Análise Arkade: matando demônios nos consoles com Diablo III: Ultimate Evil Edition

24 de setembro de 2014

Análise Arkade: matando demônios nos consoles com Diablo III: Ultimate Evil Edition

Gamers de console, agora é nossa vez de caçar demônios! Confiram na sequência nossa análise completa da versão para consoles do aclamado Diablo III em sua Ultimate Evil Edition que traz a expansão Reaper of Souls e muitas novidades!

Diablo é sinônimo de qualidade desde o primeiro jogo da série. Porém, é fato que Diablo III foi lançado como uma joia bruta, imperfeita e com algumas falhas (incluindo a famigerada Casa de Leilões). Felizmente, esta joia foi sendo habilmente lapidada pela Blizzard por meio de patches e atualizações.

Análise Arkade: matando demônios nos consoles com Diablo III: Ultimate Evil Edition

Os dois anos que separam o lançamento do jogo original para PCs desta nova edição foram bem aproveitados: a Diablo III Ultimate Evil Edition que chegou recentemente aos consoles pode ser considerada a versão definitiva (até agora) do game, trazendo todos os upgrades e melhorias que foram feitos de 2012 para cá, aliados a uma jogabilidade que responde muito bem longe do teclado e do mouse.

SINOPSE

Como a história de Diablo III já está meio manjada – temos uma edição toda da revista Arkade dedicada ao game, confira! — vamos dar só uma pincelada: a boa e velha Tristram volta a ser foco da atenção de guerreiros e aventureiros quando uma estrela cai exatamente sobre a Catedral do vilarejo, local sagrado cujo subsolo servia de confinamento para o temível Diablo e sua corja de demônios.

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Nosso velho conhecido Deckard Cain havia premeditado uma nova invasão de demônios, e sua primeira missão quando chega à Tristram é justamente resgatar o ancião, que estava dentro da Catedral envolvido em seus estudos quando o corpo celeste caiu. Leah, sobrinha de Cain, será de grande ajuda, pois tem um papel bem importante nos acontecimentos que ali se desenrolam.

Já falando da expansão, ao final da campanha, quando todos achavam que uma nova temporada de paz e prosperidade viria, o pior acontece: Maltael, o Arcanjo líder do Conselho Ângiri sucumbe ao poder da Pedra Negra das Almas e se torna o próprio Anjo da Morte (o Reaper of Souls do título), conjurando toda uma sorte de demônios e aberrações para destruir a região de Hespéria.

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Assim, nossos heróis que mal saíram de uma batalha se veem obrigados a entrar em combate mais uma vez, agora para derrotar o ex-companheiro de Tyrael. Desta vez porém, Bárbaro, Caçadora de Demônios, Monge, Feiticeiro e Arcanista terão um novo aliado: o Cruzado, uma classe totalmente nova que chegou com a expansão Reaper of Souls.

O CRUZADO

O Cruzado é extremamente poderoso, pois conta com armaduras pesadas, sempre carrega um escudo e utiliza armas como maças, manguais e espadas. Seus ataques dependem do medidor de Ira, e quanto mais você espanca seus inimigos, mais ele aumenta.

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Esse é o Cruzado da tela de seleção de classes…

As habilidades especiais do Cruzado são devastadoras, misturando magia com dano físico, conjurando armas celestiais e cavalos de batalha (?!), esmagando inimigos com seu escudo, provocando-os para ganhar sua atenção (e poupar o resto do grupo) ou obliterando os demônios com a cruz ungida de sua ordem.

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Esse é o nosso Cruzado low level com equipamentos meia-boca…

A grosso modo, podemos dizer que o Cruzado se encaixa como um meio termo entre Bárbaro e Arcanista, pois causa dano físico alto e possui suas próprias magias e artimanhas. Sem dúvida o Cruzado é uma excelente opção para quem está adentrando agora nas catacumbas infernais de Diablo III.

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E essa é a Cruzada level 70 cheia de Equipamentos Lendários que nosso camarada Rodolfo Nogueira mandou pra gente!

NOVIDADES

A nova classe, contudo, não é a única novidade que chega com esta expansão. O Ato V da campanha visita uma nova área do mapa e traz toda uma nova gama de bestas e inimigos para serem derrotados. Para enfrentar estas novas ameaças, os personagens das classes originais de Diablo III receberam novas habilidades, e agora todos podem alcançar o level máximo 70, o que garante muito mais poder para todos os tipos de guerreiros.

