Análise Arkade: Dragon Quest Heroes II é uma ótima mistura de RPG com hack and slash

4 de maio de 2017

Análise Arkade: Dragon Quest Heroes II é uma ótima mistura de RPG com hack and slash

Parece que a Square Enix e a Omega Force gostaram de misturar RPG com hack and slash: Dragon Quest Heroes II rende várias horas de pancadaria frenética em um mundo mágico com o toque artístico do mestre Akira Toriyama. Confira nossa análise!

Um reino em perigo

Dragon Quest Heroes II se passa em um mundo no qual impera um tratado de paz entre 7 grandes reinos. Esta calmaria durou várias décadas, porém, ela vai pelo ralo quando um dos reinos resolve atacar o outro — e pior — supostamente para vingar o assassinato de seu rei.

Quando reis e rainhas começam a trocar farpas e acusações, o que poderia ser uma pequena crise diplomática acaba gerando o risco de se tornar uma guerra de proporções globais. E é aí que entram em cena nossos protagonistas, um casal de primos que, acompanhados da emissária Desdemona, irão se aventurar pelos 4 cantos do mundo a fim de descobrir a verdade e evitar que a situação se agrave.

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Claro que, como estamos falando de um jogo estilo musou, a forma com que eles resolvem o problema está longe de ser diplomática: você vai descer a porrada em todo mundo, abrindo caminho no muque até conseguir falar com os reis e rainhas de outros reinos e tentar explicar a situação…e, claro, estes reis e rainhas podem vir a ser chefes bem apelões.

Confira abaixo nosso vídeo com os 25 minutos iniciais da aventura, que introduz os personagens e o conflito inicial:

Ainda que não seja nenhum primor em termos narrativos, a história de Dragon Quest Heroes II ganha força pelo carisma dos personagens: você vai recrutando diversos outros personagens durante sua jornada — muitos vindos de outros jogos da série Dragon Quest! –, e pode montar sua party do jeito que quiser. A química do grupo, os diálogos e cutscenes se encarregam de deixar a história minimamente interessante.

O lado hack and slash

Por ser um jogo estilo musou produzido pela Omega Force, espere por pancadaria. Muita pancadaria. É possível alternar livremente entre os integrantes da party durante os combates, o que é bem legal para você conhecer as diferentes habilidades de cada herói do seu grupo, visto que todos tem estilos de combate bem diferentes.

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Se o gameplay em si não muda muito de um personagem para outro — 2 botões de ataque, esquiva, defesa e atalhos para habilidades especiais — as magias e poderes de cada um são únicos e bem legais. De clássicas magias elementais até dragões de fogo, clones que copiam os golpes do personagem, tsunamis que varrem os inimigos da tela e muito mais! Experimentar e combinar os poderes dos guerreiros é parte da diversão que a pancadaria oferece!

Confira abaixo mais um pouco de gameplay com muita pancadaria:

Conforme avança na campanha, você vai perceber que o jogo assume um padrão um tanto previsível: você sempre precisa ir até algum lugar fazer alguma coisa, e para chegar lá, passa por uma Wild Zone, uma ampla área aberta, com inimigos e baús. Ao chegar ao seu objetivo, geralmente há um combate colossal rolando, e você precisará descer a porrada em centenas de inimigos em uma série de batalhas, que geralmente culminam em um  embate contra um chefão.

O lado RPG

Além de ser um hack n slash frenético, Dragon Quest Heroes II também é um RPG, então prepare-se para cumprir muitas sidequests, acumular muitos itens (nem todos úteis), distribuir pontos de experiência através de árvores de habilidade e estar sempre em busca de armas e equipamentos melhores para os seus heróis. Certas sidequests tornam-se indispensáveis, como por exemplo as do ferreiro, que quando completadas, liberam armas melhores para você comprar.

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Você pode escolher qual será a classe dos primos protagonistas, e pode inclusive mudar a vocation deles durante o jogo quantas vezes quiser… porém, cada classe precisa ser upada separadamente), de modo que acaba sendo mais prático escolher uma classe para cada um, para poder evoluir todo o grupo de maneira consistente.

