Análise Arkade: humor, espigas de milho e ursos de pelúcia esperam por você em Maize
Maize é um puzzle first person protagonizado por espigas de milho falantes e um ursinho de pelúcia russo (?!). Venha ver a análise desse jogo cheio de humor!
Contextualizando
Maize é um puzzle first person que conta a história de dois pesquisadores que criaram um imenso complexo de pesquisa para tornar espigas de milho inteligentes. Pois é, exatamente isso que você leu: espigas de milho inteligentes. O jogo inteiro gira em torno de explorar esse complexo e suas inúmeras salas e corredores, além de encontrar inúmeros itens para completar os puzzles do jogo.
Humor para todo o lado
Já por esta premissa, Maize deixa sua proposta clara: ele quer ser um jogo engraçado. E apesar dele exagerar na dose com piadas bem forçadas, em muitos momentos elas te fazem rir bastante. As piadas estão em todo lugar: na descrição dos itens, nas falas dos personagens, nas atitudes deles, na disposição das coisas no cenário… até no tutorial que rola no comecinho do jogo. Algumas piadas não têm muita graça e algumas ficam repetitivas, mas acaba rolando uma expectativa para a próxima que vai te fazer rir.
Narrativa
No início do jogo estamos em uma fazenda com uma plantação imensa de milho e um caminho a seguir. Chegamos a uma porta e temos que resolver nosso primeiro puzzle. Ao abrir essa porta, damos de cara com algo incrível: as famigeradas espigas de milho inteligentes.
A partir daí passamos a explorar o incrível e imenso complexo de pesquisa financiado pelo governo americano que era gerido por dois pesquisadores e suas equipes e agora está abandonado. Através de documentos deixados para trás e os post-its de discussão entre os dois pesquisadores, tentamos entender o que aconteceu por lá e como as espigas ficaram inteligentes. A história tem uma narrativa interessante, pois é guiada pelas espigas e pelos post-its, e chega a ter um (quase) plot-twist.
Jogabilidade
A jogabilidade é completamente baseada em itens. Basicamente você deve encontrar itens enquanto explora o cenário e utilizar eles para resolver os puzzles e avançar na história. Para te ajudar, quando você encontra algum item há uma descrição que pode ser acessada apertando E quando o item estiver equipado, e isso muitas vezes vai te dar uma dica de para que aquele item pode ser utilizado.
Isso vai te ajudar bastante se você travar em algum momento do jogo (assim como fiz algumas vezes). Se ainda assim você continuar travado, procure mais itens: as vezes algo pode ter passado batido, apesar do contorno branco que destaca os itens com os quais podemos interagir. Os puzzles não são muito desafiadores, sendo sempre algo onde temos que utilizar os itens certos para que algo funcione, ou algo que transforme os itens em algo realmente utilizável.
Personagens estereotipados
Os personagens são muito importantes para a história do jogo e são grande parte do humor dele. Um deles é Vladdy, um ursinho de pelúcia robótico russo que é seu companheiro durante boa parte do jogo. Ele é incrivelmente antipático e estressado, mas é de muita utilidade em vários momentos do jogo.
Ele te segue o jogo todo e fica te criticando e repetindo um milhão de vezes que o lugar está cheio de idiotas, o que, por incrível que pareça, é bem engraçado. Outros dois personagens muito engraçados são o Ted e o Bob, os dois pesquisadores, que discutem o tempo todo. Não vemos eles durante o jogo, porém lemos as suas discussões através dos post-its que eles deixavam um para o outro que também são bem engraçados. Eles têm estereótipos muito bem definidos e suas discussões giram todas em cima disso.
As espigas também não ficam de fora dos personagens cruciais do jogo, já que aparecem com certa frequência no jogo e são o foco dele. Como tudo no jogo elas são estereotipadas e utilizadas de forma cômica, protagonizando momentos divertidos e alguns totalmente nonsense.
Gráfico
O visual do jogo é bem bonito, meio cartunesco, e chama a atenção principalmente pela grande quantidade de detalhes em cada lugar em que passamos, sempre com muitos itens espalhados e muito humor no cenário, nos quadros, estátuas, desenhos, papéis, em quase tudo.
Outro ponto muito positivo do jogo são as cutscenes que são muito bem-feitas e têm enquadramentos muito bons que condizem muito bem com o que está acontecendo na cena. O trabalho de arte do jogo como um todo é muito caprichado. Apesar disso, Maize é um jogo mal otimizado, o que irrita bastante, pois mesmo com as configurações recomendadas é necessário baixar as configurações para o médio ou até para o low em alguns momentos, e ainda assim rolam algumas quedas de fps.
Conclusão
Maize é um jogo sem noção que tinha tudo para ser estranho (na verdade ele é), mas é divertido e, principalmente, engraçado. O jogo te prende pela vontade que ele cria em você de descobrir o que aconteceu com esses pesquisadores e de resolver os puzzles para continuar avançando com a narrativa.
Se você gosta de jogos “zoeiros” e de umas piadas bobas (e está com o inglês em dia, pois o jogo infelizmente não tem legendas em nosso idioma) você tem diversão garantida com esse jogo. Um jogo esquisito e pouco comentado, mas que consegue até ser surpreendente à sua própria maneira.
Maize foi lançado no dia 01 de dezembro e está disponível somente para PC.