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Outra novidade bacana é a inclusão do modo Aventura: após zerar a campanha uma vez, você pode desfrutar de um modo de jogo totalmente focado na diversão, revisitando qualquer área do jogo na ordem que quiser. Não há preocupação com história, diálogos nem cutscenes, apenas a boa e velha matança, milhares de monstros te esperando e muito loot para ser coletado.

Dentro do modo Aventura ainda temos as Caçadas, onde o jogador recebe objetivos aleatórios, geralmente envolvendo a derrota de chefes bem poderosos, o que pode lhe render tesouros preciosos. O modo Aventura é especialmente recomendado para os platinadores que buscam troféus insanos como o “Time dos Sonhos”, onde o objetivo é alcançar level 70 com personagens das 6 classes diferentes.

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Para ajudar nessas conquistas, o jogo cria grupos de maneira bem inteligente, permitindo que jogadores com objetivos diferentes joguem juntos sem que a experiência seja prejudicada para nenhum dos lados, quem está acompanhando a história segue em frente, quem está no modo Aventura parte para o próximo objetivo. Vale ressaltar que o nivelamento de dificuldade também acompanha o número de jogadores: quanto maior a party, maior o desafio e mais poderosos serão os monstros.

Para quem quer ainda mais pancadaria, temos ainda as Fendas Nefalem, que são basicamente dungeons geradas aleatoriamente e podem lhe oferecer grandes desafios e muitos tesouros. Tesouros estes que podem ser melhorados com a ajuda da Mística, artesã que auxilia o Ferreiro e o Joalheiro e é capaz de encantar seus equipamentos, concedendo-lhes habilidades mais poderosas.

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Quer mais novidades? Pois se prepare para conhecer os monstros do tipo nemesis (foto acima), que chegam somente nesta versão do jogo para torná-lo ainda mais difícil e imprevisível. Funciona assim: quando um amigo seu que também joga é morto por qualquer tipo de inimigo, esse monstro pode upar de level e invadir o jogo de outras pessoas, caçando impiedosamente outros jogadores. E ele continuará fazendo aparições ocasionais de surpresa pelos jogos de seus amigos até que alguém consiga derrotá-lo! Fique ligado, pois sempre que as trombetas do apocalipse soarem (e o controller vibrar loucamente), é sinal de que seu nemesis voltou para mais derramamento de sangue!

Se quiser ajudar seus amigos, você pode enviar itens, equipamentos e até mesmo dinheiro usando a caixa de correio que fica em Tristram — outra novidade exclusiva dos consoles. Além disso, ocasionalmente droparão pacotes de presente destinados a seus amigos, geralmente itens lendários que você poderá enviar para eles, esperando que eles lhe retribuam quando encontrarem algo do tipo. Estas ferramentas simples de interação social são bacanas e estimulam o companheirismo, mesmo quando você nem está jogando com as mesmas pessoas.

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Ah, e falando em companheirismo, tem mais mais uma novidade muito bacana: ao contrário dos PCs, que aceitam somente cooperativo online, nos consoles é possível se aventurar pelas dungeons também em modo cooperativo local! Até 4 jogadores podem jogar juntos, no mesmo console, no mesmo sofá. E isso é muito divertido!

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Fecha o pacote principal de novidades o modo Aprendiz, que basicamente nivela (para cima) o nível de jogadores de level baixo, permitindo que eles tenham mais pontos de vida e causem mais dano. Qualquer jogador que esteja 4 ou mais níveis abaixo do player mais poderoso da party automaticamente torna-se um Aprendiz, tornando o jogo desafiador, equilibrado e justo para todos.

MATANDO DEMÔNIOS NOS CONSOLES

Até o Diablo III lançado no ano passado para PS3 e X360, a série esteve ausente dos consoles por 15 anos (o primeiro Diablo foi lançado para PS One em 1998 e depois disso, nada). Porém, ao jogarmos Diablo III: Ultimate Evil Edition nos consoles (testamos o game no PS4), fica difícil acreditar que o jogo não nasceu nesta plataforma, tamanha é a qualidade do gameplay adaptado aos controllers.

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Otimizando ao máximo todos os comandos e atalhos típicas do PC em um número limitado de botões, a Blizzard conseguiu deixar a jogabilidade de Diablo III muito fluida e dinâmica. Enquanto a alavanca esquerda cuida da movimentação, a direta assume a função de esquivas multidirecionais, mais ou menos como na série God of War. Já o L1/LB ficou responsável pela (muito útil) função de utilizar poções.

