Análise Arkade: A hilária jornada de Tales from the Borderlands – Atlas Mugged (Season 1, Ep. 2)

25 de março de 2015

Análise Arkade: A hilária jornada de Tales from the Borderlands - Atlas Mugged (Season 1, Ep. 2)

Finalmente saiu o segundo episódio da saga de Rhys e Fiona, continuando a história em Atlas Mugged. Confira agora a nossa resenha completa, bem aqui na Arkade!

Zer0 Sum introduziu a história de dois protagonistas incomuns que acabam se complementando pelo quão oposto eles são. Por um lado temos o homem corporativo da empresa Hyperion que acaba sendo trapaceado pelo seu chefe e decide ir para Pandora como uma forma de vingar do duro golpe, e do outro temos a golpista de Pandora trabalhando em todas as formas possíveis de sair ganhando enquanto trapaceia as pessoas mais perigosas do planeta. A união destes personagens nos deu uma visão interessante do universo de Borderlands que nem mesmo a Gearbox Interactive conseguiu imaginar em fazer na franquia original.

Com o segundo episódio, Atlas Mugged, a história segue logo após o grande desfecho de Zer0 Sum, com a descoberta de um poderoso item e o retorno de um icônico personagem. Mas antes de discutirmos o segundo episódio, fica o aviso de spoiler para quem ainda não começou o primeiro episódio, sendo que vamos discutir as revelações dele.

Análise Arkade: A hilária jornada de Tales from the Borderlands - Atlas Mugged (Season 1, Ep. 2)

AS HILÁRIAS FORMAS DE CONTAR UMA HISTÓRIA

Enquanto sua jogabilidade se mantém a mesma, Atlas Mugged serve como um momento evolutivo para a construção da história de Tales from the Borderlands. Assim como todos os jogos da Telltale Games, cada episódio continua a jornada e coloca os nossos protagonistas em mais apuros e em diferentes situações, com o humor sendo o grande diferencial de Tales from the Borderlands – algo que os jogos anteriores da Telltale não o fazem tão abertamente quanto este – e sua linguagem incomum em contar a história, contando o evento de acordo ao ponto de vista do personagem que estava lá, mostrando o que não é necessariamente a verdade mas sim a visão daquele personagem.

Por exemplo, no primeiro episódio tivemos o hilário momento de Rhys tentando persuadir August para pegar a Vault Key e logo depois assistindo o mesmo evento com o jogador vendo a situação real. Em Atlas Mugged, estas situações são um pouco mais sutis e bem mais variadas, provendo momentos engraçados que poucos jogos conseguem fazer.

Análise Arkade: A hilária jornada de Tales from the Borderlands - Atlas Mugged (Season 1, Ep. 2)

Estas mecânicas expandem este conceito de algo sendo contado na visão do protagonista e ao mesmo tempo aumentam a variabilidade com a distorção por outros personagens que interferem uma história em particular, em outras situações é o próprio jogo que cria esta interferência com diferentes elementos que complementam um momento já engraçado ou acabam fazendo parte do humor nas partes em que o jogo fica mais lento e maçante pelos seus puzzles.

É surpreendente como o jogo conseguiu evoluir algo que poderia ser um artifício tão simples a ponto de perder rapidamente a graça e melhorá-lo a ponto de se tornar um componente extremamente importante que distingue e intensifica a experiência deste universo contado pela Telltale Games.

O RETORNO DE JACK

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A história, por sua vez, nos coloca exatamente após o surgimento de Handsome Jack — no formato de um holograma — para Rhys, que perde a noção do que está acontecendo enquanto tenta acostumar com a ideia do vilão que ele tanto admira interagindo e entrando na conversa onde que não é chamado. Enquanto isso, Fiona e sua irmã, Sasha, precisa consertar o veículo após a insana abertura do episódio — que envolveu o perigo de muitos lados simultaneamente para o grupo — e lá ela conhece o que é o melhor personagem do episódio inteiro, Scooter.

