Análise Arkade: Lego Horizon Adventures é diversão para todas as idades

13 de novembro de 2024
Análise Arkade: Lego Horizon Adventures é diversão para todas as idades

Olha que curioso: poucas semanas após o lançamento de uma desnecessária remasterização de Horizon Zero Dawn, temos um novo título Horizon chegando. E, ouso dizer que Lego Horizon Adventures é uma deliciosa surpresa!

Uma reimaginação Lego

Como tantos outros jogos que levam a marca Lego, Lego Horizon Adventures é, sob muitos aspectos, uma reimaginação de uma história que a gente já conhece. Porém, ainda que reconte muitos acontecimentos que vimos nos games da saga Horizon, ele não se preocupa em se aprofundar nos detalhes e pormenores da trama, apresentando uma versão resumida (e bem-humorada) dos fatos.

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Mas, esta ainda é a história de Aloy, uma jovem que cresceu exilada sem saber quem era sua mãe, e vai descobrir qual o seu papel em uma trama que envolve uma sociedade antiga, uma inteligência artificial maligna, uma corrupção que está consumindo o mundo… e, claro, um monte de dinossauros robóticos.

Se nos jogos “sérios” da saga Horizon Aloy carrega este fardo sozinha na maior parte do tempo, em Lego Horizon Adventures, que é um jogo family friendly, ela pode contar com o auxílio de alguns aliados, em um estilo de gameplay cooperativo tanto online quanto local que tem tudo a ver com os jogos Lego. No total, temos 4 personagens selecionáveis, que podem ser trocados mesmo jogando solo.

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Horizon em coop é tudo de bom <3

Só a presença desses aliados já cria novas situações (e piadocas). A justificativa para todos terem um Focus, por exemplo, é aquele tipo de humor bobinho bem Lego. E, além de ajudar Eloy a salvar o mundo, o grandalhão Erend tem sua própria jornada: encontrar o lendário “Monte Rosquinha“.

Aventuras lineares no Coração de Mãe

Como eu já disse algumas vezes aqui na Arkade, tenho cada vez menos tempo (e mais preguiça) de jogos de mundo aberto enormes e expansivos, com mapas repletos de ícones e pontos de interesse. E, né, por Horizon ser esse tipo de jogo, eu temia que Lego Horizon Adventures também fosse por esse caminho.

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Felizmente, este não é o caso. Lego Horizon Adventures é um jogo de fases deliciosamente linear, que tira o mundo aberto e o crafting para entregar uma experiência mais simples, direta e divertida, que consegue manter (ou adaptar) diversos elementos de típicos de Horizon para este novo formato.

A fórmula da campanha é a seguinte: temos um vilarejo central, o “Coração de Mãe”, que serve como hub entre as fases. Este vilarejo se conecta a várias áreas temáticas (tipo deserto, floresta, montanhas geladas), onde se passam as fases propriamente ditas. Cada capítulo se passa em uma dessas áreas, e divide-se em 4 ou 5 fases ambientadas em um mesmo bioma.

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O vilarejo Coração de Mãe

Um detalhe interessante é que o Coração de Mãe é altamente customizável. Conforme acumulamos peças douradas, podemos expandir o vilarejo, que ganha construções variadas e até mesmo áreas temáticas.

É possível trocar tanto a roupa dos protagonistas quanto dos NPCs — tanto por trajes de Horizon quanto por roupas de outras franquias Lego, como Ninjago e Lego City — e diversos prédios possuem várias opções mirabolantes de telhados e adereços.

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Que tal salvar o mundo usando uma roupa de cachorro-quente?

Para não dizer que não há missões secundárias, o centro do vilarejo tem um mural, onde os NPCs vão nos pedir “favores” dos mais variados. Além disso, depois que concluímos todas as missões de uma região, são liberadas missões extras para caçarmos a criatura alfa daquela área.

Exploração e combate em Lego Horizon Adventures

Como já dito, nas fases propriamente ditas, a exploração é linear, com caminhos alternativos curtos que nos levam até baús, estruturas para montar e outros segredos. Algumas fases possuem bifurcações, e vão exigir uma segunda visita para serem exploradas por completo.

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Tipo assim

Há muita verticalidade, com escaladas e tirolesas, e também vamos encontrar e desbravar os famosos Caldeirões. Em certos momentos, vamos “apostar corrida” com Pescoções para podermos escalá-los. Quem jogou Horizon sabe que tudo o que descrevi neste parágrafo tem tudo a ver com “a experiência Horizon” que o jogo condensa.

No combate, prepare-se para lidar com humanos e máquinas, utilizando o mesmo stealth de “se agachar no matinho” da série Horizon. Como não há mundo aberto, cada fase linear tem algumas arenas — áreas maiores, com elementos que o jogador pode utilizar a seu favor durante os combates.