De resto, o jogador possui certa liberdade para espalhar suas habilidades e poderes pelos demais botões do controle (dica: não deixe de habilitar a função Elective Mode pelo menu de opções, ela desabilita a “trava” de habilidades, permitindo que você associe qualquer habilidade já aprendida a qualquer botão). O resultado é um button masher bem frenético mas que possui uma pegada estratégica afinal, cada classe de personagem utiliza sua própria fonte de energia (Fúria, Mana, Espírito, etc.) para desferir seus ataques, e cada ataque consome sua própria quantidade de energia.

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É incrível como a otimização de mecânicas funciona bem. Jogar Diablo III: Ultimate Evil Edition nos consoles é uma experiência muito satisfatória, pois a jogabilidade é dinâmica, acessível e extremamente viciante. O jogo ficou com uma pegada ainda mais voltada para a ação, afinal saem os cliques para mover o personagem, entra a mobilidade livre (e as bem sacadas esquivas) das alavancas analógicas. Parece que esses anos em que a franquia ficou longe dos consoles jamais existiram, dada a naturalidade com que o gameplay flui. Até os menus, arranjados em forma de roleta, possuem uma interface bem intuitiva.

Conforme já dissemos, o multiplayer local é outro atrativo excelente que o Diablo III traz para os consoles. Nada contra o multiplayer online — que continua excelente — mas o coop local é um adendo muito bem-vindo. Claro que jogando assim os players precisam ficar dentro dos limites da tela (rola um teleporte automático sempre que alguém se afasta demais), mas com o tempo isso acostuma e o espírito de equipe sem dúvida é ainda mais forte no coop local, bem como aquela “competição amigável” para ver quem mata mais, quem forma o maior “combo” de kills e quem upa mais rápido.

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Por fim, mas uma boa nova: se você comprou o Diablo III para Xbox 360 ou Playstation 3 no ano passado, pode fazer a migração do seu save para a Ultimate Evil Edition, mantendo seus personagens e seu loot intactos na nova versão do game. Confira os FAQs da Blizzard para saber como migrar seu save. Vale ressaltar que a Ultimate Evil Edition traz o jogo original completo + a expansão Reaper of Souls.

AUDIOVISUAL

Não é de hoje que a Blizzard é reconhecida como uma empresa caprichosa, e ela continua fazendo por merecer este título. Rodando em 1080p e 60fps nos consoles da nova geração, o jogo não teve praticamente nenhum downgrade se comparado à sua versão para PCs, e rodou liso mesmo nos momentos mais caóticos. As animações e a física do jogo são excelentes, o que torna a matança e a destruição massiva ainda mais prazerosa.

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O visual do jogo também é caprichado e faz bonito nos consoles. Cada textura, cada sombra e cada efeito de iluminação foram transportados para os consoles com muita competência, e o inspirado level design do jogo entrega mapas grandes (alguns meio grandes demais) recheados de inimigos e com dungeons salpicadas aqui e ali.

Se por um lado o tamanho exagerado de alguns mapas os torna cansativo, por outro ele estimula o grinding, que é o que torna Diablo realmente viciante. Você até pode passar reto pelo mapa simplesmente cumprindo seus objetivos… mas será que não vai ter um baú com um equipamento muito mais poderoso naquela área não explorada, ou um sub-chefe opcional que vai dropar aquela arma lendária que você procura? É essa expectativa que vai te manter jogando, explorando e matando demônios.

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A trilha sonora mantém o mesmo clima — que vai do épico ao melancólico — típico da série, e entrega faixas bem inspiradas. Na versão que testamos só pudemos jogar em inglês, mas é fato que a versão comercializada no Brasil oferece dublagem em nosso idioma, e ela mantém a qualidade que se espera de um jogo da Blizzard. Qualidade esta que também está presente nas cutscenes em CG, que são belíssimas, e ajudam a contar a história de maneira épica.

CONCLUSÃO

Como jogador de console que ficou muito tempo longe da série Diablo, me surpreendi por ser tão bem recebido novamente em seu universo. Diablo sempre funcionou muito bem nos PCs, e é ótimo ver que ele também funciona muito bem nos consoles. E o coop local deixa tudo ainda mais divertido — estou re-jogando a campanha com minha namorada e estamos nos divertindo demais.

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Com uma trama longa que se aprofunda na rica mitologia da série, milhões de monstros e demônios para serem aniquilados, toneladas de loot para ser coletado e um fator replay colossal, Diablo III Ultimate Evil Edition é um pacote completo; viciante, com uma jogabilidade muito bem adaptada aos controllers e todo o capricho típico da Blizzard.

Diablo III Ultimate Evil Edition foi lançado no dia 19 de agosto, com versões para Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360 e Xbox One.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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