Considerando que seus itens para curar e reviver são bem escassos — eles se recarregam automaticamente, mas são bem limitados — ter um time bem equipado e evoluído torna-se fundamental, pois há batalhas bem difíceis e inimigos bem apelões. O simpático mascote Healix até cura ocasionalmente a party, mas como ele não faz isso com a frequência que a gente gostaria, estar à altura dos perigos é fundamental.

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Conforme a história avança, seu grupo vai ficando enorme.

Ainda que seja um jogo bem amplo expansivo, Dragon Quest Heroes II não é um RPG de mundo aberto: há uma cidade principal que serve de hub, e de lá você acessa todas as demais áreas do jogo — que se dividem basicamente em uma grande Wild Zone e uma área de objetivo.

Se liga no mapa do jogo:

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Accordia é a capital que liga todas as outras regiões.

Há um prático sistema de fast travel feito entre pedras mágicas, que agiliza o inevitável backtracking, e, sabendo que certas batalhas em série são demoradas, o jogo permite que você dê uma escapadinha entre uma e outra para recarregar as energias.

O lado online

Dragon Quest Heroes II implementa partidas online de uma maneira muito interessante: antes de entrar em uma zona de batalha, você pode “pedir socorro”, e se outro jogador atender ao seu chamado, ele irá se juntar a você para ajudá-lo a limpar aquela área.

Fora isso, também é possível entrar em dungeons cooperativas pela cidade principal do game, simplesmente para um pouco de diversão descompromissada com outros jogadores. Considerando que a XP acumulada ali é carregada para o jogo principal, esta acaba sendo uma boa maneira de evoluir seus protagonistas em outras vocations.

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Por fim, um recurso muito bem sacado é que o jogo dá boosts de ganhos em diferentes dias da semana. Não lembro a ordem dos bônus, mas (hipoteticamente) na segunda você pode ganhar mais ouro, enquanto jogando na quinta você acumula mais medalhas. É uma maneira simples de manter o jogador interessado em revisitar o game constantemente,

Audiovisual

Mantendo forte a identidade visual marcante da série, Dragon Quest Heroes II é um jogo muito bonito e colorido. O traço de Akira Toriyama acompanha a série desde seus primórdios, e continua muito expressiva aqui. É impossível não fazer associações com Dragon Ball — os cabelos dos personagens até “espetam” no estilo Sayajin quando usam suas melhores habilidades –, mas isso faz parte do charme da série.

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Os penteados Sayajins marcam presença no game.

Mesmo com batalhas frenéticas contra dezenas de inimigos ao mesmo tempo, o jogo roda tranquilo na maior parte do tempo, sem slow downs ou engasgos. É fácil ficar meio perdido na poluição visual dos combates — os mostradores de dano a cada golpe aplicado é especialmente exagerado –, mas na dúvida, continue apertando os botões de ataque que provavelmente tudo dará certo.

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Tente entender o que está acontecendo.

É possível jogar com a dublagem original japonesa ou com vozes em inglês (com forte sotaque britânico). Joguei em inglês, e no geral as dublagens cumprem bem seu papel. A trilha sonora continua sendo assinada pelo mito Koichi Sugiyama, e do alto dos seus quase 90 anos de idade, ele definitivamente não perdeu o jeito, entregando faixas intensas e carismáticas que caem como uma luva no game.

Conclusão

Dragon Quest Heroes II é um jogo que está apto para agradar fãs de dois gêneros: quem curte hack and slash vai encontrar algumas das batalhas mais frenéticas dos últimos tempos, e quem curte RPG vai encontrar um mundo vasto a ser explorado, com muitos lugares bacanas para visitar, personagens para conhecer e quests para cumprir. E, obviamente, os fãs de Dragon Quest irão curtir reencontrar velhos conhecidos.

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Ainda que o tamanho do jogo invariavelmente torne-o um tanto repetitivo com o tempo — hack and slashes geralmente duram cerca de 8 horas, e esse aqui passa das 20! –, sua jornada é intensa, desafiadora e divertida o bastante para fazer valer o empenho do jogador. É um jogo maior e melhor que o anterior, e que honra os 30 anos da franquia Dragon Quest.

Dragon Quest Heroes II foi lançado em 25 de abril de 2017, com versões para Playstation 4 e Nintendo Switch. O game está 100% em inglês.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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