No primeiro jogo da franquia, vemos Scooter como um personagem descartável e experimental, assim como todos os outros personagens do primeiro Borderlands. Ele começa ganhar uma personalidade em subsequentes jogos e começamos a entender toda a estranheza por trás de Scooter. No entanto ele aparece em Tales from the Borderlands como um personagem cativante, hilário e bem fácil de simpatizar, com situações que te fazem querer ver mais dele neste e nos próximos episódios de Tales from the Borderlands.

A relação entre os nossos protagonistas também evolui mas se foca entre as duplas Rhys/Vaughn e Fiona/Sasha, ambas lidando com problemas pessoais envolvendo traição e perda de caráter de outros personagens da relação. Por isso o jogo se foca em duas histórias diferentes com pouco envolvimento e combinação entre as duplas, deixando a interação entre todos os personagens para os momentos finais do episódio.

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O VALOR DE UMA PIADA

A atuação, mais uma vez, traz o melhor de cada um deles graças ao elenco de dubladores, atores e personalidades conhecidas hoje em dia, como Troy Baker (Joel em The Last of Us), Laura Bailey (Fetch em Infamous Second Son), Nolan North (Nathan em Uncharted), e também com os novatos na série, como Adam Harrington (Bigby em The Wolf Among Us) e Dave Fennoy (Lee em The Walking Dead), fazendo um trabalho competente na atuação que captura a essência do personagem e mantém a comédia no mesmo nível que, assim como da outra vez, se transforma em algo crucial quando lembramos que um dos pilares em Tales from the Bordelands é a entonação por trás da piada e a apresentação que envolve ela.

Tales from the Borderlands também nos dá uma surpresa agradável com a trilha sonora de Jared Emerson-Johnson com a ajuda de Jesper Kyd, que o influência com trilhas orquestrais nos momentos mais grandiosos e uma boa parte de música eletrônica no restante do jogo para manter o clima futurista do segundo episódio.

Análise Arkade: A hilária jornada de Tales from the Borderlands - Atlas Mugged (Season 1, Ep. 2)

Infelizmente não existe um desafio por trás de seus puzzles e a jogabilidade não tem nenhuma melhoria, contendo os mesmos problemas encontrados em todos os jogos da franquia ao lado dos gráficos que continuam os mesmos, e é bem mais fácil notar todos estes erros e problemas mecânicos quando já tivemos três jogos que terminaram no ano passado e mais um que está em andamento ao lado de Tales from the Borderlands.

CONCLUSÃO

O verdadeiro, e único, inimigo da Telltale é a saturação de sua jogabilidade com quase nenhuma melhoria em comparação ao passado se torna em algo que acaba piorando com o tempo por causa da estagnação e do formato episódico que deixa a nossa memória ainda fresca a respeito dos problemas inerentes que a desenvolvedora tem nesse quesito.

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No entanto, a história contada de Tales from the Borderlands ainda se mantém interessante e bem melhor do que os outros jogos da franquia, tanto da série Borderlands quanto aos jogos que a Telltale está trabalhando no momento. E a jogabilidade, por mais datada que ela seja, continua responsiva e competente o bastante para trazer um jogo divertido sem nenhum problema que diminua o que foi apresentado neste episódio.

Como um todo, Atlas Mugged mantém o que há de melhor em Tales from the Borderlands e intensifica os elementos que tanto se destacam em comparação aos outros jogos adaptados da Telltale, tudo isso enquanto a história se mantém interessante a ponto de nos deixar com a vontade de querer saber o que irá acontecer no próxima episódio, e se a trama não te interessa, tenho certeza que o humor fará valer a pena.

Tales from the Borderlands – Episode 2: Atlas Mugged foi lançado no dia 17 de Março e está disponível para o PC, Xbox One, Xbox 360, PS4, PS3 e nos dispositivos móveis iOS e Android.

Henrique Gonçalves

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