Confira um pouco do frenético combate do game no vídeo abaixo:

Boa parte da estilosa e emblemática “fauna robótica” de Horizon está presente aqui, com comportamentos e ataques muito similares aos do jogo da Guerrilla Games. As feras maiores assumem o papel de chefes, e rendem batalhas criativas e desafiadoras.

Cada personagem jogável possui sua própria arma, bem como alguns gadgets específicos. A protagonista, Aloy, carrega seu característico arco-e-flecha, que pode ser turbinado com flechas elementais e outras variações. Armadilheiras, bombas e outros equipamentos — como um carrinho de cachorro quente que lança lanches explosivos (?!) — são consumíveis de uso limitado, que podemos encontrar em baús.

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Um detalhe que enriquece os combates é a sinergia entre nossas ações e os elementos do cenário. Atirar uma flecha por sobre uma fogueira, por exemplo, cria um projétil de jogo. Atirar uma bomba de eletricidade em um lago vai eletrocutar todos que estiverem nele, já uma bomba de gelo vai congelar toda a superfície da água (e quem estiver nela). É possível até derrubar paredões de rocha nos inimigos. Há uma sinergia bastante orgânica entre cenário e jogador, lembrando um pouco o que Zelda anda fazendo.

Audiovisual e humor de Lego Horizon Adventures

Lego Horizon Adventures tem aquela “cara de jogo Lego” que a gente já conhece (e adora). Porém, esse é um “jogo Lego” da atual geração. Não sei como é o visual dele na versão Switch, mas no Playstation 5, onde joguei, o jogo é deslumbrante.

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Ainda que tudo seja feito de pecinhas Lego digitais, os cenários são incrivelmente detalhados, com belos efeitos de iluminação que dão um ar cinematográfico à aventura. O jogo foi desenvolvido com a poderosa Unreal Engine 5, e chega com ray tracing, duas opções de visualização (Desempenho e Fidelidade), podendo alcançar 4K e 60 fps de acordo com o que o jogador priorizar.

Os personagens são bonitinhos e expressivos, mas o que mais chama a atenção sem dúvida são os dinos. O visual de cada criatura foi muito bem adaptado para o formato Lego: todos são facilmente reconhecíveis, mesmo nesta nova “proporção”. É muito legal reconhecer os monstrengos de Horizon em suas versões Lego, principalmente os maiores e mais emblemáticos, como o Pescoção e o Tirânico.

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E já que mencionamos os nomes em português das criaturas, vale ressaltar que Lego Horizon Adventures chega 100% localizado para o nosso idioma, com dublagens, menus e legendas em PT-BR. Considerando a vibe “família” dos jogos Lego, isso é uma mão na roda, e o trabalho dos dubladores é de extrema qualidade — com destaque para Rost, narrador da aventura que solta muitas piadinhas e comentários espirituosos.

E já que falamos nisso, não posso deixar de mencionar o humor: os jogos Lego sempre tiveram um ótimo tom de humor, transitando entre o inocente/bobinho e o nonsense. Lego Horizon Adventures segue acertando neste quesito, e me arrancou algumas boas gargalhadas várias vezes. Vou deixar um diálogo legitimamente engraçado abaixo:

Falando de desempenho, não tive nenhum problema técnico com o jogo, mesmo tendo recebido a cópia de review quase 2 semanas antes de seu lançamento. O jogo rodou bem no PS5, sem travamentos ou bugs. Gostaria de ter visto um uso mais expressivo do DualSense, mas acho que isso é o “efeito Astro Bot” — nenhum outro jogo usa o controle do PS5 tão bem quanto ele.

Conclusão

Lego Horizon Adventures é exatamente o que seria esperado de uma união destas duas marcas tão distintas: de um lado, temos o humor, a personalização e a fofura de Lego. Do outro, temos o rico e envolvente mundo de Horizon, com personagens interessantes e uma história rica.

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Pronto para escalar um Pescoção feito de Lego?

Ao eliminar as gorduras típicas de um jogo do escopo de Horizon — como o mundo aberto e o crafting –, o jogo mantém o foco no que realmente importa: a diversão. A experiência linear é ótima (apesar de não variar muito na estrutura das fases), e o hub é cheio de possibilidades para quem gosta de customização.

Apesar de serem um tanto formulaicos, os jogos Lego não costumam errar, e Lego Horizon Adventures segue acertando bem mais do que errando. Leve, bem-humorado e gostoso de jogar, o game é uma ótima pedida tanto para fãs da Aloy quanto para quem só quer um jogo divertido para se distrair e não está por dentro do universo Horizon.

Lego Horizon Adventures será lançado amanhã (14/11), com versões para Playstation 5, PC e Nintendo Switch. O game está 100% em PT-BR.

Este review foi feito com uma cópia antecipada de PS5, que recebemos dos camaradas da Sony Playstation.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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