mesma…

Diablo III retorna à boa e velha Tristram quando uma estrela cadente cai (dã) exatamente sobre a Catedral do vilarejo, local sagrado cujo subsolo servia de confinamento para o temível Diablo e sua corja de demônios. O velho Deckard Cain havia premeditado uma nova invasão de demônios, e este evento obviamente desencadeia esta nova era de caos.

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Ao lado de Leah, a sobrinha de Deckard, assumimos o papel de um herói (ou heroína) que deverá tentar impedir o avanço das hordas demoníacas para o nosso mundo, explorando catacumbas e templos em ruínas enquanto acumulamos toneladas de loot para fortalecer nosso guerreiro.

O gameplay continua afiado!

Embora eu tenha jogado o Diablo III original como Monge, na época da expansão Reaper of Souls, uma nova classe havia sido adicionada ao jogo: o Cruzado. Desta vez a novidade é a classe Necromante, cujos poderes baseiam-se em utilizar corpos e partes de inimigos caídos como armas. No total, agora temos 7 classes de personagens: ArcanistaBárbaro. Cruzado, Caçador de Demônios, Feiticeiro, Monge e Necromante, cada uma com suas próprias habilidades e equipamentos.

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Foi meu primeiro contato com a Classe Necromante desde Diablo II, e vou te falar que é muito divertido jogar com essa Classe! Seus poderes são bem apelões, indo desde espetos de ossos brotando do chão até uma guarda pessoal de esqueletos reanimados, passando por estacas feitas de vísceras sangrentas e magias com efeito poison.

Lembro que quando joguei de Cruzado, minha experiência foi muito mais “próxima” dos inimigos, visto que aquela é uma Classe muito focada em ataques corpo-a-corpo e armas curtas. O Necromante, por sua vez, possui ataques, projéteis e evocações que funcionam à distância, e isso dá outro tom ao jogo, permitindo uma abordagem mais estratégica, ainda que igualmente frenética.

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Novamente: sei que o Necromante não é necessariamente uma novidade, mas é a última Classe adicionada ao game, por isso quis experimentá-la por primeiro. Aliás, este é mais um atrativo da Diablo III Eternal Collection, ela representa a versão definitiva do jogo, reunindo todo o conteúdo previamente lançado em outras plataformas, incluindo aí as expansões Reaper of SoulsAscensão do Necromante.

Infinitas horas de diversão

Além de uma extensa campanha dividida em 5 atos, a Diablo III Eternal Collection traz muito conteúdo adicional. Para começar, há o sempre divertido Modo Aventura, que nos permite visitar as diferentes áreas do jogo na ordem que quisermos, sem preocupação com história ou diálogos, e foco puramente na matança de demônios.

Ao contrário das outras plataformas — onde era preciso finalizar a campanha para poder acessar o Modo Aventura –, aqui ela já está liberada desde o início (mas é altamente recomendável que você upe seu personagem antes de brincar aqui). Com o Modo Aventura, chegam as Caçadas e as Fendas Nefalem, conteúdos procedurais de dificuldade variável que podem render infinitas horas de jogatina.

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Por fim, vale ressaltar que o Nintendo Switch recebe alguns itens exclusivos, como suporte a Amiibos, uma moldura temática exclusiva, um set de armadura que deixa seu herói com o visual de Ganondorf, vilão da série Zelda… e Cucco, pet que é uma galinha capaz de coletar todo o ouro que dropa para facilitar a sua vida!

Audiovisual

Diablo III já tem uma parte estética sólida e bem resolvida, e o que temos aqui é uma ótima transposição deste conteúdo para o harware do Switch. Alguns efeitos mínimos de iluminação foram retirados para otimizar o desempenho do jogo, mas pode-se dizer que a troca foi justa, pois o game roda muito bem, mantendo 60fps constantes tanto no modo TV quanto no portátil, o que é louvável, pois mantém a fluidez da jogatina intacta, esteja você jogando em casa ou “na rua”.

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Vale ressaltar que o jogo mantém seu multiplayer em alta, possibilitando a jogatina entre até 4 jogadores, tanto online quanto offline. Os controles diferenciados do Switch trazem novas formas de se jogar: é possível até mesmo jogar com apenas um joy con — neste caso, “sacudir” o acessório realiza esquivas multidirecionais, minimizando a falta do segundo analógico –, também sendo perfeitamente possível de se jogar com o Pro Controller, ou na configuração default com 2 joy cons.

De resto, espere por aquela câmera isométrica de sempre, com cutscenes belíssimas, character design inspirado e uma trilha sonora tão grandiosa quanto nostálgica. O código que recebi foi resgatado na versão norte-americana do e-Shop, então as dublagens estão em inglês, mas os menus e legendas estão totalmente localizados para o português brasileiro, e é possível baixar um patch de dublagem brasileira que mantém o padrão de qualidade Blizzard.

Conclusão

Diablo III Eternal Collection chegou ao Switch na mesma época em que a Blizzard foi “massacrada” pelo anúncio de Diablo Immortal… o que é bem curioso, visto que essa é, até o momento, a versão mais “portátil” da franquia que temos a chance de jogar, e ela funciona maravilhosamente bem, em um port pra lá de caprichado e otimizado.

Análise Arkade: Diablo III Eternal Collection no Switch marca o retorno da Blizzard a um console da Nintendo

Fazia tempo que não víamos a Blizzard e a Nintendo unindo forças, e Diablo III Eternal Collection revive esta parceria da melhor forma possível. O que temos aqui é a mesmíssima experiência disponível para outras plataformas, com o excelente diferencial de podermos levá-la na mochila para jogar no metrô, no shopping, no banheiro (?!), ou onde mais você levar o seu Switch.

E, não faço ideia se isso é possível ou viável, mas ver Diablo III rodando tão bem no Switch — e Blizzard e Nintendo juntas novamente — me faz ter esperança de que um dia poderei jogar Overwatch no Switch a qualquer hora, em qualquer lugar! Vai que, né?

Diablo III Eternal Collection chegou ao Nintendo Switch em 2 de novembro, e pode ser jogado totalmente em português.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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