Análise Arkade: Kyurinaga’s Revenge tenta misturar samurais e vegetais em um plataforma
Acompanhe conosco a análise da aventura dos vegetais samurais, o game Kyurinaga’s Revenge para PS4, Xbox One e PC !
Vegetais já apareceram em alguns outros games, porém no game da Reco Technology eles aparecerem como como verdadeiros samurais da época do shogunato, em um game de plataforma com pitadas de ação, esse é Kyurinaga’s Revenge!
A Vingança De Kyurinaga
No game você vai acompanhar a aventura do samurai Kaoru Tamanegi, que é uma cebola, e o lutador de rua Brocolli Joe, que pelo nome já sabemos qual vegetal ele representa. Aqui já existe um primeiro ponto interessante para notar, que apesar do game se basear todo em samurais, e na época do shogunato, ele tem personagens que fogem disso e representam outros esteriótipos do japão, como ninjas, karatekas entre outros.
Aqui a historia é apenas uma desculpa para te dar algum motivo para fazer o que está fazendo. O dojo dos personagens principais é atacado por Kyurinaga e você deve passar por uma pequena “jornada do herói” para ficar mais forte e conseguir proteger o que resta. A história é contada através de diálogos durante o gameplay ou através de cenas estáticas bem estilosas.
Um potencial perdido é a chance de ter feito algo mais engraçado e escrachado, pois na suma maioria das vezes o jogo simplesmente se leva a sério de mais, e toda a comicidade cai sobre o herói Brocolli Joe que é um dos poucos que fazem algumas piadas que tiram aquele sorriso de canto de boca.
A Parte Verde Desses Vegetais…
O jogo é basicamente um game de plataforma, com pouco espaço para ação, sendo que combate mesmo você só encontra nos poucos chefes do game, e são combates com pouca ação diga-se de passagem. No resto do game você irá apenas pular entre plataformas e evitare espinhos, abismos e outros obstáculos que podem te matar apenas encostando em você.
Para tentar diferenciar um pouco a jogabilidade, o game apresenta duas boas surpresas: a primeira é a possibilidade de alternar entre os personagens, de forma que cada um tem sua habilidade específica e que precisa ser usada no momento certo, ou até combinadas, o porém é que são poucos momentos que os desenvolvedores lembraram de usar esse aspecto no game. Ah, e se tiver um player 2 para jogar com você, cada um controla um dos personagens, e o bom e velho “multiplayer de sofá” sempre é bem-vindo.
Já a segunda boa surpresa, é um minigame em que os personagens ficam no centro da tela e a medida que os inimigos chegam, deve-se apertar um botão, ou uma sequência no tempo certo para poder derrotar os inimigos, algo que já foi bem executado em games mobile, ou em KickBeat no Vita ou no game do Daxter para PSP.
Uma característica que quase iria para a parte ruim desse review seria sobre a dificuldade durante o game pois o início dele é fácil demais, porém, a medida que ele vai avançando, vai ficando cada vez mais difícil, coisa que não acontece com os puzzles do game, que são poucos e simples, mas no geral são bem legais.
A Parte Estragada Desses Vegetais…
Agora que já escrevi tudo o que o game podia oferecer de bom vamos falar de coisas que não ficaram tão bem preparadas nesses vegetais.
O que mais incomoda de tudo é o level design. O que mais fica evidente ao jogar é como as fases são longas e desinteressantes. O que temos aqui é um jogo curto de fases longas. Ao invés de pensar em fases curtas mas bem variadas, o game apresenta fases que geralmente demoram mais de 20 minutos (isso depende de quantas vezes você morre, claro) que apresentam o mesmo conjunto de desafios ao longo delas e com uma ambientação pouco variada, se tornando bastante maçante a medida que avançamos.
Ainda falando do level design, eu não posso deixar de relatar a forte impressão que eu tive de que alguns elementos simplesmente não foram testados da forma correta, principalmente os wall jumps, que são imprecisos e não funcionam direito. Essa forte impressão de algo “inacabado” se estende também ao fato da jogabilidade não responder bem algumas vezes, algo que pode atrapalhar bastante um jogo do gênero plataforma.
Continuando nessa parte estragada não posso deixar de falar do visual, que poucas vezes realmente me agradou. Em geral o jogo apresenta gráficos simples e pouco trabalhados em sua parte artística. Já na primeira fase a impressão que se tem é que aquilo é um game mobile, impressão que até passa um pouco ao longo do game, mas ele nunca chega a ser realmente bonito.
O design dos personagens é bom, e alguns outros aspectos do design até são interessantes, mas no geral ele deixa bastante a desejar, e o 3D parece desnecessário: se este fosse um game puramente 2D, acredito que tudo ficaria mais bonito
E A Parte Mal Feita
Antes de terminar esta resenha, tenho que anotar algumas coisas sobre alguns pequenos defeitos de execução do game, e um grande defeito que de fato atrapalha todo o jogo.
Começando com os pequenos defeitos, você tem alguns slowdowns inexplicáveis em partes específicas do jogo. Digo “inexplicável” pois o game é simples em termos gráficos e isso não era para acontecer. Não chega a atrapalhar, mas incomoda. Outro pequeno problema é o fato de não ter tanta fluidez na movimentação, e em um game de plataforma isso é essencial.
Agora passando para o principal defeito do game: ao fechar o aplicativo, o jogo simplesmente apaga o seu progresso. Sim, isso realmente acontece. Isso ocorreu comigo duas vezes, a primeira eu ia apenas testar o game e tinha passado apenas a primeira fase, mas na segunda vez eu já estava na sétima fase e foi definitivamente frustrante, até porque, como já dito, as fases são relativamente longas.
Jogamos a versão PS4 e pode ser que isso não aconteça nas outras plataformas (mas pode ser que aconteça), mas é muito frustrante perder o seu progresso e ser obrigado a terminar o game de uma vez só… especialmente quando o game em si não é tão legal nem tão curto.
Conclusão
Kyurinaga’s Revenge, tinha potencial para ser um game de plataforma bem divertido e com uma proposta bem diferente, mas algumas decisões questionáveis de level design e seu exagerado número de bugs acabam tornando a experiência um pouco suada e frustrante. É legalzinho, tem coop local, mas no geral, infelizmente, deixa a desejar.
Kyurinaga’s Revenge foi lançado em 25 de outubro deste ano, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One. O game está todo em inglês.