Análise Arkade: Far Cry 6 – Vaas Insanity, um roguelite divertido dentro de uma mente insana
Preparados para a insanidade? O primeiro DLC de Far Cry 6 já está entre nós, trazendo de volta um dos vilões mais icônicos dos videogames! Vaas Insanity coloca o jogador dentro de mente insana de Vaas Montenegro, diretamente de Far Cry 3 para a nova geração. Mas o que esperar da primeira experiência na pele de um vilão da franquia Far Cry? Bom, é sobre isso que falaremos aqui.
Far Cry 6 – Vaas Insanity é um roguelite de excelente qualidade que mescla a jogatina frenética do sexto Far Cry com um ritmo cíclico divertido e muito desafiador. Com várias armas, localidades conhecidas e muitas referências (não só `à Far Cry 3), o DLC expressa uma excelente qualidade e pode dar uma sobrevida muito boa ao novo game da Ubisoft. Veja nessa análise os motivos…
Dentro de uma mente instável
Toda a jogatina de Vaas Insanity se passa dentro da própria mente de Vaas Montenegro. Nós encarnamos o vilão em sua própria psique com o objetivo de encontrar três partes da chamada Adaga do Dragão, um artefato supostamente m´ístico necessário para nós sairmos de toda aquela insanidade.
O mapa é bem menor do que o mapa inicial de Far Cry 6, com uma pequena base localizada ao centro da ilha, de onde sempre saímos para as missões. O visual é bem surpreendente, com misturas de ambientes distintos referentes à ilha de Far Cry 3 com alguns detalhes mais… insanos.
Estradas feitas inteiramente de sangue nos guiam para as três partes da faca. Em cada local onde as partes se encontram, existe um desafio digno e bem surpreendente para nós. Esses desafios, bem como vários outros detalhes do mapa de jogo, contam mais sobre a história de Vaas, sua infância e a sua realação doentia com a irmã.
Outro ponto interessante do mapa de Vaas Insanity são seus objetivos secundários. Mesmo com as três partes da adaga muito bem delimitadas pelas trilhas de sangue, muito pode ser visto, enfrentado e coletado no decorrer dos caminhos secundários. E essa exploração é muito importante por conta da mecânica de jogo escolhida para o DLC.
Morra, aprenda, morra de novo…
O gênero roguelike é conhecido pelo ritmo cíclico que gira em torno da morte. Sempre que o jogador morre, começa o ciclo de jogatina do zero, perdendo todas as conquistas até conseguir concluir o objetivo sem morrer. Em roguelites, a coisa é um pouco menos apelativa. Isso porque o ritmo cíclico permanece, mas determinados upgrades e conquistas das vidas anteriores são mantidos para a próxima tentativa.
Assim, o ritmo cíclico se torna razoavelmente menos repetitivo do que nos roguelikes clássicos, uma vez que você carrega um mínimo de progressão entre uma morte e outra. É justamente assim que Far Cry 6 – Vaas Insanity funciona. O jogo apresenta a mecânica do espelho, pelo qual Vaas pode liberar novas habilidades em troca de pontos que são obtidos abrindo baús e derrotando inimigos pelo mapa.
As habilidades são todas passivas, indo de mais pontos de vida até maior dano com armas específicas, aumentando a velocidade de movimento e muito mais. Já no quesito armas, começamos o jogo com apenas uma pistola e, no decorrer da exploração, podemos liberar novas armas completando objetivos secundários. Essas armas também são mantidas de uma morte para a outra.
Desse modo, o ritmo de jogo se torna muito divertido e levemente viciante. Uma vez que, a cada nova tentativa de cumprir seu objetivo, Vaas está levemente mais forte, melhor equipado e consequentemente indo mais longe. Em minha primeira tentativa de jogo, durei míseros 18 minutos na mente de Vaas, tempo que aumentou para 48 minutos na segunda tentativa e viraram excelentes duas horas na primeira vez que juntei as 3 partes da adaga.
Desafio digno de Vaas Montenegro
A jogatina de Vaas Insanity é razoavelmente curta e muito diferente do que normalmente vemos na franquia. Como comentei agora há pouco, em cerca de duas horas eu consegui completar pela primeira vez o objetivo do DLC. Entretanto, deixei para trás muitos objetivos secundários interessantes e divertidos que podem prolongar ainda mais o tempo de jogo.
Esses objetivos, inclusive, são bem cruciais para os amantes de desafios. Isso porque a primeira vez que jogamos Vaas Insanity, estamos apenas no primeiro nível mental da jogatina. São ao todo cinco níveis que aumentam gradativamente o poder inimigo e seus desafios, enquanto diminui também a nossa capacidade de matança.
O próprio Vaas nos deixa instigados a explorar as demais dificuldades do jogo, ao dizer que talvez possamos entender mais a sua história se seguirmos mais fundo em sua mente. Porém, para dar conta de seguir em frente nos níveis mentais, os objetivos secundários como novas armas e habilidades passivas serão sumariamente importantes.
Assim, o jogo fecha seu ciclo de jogabilidade muito bem: quanto mais avançamos, mais precisamos de melhorias; para isso precisamos explorar mais a ilha, tendo mais desafios a superar; para ficar mais forte e subir mais níveis mentais e assim sucessivamente.
Um bom respiro para Far Cry
Far Cry 6, bem como seus antecessores, foi muito bem recebido pelo público, mas com ressalvas. Entre elas, talvez uma das principais seja a ausência de inovação na franquia. E isso é muito bem remediado nessa primeira DLC do sexto game principal. Vaas Insanity esbanja criatividade numa gameplay simples e divertida.
Alguns fãs do personagem talvez esperem mais insanidade na jogatina (e realmente cabia um pouco mais de “Hellblade: Senua’s Sacrifice” nesse DLC). Porém, mesmo com a temática da insanidade se resumindo a visuais peculiares e visões sobre o passado de Vaas, a jogatina se justifica e prolonga de maneira prazeirosa a experiência de Far Cry 6. Inclusive sendo possível de ser jogada em modo co-op com amigos que não possuem o DLC.
Far Cry 6 foi lançado no dia 7 de outubro de 2021, para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S, Amazon Luna e Google Stadia. Vaas Insanity é o primeiro DLC do game, lançado no dia 16 de novembro.